A sensação de fome pode ser sempre igual, mas existem diferentes motivações para ela acontecer. Aprender a diferenciar esses gatilhos é essencial no processo de emagrecimento, pois, nem toda fome significa que o corpo esteja realmente precisando ser nutrido
Está comendo mais do que antes? Tem o hábito
de recorrer à comida ao se sentir triste ou alegre? Costuma procurar
petiscos após um pequeno intervalo da última refeição? Para a especialista
em obesidade, Edivana Poltronieri, as
respostas para essas perguntas podem detectar a motivação para a fome que
a pessoa está sentindo, se é comportamental, emocional ou física.
“A nossa rotina é, geralmente, regida
por hábitos e emoções que influenciam muito a nossa
alimentação. Esses fatores têm conexão direta com o que comemos e a
frequência com que fazemos isso. Entender cada caso pode ajudar a detectar o
tipo de fome e a controlar os impulsos”, explica Poltronieri.
Entenda as 3 principais motivações
para a fome
·
Comportamental -
“É a fome guiada por hábitos. O corpo não sente a necessidade de
comer, mas o cérebro manda uma mensagem, programada por nossos
hábitos, de que está na hora de se alimentar, mesmo se a última refeição
aconteceu em pouco tempo”.
Para este caso, Poltronieri
entrega a solução: estabeleça novos hábitos! “Não é fácil,
mas é possível. O cérebro se acostuma com tudo o que é imposto a ele. Por
exemplo, se o emprego exige que a gente passe a acordar em um horário que
não estamos acostumados, nos primeiros dias
talvez precisemos da ajuda de um despertador, mas logo passaremos
a despertar sozinhos. Isso acontece porque reeducamos o corpo. Com a
alimentação não é diferente. A adaptação é desafiadora, mas o corpo logo vai
processar de forma natural o novo hábito”.
·
Emocional -
“A fome surge em picos de tristeza ou alegria. A comida pode
servir de consolo ou de recompensa. E esse descontrole não tem relação com
os hábitos, mas com impulsos. O corpo não está com fome, mas a pessoa
precisa comer, e geralmente é sempre alimentos bem gordurosos, para se
sentir aliviada emocionalmente. Porém, logo depois, chega o sentimento de culpa
e esse ciclo, a longo prazo, faz com que a pessoa crie uma relação negativa com
a comida”.
·
Física -
“É a fome que surge por sinais físicos, como estômago roncando. Nesse
tipo de fome, a pessoa entende quando é o momento de parar e consegue
avaliar com calma as opções que têm no cardápio. Não é a fome movida
por impulsos, mas sim por satisfação”
As fomes na quarentena
De acordo com a especialista em obesidade, após três meses de confinamento é normal o surgimento de novos hábitos alimentares, saudáveis ou não. “Ansiedade e estresses já estavam entre as doenças do século antes do confinamento, mas foram agravadas durante este período. Por termos acesso a comida com mais facilidade, fica mais difícil controlar a fome emocional”, explica. A especialista também aconselha sobre os serviços de delivery. “Os aplicativos de comida são práticos, mas podem nos deixar mais suscetíveis a alimentos processados e calóricos. Por isso, eu indico que seja feita uma programação para as refeições da semana, como almoço e jantar. Deixar as refeições prontas e congeladas diminui as chances de maus hábitos alimentares”.
Outra
dica é controlar a quantidade do que se come. “Frutas, por exemplo, são ótimas
opções de sobremesa, mas podem ter o efeito contrário quando consumidos em
excesso, considerando que algumas delas tem altos índices de açúcares. Policiar
a quantidade de frutas e também de oleaginosas é importante, pois são alimentos
calóricos e que as pessoas petiscam sem prestar atenção na quantidade,”
finaliza.
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