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quarta-feira, 1 de setembro de 2021

Enquanto Cristo Redentor chama atenção para a Esclerose Múltipla, portadora da doença ganha ouro em Tóquio

Na última segunda-feira, dia 30 de agosto, quem olhou para o Cristo Redentor pôde observar que ele estava iluminado com a cor laranja. A razão é simples: apoiar a campanha do Agosto Laranja, no Dia Nacional de Conscientização da Esclerose Múltipla. Ainda naquele dia, uma portadora da enfermidade mostrava ao mundo a superação e a garra mesmo diante das limitações. Aos 56 anos de idade, a brasileira Beth Gomes conquistou a medalha de ouro nas Paralimpíadas no lançamento de disco na categoria voltada para os atletas com deficiência mais aguda.

 

Para quem não conhece, o PhD, neurocientista, psicanalista e biólogo Fabiano de Abreu explica que a esclerose múltipla é “uma doença autoimune que afeta o cérebro e a medula espinhal”.  No caso da atleta brasileira, ele lembra que “depois de um desses episódios, todo o lado do seu corpo ficou paralisado, o que dá mais destaque ainda ao seu feito notável”, acrescenta.

 

Recentemente, Fabiano se juntou ao cientista e biólogo canadense Henry Oh e juntos publicaram um artigo apresentando detalhes pouco difundidos sobre a doença, que hoje afeta 35 mil brasileiros. O neurocientista luso-brasileiro explica que a esclerose múltipla é uma patologia que atinge o cérebro, bem como seus nervos ópticos e a medula espinhal. “Quando a bainha de mielina está em seu estado normal e saudável, os sinais nervosos são enviados e recebidos rapidamente. Porém, quando o indivíduo possui essa doença, o sistema imunológico do seu corpo trata a mielina como uma ameaça, atrapalhando o envio dos comandos do cérebro até o restante do corpo, denominado como desmielinização”, destaca.

 

Nesse sentido, o chefe do departamento de saúde da Universidade Estadual de Idaho e eleito melhor professor da saúde do ano nos Estados Unidos, Henry Oh observa que reconhecer quais pacientes com a enfermidade estão em maior risco de complicações respiratórias é fundamental, “pois isso pode ajudar o clínico a triar cuidadosamente esses pacientes e iniciar medidas preventivas apropriadas ou cuidados para diminuir a morbidade e mortalidade associadas”.

 

Segundo o neurocientista luso-brasileiro, os tratamentos para a esclerose múltipla são à base de corticoides, atividade física, alimentos anti-inflamatórios e ricos em gorduras insaturadas. “O elemento lítio vem sendo estudado e demonstrando efeitos benéficos, sendo um tratamento eficaz para esta patologia”, acrescenta. Além disso, Abreu revela que os pacientes com Esclerose Múltipla (EM) têm maiores probabilidades, chegando a média de 97%, de manifestar déficits cognitivos e maior risco de apresentar doenças neurodegenerativas, como por exemplo a doença de Alzheimer. “Para estes casos, sugiro atividades para a neuroplasticidade como leitura, jogos de lógica, treinamento cognitivo, escrita, não fazer uso de substâncias químicas como drogas incluindo a maconha (Cannabis sativa), já que esta causa comprometimento no desempenho dos neurônios que resulta em atrofia e inativação que comprometem a inteligência, não fazer uso de álcool, cigarro, obrigando-se em manter uma vida saudável”, completa.



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