Segundo Beto Colombo, a falta de entendimento de si e do outro, e das diferentes formas de amor, faz com que casais foquem apenas na desunião
No segundo semestre de
2020 foi registrado o maior número de divórcios em cartórios já visto, conforme
o último balanço divulgado pelo Colégio Notarial do Brasil. Foram 43,8 mil
processos contabilizados, o que corresponde a 15% a mais de casais em separação
em comparação com o mesmo período em 2019. O filósofo clínico e autor, Beto
Colombo, justifica os números explicando que muitos casais querem a separação
por focarem apenas em tópicos que separam o casal, ao invés de direcionar a
energia no que os une.
"O amor é um
termo equívoco, possui diversos significados e modos de ser expressado",
explica.
A filosofia clínica e
os diversos segmentos de terapia, na maioria das vezes, são a melhor forma de
resolver problemas que muitos casais nem imaginam que tenham.
"Quando um casal
está disposto a fazer uma terapia conjugal, geralmente eles não estão querendo
se separar. A filosofia clínica tem muitas ferramentas para trabalhar casos de
intercessão conjugal. Por isso, o êxito da terapia clínica filosófica é muito
alto", ressalta o especialista.
A busca por afetividade
nas relações, por completude, e reflexões sobre a vida a dois e a vontade de
aparar as arestas, ficou mais evidente durante a pandemia. O especialista
revela que para algumas pessoas a distância é o tempero da relação, já para
outras quanto mais perto estiverem, mais vibram amor.
"Cada pessoa em
sua singularidade tem uma forma de amar, e aí começam a haver conflitos,
geralmente por tópicos de equivocidade. Por exemplo, o companheiro pode estar
buscando no outro, um amor como escambo, um amor como troca, enquanto o outro
busca no companheiro um amor philia, um amor mais próximo de uma amizade, de um
companheirismo. E o papel da filosofia clínica é fazer uma tradução, mostrar
que eles se amam de formas diferentes", defende.
O filósofo clínico
conta que em alguns casos as questões existenciais que uma pessoa está
passando, podem interferir na relação conjugal. Por isso, na filosofia clínica
não há uma regra, não há uma fórmula.
"Nós temos uma
técnica de atendimento chamada "a posteriori", ou seja, diante da
outra pessoa, ou das outras pessoas. Não podemos fazer nada sem antes montar a
Estrutura de Pensamento Individual, depois com essa análise feita, saberemos
quais os pontos de interseção, o que aproxima esse casal, e que os
afasta", explica Beto.
Segundo Colombo,
"a falta de paciência, o amor está virando amizade, e eu não estou feliz
no casamento", são algumas das reclamações mais ouvidas no consultório.
Baseado na pesquisa da história de vida do paciente, ele alerta que muitos que
dizem não estar felizes no casamento, já não eram felizes antes de se casar.
"Não entendo como
duas pessoas que eram infelizes antes, querem se unir para serem felizes.
Casamento não é sinônimo de felicidade, e no momento que os pacientes entendem
isso, começam juntos a construírem uma relação compartilhada de momentos entre
os dois, que se aproximam da felicidade", assegura.
Beto Colombo - filósofo clínico, atua como professor, psicoterapeuta,
mentor, conselheiro empresarial, palestrante e, nas horas de folga, é escritor.
Atualmente é professor titular do curso de pós-graduação em Filosofia Clínica
na Unesc e atende como psicoterapeuta em consultório focado em clínicas
filosóficas. É conselheiro empresarial e exerce atividades voltadas para a
segurança psicológica e mentoria para empresários, executivos e profissionais
liberais. Beto tem formação como conselheiro pelo IBGC (Instituto Brasileiro de
Governança Corporativa), e foi presidente de empresas por quase 30 anos. É
autor best-seller com mais de 100 mil cópias vendidas. Publicou 10 livros:
entre eles O Velho Bah, Compostela - Muito Além do Caminho de Santiago, A Alma
da Empresa - Filosofia Clínica nas Organizações, PPR (Programa de Participação
nos Resultados) na Prática, Pensatas - Filosofia no dia a dia, Muito Além do
Lucro e o recém-lançado (best-seller ) Todo Caminho É Sagrado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário