Estudos sugerem
que a asma não é fator de risco. Especialista explica diferença dos sintomas
nas crianças e alerta para o tempo seco, mais propício à doença
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Pesquisa publicada na revista científica
"Annals of the American Thoracic Society", aponta que a asma não é um
fator de risco para quadros graves de Covid-19. Segundo os cientistas, uma
revisão de estudos internacionais mostra um número baixo de asmáticos entre os
pacientes hospitalizados com coronavírus. Um grupo de pesquisadores da
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) também avaliou a relação entre o
diagnóstico prévio de asma e o desenvolvimento do coronavírus através dos
antecedentes médicos de 161.271 pacientes e percebeu que somente 1,6% dos
pacientes tinham diagnóstico prévio de asma.
Os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do
Global Asthma Report apontam que 4,4% da população mundial têm diagnóstico de
asma, que é uma doença inflamatória crônica que acomete os brônquios e resulta
em crises de tosse e falta de ar. Pela importância da doença, o mês de maio foi
escolhido para celebrar o Dia Mundial da Asma. Com o resultado dos estudos, os
asmáticos podem ficar mais tranquilos em relação ao coronavírus, mas devem
seguir se cuidando. “Nesse um ano de pandemia percebi redução na procura de
continuidade do tratamento, o que causa preocupação”, alerta a pneumologista
pediátrica Patrícia García-Zapata (CRM 19431).
Ela explica que a asma geralmente inicia na
infância e não tem cura, apenas tratamento, que é feito com um pneumologista, o
qual prescreve as medicações. “O acompanhamento habitualmente tem que ser
a cada três meses, até para ajustar a dosagem dos remédios ”, afirma a médica,
que atende no Tumi Espaço Clínico, no Órion Complex, em Goiânia. Patrícia
revela quais sintomas em relação à doença os pais devem observar nos filhos. “Tosse
prolongada, tosse seca, chiado no peito, quando a criança cansa rápido durante
atividades físicas, cansaço ou tosse após gargalhadas, tosse ou dor no peito
quando está dormindo, podendo causar despertar noturno”, detalha.
Covid é diferente
Quanto ao coronavírus, a especialista ressalta
que a tosse é o principal sintoma em comum com a asma nas crianças. “Em uma
crise é diferente e a forma de apresentação é distinta, principalmente nas
crianças, que na Covid-19 apresentam mais coriza, diarréia e dor abdominal”,
explica a pneumologista pediátrica, detalhando que, no geral, o diagnóstico de
asma se dá em torno dos seis anos, pois antes disso outros fatores podem
desencadear os sintomas. “Vale destacar também que existe uma diferença de
apresentação dos sintomas e da intensidade em que eles se apresentam, podendo
variar entre adultos e crianças”, conta.
Patrícia García-Zapata também esclarece uma
dúvida que as pessoas têm sobre a distinção da asma com a bronquite. “A
bronquite é a inflamação das vias aéreas pulmonares, o que pode ocorrer em
várias doenças. Quando se fala em bronquite alérgica ou bronquite asmática é o
mesmo que asma”, salienta. A médica chama a atenção para as medicações que são
ministradas por spray inalatório, erroneamente chamados de bombinhas. “Esse não
é um bom termo, gera pânico na família, o que não é necessário. O remédio em
spray é apenas para tirar o asmático da crise ou para tratamento desinflamando
a via aérea”, ressalta.
O tempo seco desta época do ano, nas estações de
outono e inverno, também contribui para o agravamento dos sintomas. “Neste
período temos uma maior circulação de vírus e quando está mais frio, ficamos em
ambientes mais fechados, assim os fatores desencadeadores como poeira, pelos de
animais e ácaros, ficam mais evidentes. Além disso, muitos pacientes têm
gatilho, com a mudança do tempo os sintomas aparecem”, ressalta a especialista.
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