O mês de abril é dedicado à campanha de incentivo e
conscientização à prática de doação de sangue e medula óssea, mas infelizmente,
o número de transplantes de órgãos no Brasil despencou, sobretudo, desde os
primeiros casos de covid anunciados no país. O mesmo acontece com os doadores
de sangue. Por causa da pandemia, muitas pessoas deixaram de doar, com medo de
se expor ao contágio do coronavírus. Como forma de estimular a doação de
sangue, órgãos e medula óssea, o vereador Marcio Ribeiro, do Avante, deu
entrada no projeto de lei 188/2021, que dá prioridade a doadores de sangue,
órgãos e medula óssea, em locais como instituições financeiras, órgãos e
repartições públicas, além de estacionamentos públicos e privados. Para Marcio
Ribeiro, se sancionada, a lei vai melhorar a informação sobre a a importância
da doação, estimulando mais e mais pessoas a serem doadoras:
“Essa lei não tem nenhum benefício especial, é
apenas o reconhecimento dessas pessoas que, de forma voluntária, são doadores.
Principalmente no atual momento que o mundo vive. Segundo a Associação
Brasileira de Transplantes de Órgãos, ao mesmo tempo em que o número de doações
caiu, a taxa de mortalidade de quem está na fila de espera aumentou de 10% a
30%. É necessário estimular e criar essa consciência nas pessoas.
É maravilhoso poder fazer algo a favor da vida de
alguém", avalia o parlamentar, que é autor da lei que concede
prioridade para as pessoas com deficiência no calendário de vacinação.
Quem tem direito e como comprovar?
Serão considerados doadores de sangue aquele que
realize, no mínimo, três doações, no período de 12 meses, atestadas por órgãos
oficiais ou entidades credenciadas pelo poder público. Já os doadores de medula
óssea e órgãos, deverão apresentar carteira de doador impressa ou por meio
digital com a comprovação dos dados, nos últimos 90 dias.
Número de doadores de sangue e órgãos diminui desde
o começo da pandemia
Os dados do Registro Brasileiro de Transplantes
mostram que o número de doações de órgãos e tecidos despencou em 2020. A doação
de córneas caiu em mais de 50% na comparação com 2019. No grupo dos órgãos, a
maior queda foi a doação de pulmão, depois rim, coração e fígado. O transplante
mais realizado com doador vivo, o de rim, foi suspenso em 2020 para proteger os
doadores do risco de serem contaminados pelo coronavírus em hospitais. Isso fez
o número de transplantes renais, entre vivos, cair ao menor patamar dos últimos
36 anos.
No Rio de Janeiro, mesmo com todos os esforços e
campanhas para atrair novos voluntários, o HemoRio (Instituto Estadual de
Hematologia Arthur de Siqueira Cavalcanti) contabilizou uma queda de 4,4% no
número de bolsas de sangue coletadas: foram cerca de 78.400 unidades, em 2020,
contra aproximadamente 82 mil bolsas, em 2019.
Nenhum comentário:
Postar um comentário