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quinta-feira, 4 de março de 2021

Trabalhadores que mantiveram o plano de saúde empresarial após demissão ou aposentadoria podem migrar para um similar, nas mesmas condições do anterior?

Situações como esta são corriqueiras: o trabalhador com plano de saúde empresarial é demitido. Mas, mesmo desvinculado à empresa, consegue manter o benefício por mais dois anos a partir da demissão. Depois desse prazo, se vê forçado a cancelar o plano ou a aderir a um plano individual ou familiar. Se for aposentado, ele tem direito à manutenção do plano pelo mesmo período de contribuição. Esse direito está prescrito na Lei 9.656/1998. Portanto, até aí nenhuma novidade.

Mas algumas ações impetradas no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) têm proporcionado a trabalhadores e aposentados o benefício de migrar para um plano de saúde similar (individual ou até mesmo familiar) nas mesmas condições do anterior, sem carência e por tempo indeterminado.

Embora abra precedentes para qualquer perfil profissional, as decisões são tomadas à luz dos problemas vivenciados por aposentados e portadores de doenças que exigem tratamento ininterrupto. Na visão dos desembargadores que vêm julgando os processos, essas pessoas têm dificuldades de fazer a portabilidade de seus planos. Na prática, o ato da migração fica mais oneroso para os usuários e exige cumprimento de um período de carência que prejudica suas necessidades.

O administrador e gestor comercial da You Saúde, Lucas Vilela, esclarece que a interpretação pelo TJ-SP tem amparo na Resolução Normativa nº. 438, de 2019, publicada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O documento, explica Vilela, estabelece novas regras que conferem maior acessibilidade à migração dos planos de saúde sem prejuízos ao usuário.

“Aliás, não há prejuízo nem para o usuário nem para a operadora do plano de saúde, já que existe uma cobrança feita mensalmente. Essas decisões no âmbito judiciário vão certamente dar maior clareza, flexibilidade e celeridade aos pedidos de portabilidade. Ganha o trabalhador, mas as operadoras não podem ver nisso uma derrota”, avalia.

 

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