Apesar de serem pouco falados, os LUTS (Sintomas do Trato Urinário Inferior) são muito comuns na população, afetando 59% das mulheres e 40% dos homens acima dos 40 anos
O dia 14 de março é
reconhecido como o “Dia Mundial da Incontinência Urinária”, data de
conscientização dessa condição que faz parte de um grupo de sintomas associados à idade, também conhecidos como LUTS (sintomas do trato urinário
inferior, tradução da sigla em inglês). Apesar de serem
pouco falados, os LUTS são muito comuns entre os brasileiros. De acordo com o Brasil LUTS, primeiro estudo epidemiológico sobre os sintomas urinários realizado com a população brasileira, em parceria com a
Astellas Farma Brasil, eles afetam 59% das mulheres e
40% dos homens acima dos 40 anos1. Em pessoas acima de
70 anos, os índices são altíssimos, chegando a
mais de 95% em mulheres e mais de 70% em homens1. Segundo o Dr. Roberto Soler, diretor médico da Astellas e líder do estudo Brasil LUTS, a condição é um risco a todos. “É importante lembrar que, por mais que a doença seja vista como mais recorrente em idosos
ou mulheres no pós-parto, ela pode acometer
qualquer pessoa em qualquer idade.”
A maioria dos pacientes
apresenta alterações no armazenamento e esvaziamento da bexiga1, e os sintomas abrangem
algumas condições, como a Hiperplasia Prostática Benigna (HPB) e a bexiga hiperativa. De
acordo com o Dr. Roberto Soler, é
importante ficar atento aos principais sinais. “Entre os sintomas mais
comuns estão o aumento da frequência
urinária, que implica na necessidade constante
de ir ao banheiro; jato fraco de urina; necessidade de levantar
diversas vezes a noite para urinar;
urgência urinária, que representa uma necessidade incontrolável, mesmo com
volumes baixos de urina na bexiga; e gotejamento nas roupas íntimas”, esclarece.
Embora os sintomas sejam alarmantes, a resistência em buscar ajuda médica é uma realidade. Segundo
o Brasil LUTS, 60% dessas pessoas nunca procuram
um médico para a investigação1. “Muitos pacientes acreditam que os sintomas são naturais da idade, ou relutam em procurar um especialista por sentirem vergonha. Além
disso, muitos deles são bastante ativos ou estão no auge de suas
carreiras, por isso não querem parar para
visitar um médico e acabam recorrendo a pesquisas na internet, algo que pode confundir ao invés de
esclarecer”, alerta Dr. Soler.
Além do desconforto físico trazido pelos LUTS no dia a dia, eles
também podem afetar o emocional e o psicológico do paciente, influenciando na depressão e na reclusão social. Isso acontece devido à necessidade constante de ir ao banheiro e a possibilidade de haver
escapes na roupa íntima, o que traz
dificuldade para os pacientes levarem uma vida normal. “De acordo com a pesquisa
global da Astellas, que analisou a jornada
do paciente com LUTS, é muito comum
pessoas demonstrarem comportamentos
adaptativos, como por exemplo a utilização de fraldas
e absorventes ou
levarem uma troca de roupa para seus
compromissos. Por
isso, é necessário considerar o impacto da doença nos pacientes e conscientizá-los da necessidade de procurarem por ajuda médica que
ofereça informação de qualidade, baseada
em pesquisa científica e que seja de fácil acesso e entendimento”, aponta.
Para Marinilze Ortolano Guerreiro, com LUTS há 7 anos, a condição afetava bastante a sua rotina. “Eu urinava o dia todo e não conseguia segurar, por isso, quando eu precisava
sair de casa eu ia ao banheiro antes e assim
que chegava ao local de destino. Mesmo sem vontade, era
meu modo de prevenir algum tipo de vazamento. No meu dia a dia eu usava fraldas, mas não me sentia
confortável para sair com frequência, inclusive perdi momentos importantes com a minha família, como festas de aniversários e casamentos, por insegurança e medo de passar por alguma situação
constrangedora”, explica.
Importante salientar, também, que muitos
dos sintomas são passíveis de tratamento. “Para indicarmos o tratamento mais apropriado é preciso analisar a
causa, a intensidade dos sintomas e o quanto eles estão incomodando. Em alguns casos,
exercícios do assoalho pélvico e mudanças de estilo de vida, que incluem evitar
o consumo excessivo de líquidos, melhorar o funcionamento do intestino ou
perder peso podem ajudar2. O adequado controle do diabetes e de condições
cardiovasculares também é importante, assim como o tratamento medicamentoso,
que é um dos mais utilizados, graças à eficácia de vários remédios capazes de
melhorar os sintomas do trato urinário2”, complementa Dr. Soler.
Infelizmente, de acordo com o Brasil LUTS, a taxa de procura por tratamento é
baixa, ficando entre 30% e 36%.
Como mencionado anteriormente, os LUTS acometem
mais as mulheres
do que os homens, mas as informações
disponíveis sobre os sintomas no corpo feminino, são ainda menores. “Por um tempo, pensava-se que o
problema era só a próstata, mas a condição pode estar ligada também à bexiga e pode ter relação com doenças
cardiovasculares e neurológicas”, comenta Dr. Soler. Dentre as mulheres que buscam por ajuda médica, 20% ainda
vão ao ginecologista. “Há ainda a falta de
esclarecimento de que o urologista não é
apenas um médico para homens. O ginecologista pode diagnosticar a doença, mas não é o especialista adequado para o assunto”, completa.
Com o objetivo de
conscientizar a população sobre os LUTS, a Astellas, em parceria
com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), criou a campanha #ChegadeAperto,
que visa desmistificar
as condições e fazer um alerta para pessoas que, ao ouvir sons de líquidos, não
conseguem conter a urgência de ir ao banheiro, já que este é um dos sintomas
urinários que gera incômodo e agravo da qualidade de vida.
Para mais informações, acesse
o site e
faça o teste (https://www.chegadeaperto.com.br/).
O Dr. Roberto Soler -urologista e diretor médico da
Astellas Farma Brasil (AFB). Ele possui o título de PhD, pela Universidade
Federal de São Paulo – UNIFESP, e é pós-doutor em Medicina Regenerativa e Urofarmacologia pela
Wake Forest University. Ele também coordenou o programa de check-up de urologia do
Hospital Israelita Albert Einstein entre 2010 e 2016.
Astellas Farma Brasil
Referências
1Soler
R et al. The prevalence of lower urinary
tract symptoms (LUTS) in Brazil: Results from the epidemiology of LUTS (Brazil
LUTS) study. Neurourol Urodyn. 2018;37(4):1356–1364.
2Campanha Dúvida Tem Cura. Portal da Urologia. Disponível em: < https://portaldaurologia.org.br/publico/campanhas/campanha-awareness-luts/> Acesso em 25 de nov. de 2020.
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