Estima-se que de 5% a 15% das mulheres
no Brasil entre 15 a 45 anos sofrem com endometriose, doença que consiste da
presença de endométrio (camada interna do útero que se renova mensalmente
através da menstruação) em locais fora do útero. Pode crescer nos ovários,
intestino e tecidos que revestem a pélvis, e se espalhar além da região
pélvica. As mudanças hormonais do ciclo menstrual da mulher afetam o tecido
endometrial, fazendo com que a área fique inflamada e dolorida,
caracterizando-se então como uma inflamação crônica influenciada por hormônios. iStock imagens
Segundo pesquisa publicada em 2020 pelo Jornal Nutrients, há uma melhora significativa nos sintomas de endometriose como dores e fluxo intenso a partir da redução de alimentos que contém níquel na dieta.
O estudo ainda revela que o metal também interfere na atividade estrogênica, afetando a mucosa intestinal, o que contribui para piorar o quadro de disbiose (desequilíbrio da flora bacteriana intestinal, que reduz a capacidade de absorção dos nutrientes e causa carência de vitaminas, desencadeando sintomas de náuseas, gases, diarreia ou prisão de ventre).
A principal fonte de níquel para seres humanos está nos alimentos, entre eles, destacam-se tomate, cacau, alcaçuz, feijão, cogumelos, trigo integral, farinha soja, cebola, alho marisco, nozes, conservas. Além disso, outros alimentos podem ter contaminação do metal por conta dos fertilizantes.
De acordo com a Dra. Luanna
Caramalac, adotar uma alimentação saudável e equilibrada ajuda a combater a
inflamação no organismo, processo diretamente ligado ao agravamento da
endometriose.
“O tratamento da endometriose se beneficia de cuidados na mucosa intestinal. Uma vez que essa encontra-se saudável e impermeável, diminui a passagem de substâncias mal digeridas e de toxinas à corrente sanguínea, contribuindo para diminuir a inflamação crônica,” informa a nutricionista com foco em prevenção e tratamentos de doenças crônicas degenerativas e emagrecimento saudável.
Durante o estudo, 84 mulheres com
endometriose sintomáticas para distúrbios gastrointestinais foram submetidas a
uma dieta baixa em níquel por um período de três meses. Como resposta, após a
administração da dieta, as pacientes obtiveram uma melhora significativa de
todos os sintomas intestinais, extra-intestinais e ginecológicos, incluindo os
típicos da endometriose (dor pélvica crônica, dismenorreia e dispareunia).
Fonte do estudo: Departamento de
Medicina Translacional e de Precisão e Departamento de Ginecologia, Obstetrícia
e Urologia da Sapienza University, Roma, Itália.
Dra.
Luanna Caramalac Munaro – CRN - 3 49383 – Nutricionista,
atua na área da saúde integrativa com o foco em prevenção e tratamentos de
doenças crônicas não transmissíveis, como: doenças autoimunes, depressão,
infertilidade, câncer, diabetes, HAS, compulsão alimentar e
emagrecimento. Pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional- VP,
em Adequação Nutricional e Manutenção da Homeostase, Pós- graduanda em Nutrição
Comportamental- IPGS, formação em modulação intestinal.
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