Além de ser um fator de risco para a Covid-19, a “pressão alta” é uma das principais causas de morte no mundo, mas pode ser prevenida com mudanças de estilo de vida
Nunca a importância de se cuidar da saúde esteve tão evidente. Desde que a pandemia de Covid-19 mudou hábitos e trouxe consigo o medo do adoecimento, ter uma vida mais saudável se tornou um tema diário na vida dos brasileiros. Neste 7 de abril, quando é celebrado o Dia Mundial da Saúde, é importante chamar atenção para uma patologia silenciosa que pode causar diversos problemas graves. A hipertensão, além de ser a principal causa de morte no mundo e no Brasil, consiste em um fator de risco para agravamento da Covid-19 e pode ser prevenida com mudanças de hábitos.
De acordo com a médica mestre em Saúde da Família e professora da AGES, Nathalie Matos Gama, a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma das principais causas das doenças cardiovasculares, que anualmente são responsáveis por cerca de 350 mil mortes no Brasil. Ela é responsável por 80% dos casos de acidente vascular cerebral (AVC) e também se mostra um agravante em quadros de infarto, aneurisma arterial e até insuficiência renal.
Além de poder trazer estas sérias complicações, a popular “pressão alta” também é um fator de risco para a Covid-19, podendo os pacientes que estão com o problema em descontrole desenvolver mais facilmente os quadros graves da doença.
“Geralmente o hipertenso tem um endurecimento das artérias e outras alterações que comprometem o fluxo sanguíneo para o pulmão. Fora isso, uma circulação comprometida dificulta a chegada de anticorpos e células de defesa nos locais atingidos por infecções, tornando-os grupo de risco”, explica a médica.
Ela alerta para a importância de que os pacientes não descuidem do tratamento, e salienta que existem algumas medidas a serem tomadas pelos hipertensos agora na pandemia, indicadas pela Sociedade Brasileira de Cardiologia.
“Algumas delas são: intensificar medidas de prevenção, como a lavagem constante de mãos e o distanciamento social, manter rigorosamente uma rotina saudável, alimentar-se bem, ter um sono regular, fazer exercício de maneira moderada (cuidado com as academias e esportes coletivos) e evitar cigarro e álcool. Esses são cuidados que já devem ser tomados pelos hipertensos, mas são ainda mais fundamentais agora”, aponta.
Além disso, é indicado à comunidade médica priorizar
cuidados e tratamentos para o novo coronavírus de acordo com a presença ou não
de doença cardiovascular, incluir o cardiologista no time de cuidados dos
pacientes críticos e monitorar com exames a saúde cardíaca de casos confirmados
ou suspeitos com sintomas.
Prevenção e tratamento
A médica frisa que, para evitar a HAS, as pessoas devem manter um estilo de vida saudável com atividade física, boa alimentação com vegetais, frutas, legumes e pouca fritura. Também são cuidados fazer exames periódicos, evitar uso de drogas lícitas ou ilícitas, ingerir pouca quantidade de sal, dentre outros. No caso da doença ocorrer, pode ser preciso uso contínuo de medicações.
“A pressão arterial elevada é tratada com uso de medicamentos anti-hipertensivos a serem avaliados por um médico, que fará uma análise de qual tratamento mais adequado para cada pessoa”, completa.
A hipertensão arterial é uma doença crônica não transmissível (DCNT), definida por níveis pressóricos. Os níveis considerados para pressão alta devem ser igual ou maior que 130 milímetros de mercúrio (mmHg) por 80 mmHg. Ela é multifatorial e pode surgir por causas genéticas, ambientais e sociais.
“O grupo mais propenso a ter HAS varia de acordo
com idade, sexo, etnia, sobrepeso, sedentarismo, etilismo, dentre outros. Com o
passar dos anos, as artérias tornam-se enrijecidas, perdendo sua complacência.
É mais comum em homens jovens e, com o passar das décadas, é mais comum nas
mulheres, sendo que a partir dos 60 anos, tem a mesma frequência em ambos os
sexos”, explica Nathalie.
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