Com alguns ajustes, é possível fazer com que a
disciplina não se transforme em um bicho-papão, mesmo durante o ensino remotoDivulgação/Colégio Positivo
Quem
nunca suou as mãos ou teve uma dor de barriga diante de uma prova de
Matemática? Não é novidade que a disciplina é uma das mais temidas pelos
alunos, sobretudo quando passa a exigir mais de crianças e adolescentes. Porém,
com alguns ajustes, tanto em casa, como na escola, é possível estudar
Matemática sem traumas e sem medos.
“Normalmente,
o aluno traz consigo um preconceito de que a Matemática não é legal, de que é
uma disciplina para poucos - ou você é bom em matemática, ou você não é! Somado
a esse fato, temos ainda conteúdos que exigem de nossos estudantes uma maior
compreensão. Percebemos a necessidade de a escola trabalhar a disciplina de
forma que faça sentido para o aluno. Devemos, enquanto professores, estarmos
atentos à realidade de nossa sala de aula, partindo de conhecimentos prévios de
nossos alunos, a fim de buscar a equidade, transmitindo a cada um o que
precisa. Somente dessa forma, poderemos mostrar que a Matemática vai além de
nossa sala de aula, que possui uma relação direta com a sociedade que estamos
inseridos. É importante que tenhamos professores preparados para trabalhar com
uma matemática visual, criativa e encorajadora. Professores que desenvolvam em
seus planos de aula estratégias que levem os alunos à compreensão. Que “façam
boas perguntas', que promovam reflexões críticas, que ofereçam ferramentas
adequadas a seus alunos, tornando-os protagonistas do seu próprio aprendizado”,
ressalta a professora Marilda de Souza, especialista em formação docente do
Centro de Inovação Pedagógica, Pesquisa e Desenvolvimento do Colégio Positivo
(CIPP).
Como
não desenvolver o medo?
Divulgação/Daniel Derevecki |
Ainda
que a Matemática seja temida por muitos estudantes, nos primeiros anos de vida
escolar, ela é só mais uma disciplina que, inclusive, boa parte das crianças
aprecia. Assim, para que o menino, ou a menina, não desenvolva aversão à
matéria no futuro, é importante que haja parceria entre família e escola.
No
que diz respeito à escola, é prioridade admitir que existem diferentes formas
de pensar a Matemática. "Hoje, em situações-problema, por exemplo, o
professor precisa compreender como o aluno chegou ao resultado, valorizando as
estratégias utilizadas e não apenas o resultado final”, explica a assessora dos
Anos Iniciais de Matemática do Colégio Positivo, Cleonara Diemeier. Já no que
diz respeito à família, a professora lembra que é importante que os pais não
façam comentários negativos em relação à disciplina e não transfiram para os
filhos eventuais medos e frustrações que tenham ou já tiveram. “A autoestima
tem impacto direto no desempenho. Muitos alunos não atingem bons resultados na
Matemática, mas percebemos que muitas vezes é uma “falsa dificuldade”. Ou seja,
o problema não é a disciplina, mas sim a baixa autoestima. Por isso,
trabalhamos com incentivo, por meio de elogios, para promover as conquistas de
cada aluno e fazer ele perceber que é capaz e tem potencial”, constata.
Meu
filho já tem medo. E agora?
Para
quem já tem filhos que não gostam de Matemática, a palavra é paciência. O
professor particular nem sempre é a melhor opção, visto que ele pode ter uma
metodologia conflitante com a da escola e ainda virar uma “muleta”, fazendo com
que o estudante não se interesse pelas aulas regulares, visto que sabe que
contará com este auxílio. Na opinião da professora Cleonara, uma boa estratégia
seria os pais conversarem com o corpo docente, transmitindo à equipe o que seu
filho relata em relação ao aprendizado dessa disciplina. Assim, o professor
poderá compartilhar com a família como vê a relação do aluno com a Matemática.
“É um processo de desconstrução de traumas ou medos, no qual é necessário
investigar o que pode aproximar o aluno da Matemática", sugere, e
ressalta: "a afetividade do professor tem papel fundamental nesse
processo”.
Ensino
remoto. E agora?
O
ensino remoto nem sempre é um elemento dificultador, mesmo para disciplinas
consideradas difíceis, como a Matemática. De acordo com a professora Cleonara,
a modalidade remota causou mais dificuldades para as gerações X ou Millennial,
do que para a geração Z. “Para as crianças, aprender de diferentes maneiras
desperta o interesse. Ouvi de um aluno na aula presencial ‘professora, em sala
eu nunca tinha coragem de perguntar e participar, mas o ensino remoto me ajudou
a mudar, lá eu fazia as perguntas, inicialmente no bate-papo, depois fui
abrindo o áudio e agora acho que sou um dos que mais participam e estou
conseguindo fazer isso em sala’. Nossos professores estão buscando despertar o
interesse, valorizando conquistas dos alunos, trabalhando o raciocínio lógico e
a autonomia, mesmo por trás de uma telinha”, relata.
Segundo
Cleonara, nesse momento é ainda mais importante que pais passem segurança para
seus filhos. “Eles devem mostrar que as crianças têm capacidades, que nem todos
temos as mesmas habilidades e gostos por uma ou outra área do conhecimento, mas
que precisamos e somos capazes de nos superarmos frente a cada uma dessas
áreas, realizando conquistas”, conclui.
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