Brasileiras ainda desconhecem fatores de risco e sinais de tumores que podem afetar o colo de útero, ovário, vagina, vulva e endométrio
Setembro também é época de alertar as mulheres de todas as idades
sobre a importância da prevenção ao câncer ginecológico. O calendário é
especialmente importante porque ainda há muita desinformação sobre o conjunto
de tumores malignos que podem afetar não apenas o útero como outras partes que
compõem o aparelho reprodutivo, como ovário, vagina e vulva. De acordo com a
Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), os cânceres ginecológicos
são responsáveis por 19% dos diagnósticos da condição no mundo a cada ano.
Apesar da aumentada incidência, poucos conhecem - e previnem - esses tipos de
tumores femininos.
"O diagnóstico precoce pode salvar vidas, mas muitas mulheres ainda vêem
esse assunto como um tabu e por isso acabam não levando suas queixas para os
consultórios", explica Michelle Samora, oncologista do CPO Oncoclínicas.
Para a especialista, a falta de conhecimento faz com que sinais iniciais da
doença sejam ignorados, contribuindo para identificação tardia do câncer em
órgãos femininos.
Abaixo a médica destaca algumas informações essenciais sobre os diferentes
cânceres ginecológicos:
Fique atenta aos sinais
O câncer de ovário é a segunda neoplasia ginecológica mais comum em mulheres,
ficando atrás somente do câncer de colo de útero. A maioria absoluta das
neoplasias de ovário - 95% - é derivada das células epiteliais, ou seja,
aquelas que revestem o ovário. Os outros 5% vêm de células germinativas (as que
formam os óvulos) e de células estromais (as que produzem a maior parte dos
hormônios femininos).
Trata-se do sétimo tipo de câncer mais comum em mulheres no mundo, com cerca de
314 mil novas pacientes diagnosticadas com a doença por ano. No Brasil, também
ocupa a sétima posição entre as neoplasias mais incidentes no sexo feminino
(excluídos os tumores de pele não melanoma). Para 2020, o INCA (Instituto
Nacional de Câncer) estimou 6.650 novos casos no país.
Mas atenção: os sintomas do câncer de ovário são discretos e demoram a se
manifestar. Por isso, na maioria dos casos, é diagnosticado tardiamente, quando
a doença já se espalhou pelo aparelho reprodutor, dificultando o tratamento.
Quando aparentes, pode ocorrer um aumento do volume abdominal, aumento na
vontade de urinar, alterações no ciclo menstrual, dor durante a relação sexual,
entre outros. Muitos sintomas, quando aparentes, são parecidos com os
desconfortos do dia a dia da mulher e, na maioria dos casos, são deixados de
lado. Caso perceba qualquer alteração, é recomendado que a mulher procure um
especialista.
Mioma e o anticoncepcional
Também ao contrário do que muitas mulheres imaginam, o mioma não é maligno e o uso de contraceptivos é benéfico à saúde do útero. O mioma é um tumor benigno que pode surgir no útero e não aumenta o risco de câncer. Além disso, o uso de anticoncepcional diminui o risco deste tipo de câncer. Aliás, o que diminui o risco de câncer de endométrio são dieta e exercícios físicos, uso de anticoncepcional e amamentação.
Hereditariedade
Apenas 10% dos tumores ovarianos são decorrentes da predisposição genética hereditára - causados por uma mutação em certos genes, herdada de pai ou mãe, que pode aumentar o risco de surgimento do tumor. Em situações especiais, quando avó e mãe apresentaram tumores de ovário é possível realizar exames específicos de análise genética. Caso seja comprovado a suspeita, é possível indicar medidas como a cirurgia preventiva de retirada dos ovários, mas, ainda assim, esta é uma decisão que deve ser tomada de forma conjunta por paciente e médico.
Vacina do HPV e preservativo como forma de proteção
O HPV é o principal fator relacionado ao câncer do colo uterino, de vagina e de vulva. Quando tomamos conhecimento do agente causador do câncer do colo de útero, os dados são alarmantes, pois 90% das mulheres acometidas com câncer de colo do útero têm o vírus.
Tipos de câncer de útero
Muitas mulheres desconhecem que existem dois tipos de câncer que podem surgir
no útero: o de endométrio (camada interna do útero) e o de colo de útero
(porção mais inferior do útero). Apesar de surgirem no mesmo órgão, são tumores
totalmente diferentes. O câncer de colo de útero está muito relacionado à
infecção por HPV, já o câncer de endométrio tem relação com hormônio feminino.
O diagnóstico preciso é feito através da biópsia.
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