Uma parada para as resoluções de final de ano é
muito bem-vinda, traz um “ar” de renovação. É uma época em que nos permitimos
reavaliar nossos objetivos e o rumo da nossa vida. Só o fato de pensar sobre o
que queremos ou o que está faltando já é um ganho, mas é preciso colocar em
prática, fazer acontecer. Separar o realizável do desejável.
2020 frustrou muito as nossas metas estipuladas
para o ano, foi um período que exigiu muita resiliência, dar a volta por cima e
de nos reinventarmos. Como 2021 ainda estará sob o impacto da pandemia, é
importante pensar em metas realistas e também definir metas voltadas ao
autocuidado e à saúde mental, que foi muito afetada neste ano de 2020. Várias
pesquisas identificaram aumento da ansiedade, do estresse e da depressão,
outras mostraram que exageramos na comida, já que passamos muito mais tempo em
casa. Sendo assim, metas que envolvam atividades físicas, uma alimentação
equilibrada, uma disciplina que contemple o descanso, o lazer e boas risadas
são sempre muito bem-vindas.
Como 2021 ainda é um ano que temos que nos moldar
com as exigências sanitárias da pandemia e com a limitações impostas pelas
restrições econômicas, é importante considerar isso na hora de estabelecer as
metas. Definir uma quantidade grande de metas pulveriza muito nossos esforços e
dificulta um planejamento. Já estabelecer um número menor, mas com metas mais
significativas (as mais importantes) ajuda na hora de colocar em prática e de
ver os resultados acontecerem.
Além disso, em ano de incertezas, devemos definir
metas factíveis, mais práticas, com prazos menores, o que faz mais sentido, que
tem mais impacto e relevância com nossos propósitos. O que é difícil, às vezes
dá vontade de “chutar o balde” e de desistir. Minha dica é sempre descrever as
metas de forma mais detalhada possível, estabelecendo qual o objetivo e quais
as etapas necessárias para se atingir. O detalhamento ajuda a colocar em
prática.
Cada meta deve ter um prazo e uma forma de
acompanhamento e mensuração. Uma data nos coloca em movimento para atender esse
prazo. O fato de vermos o progresso e que nosso planejamento está tendo bons
resultados tem efeito psicológico reforçador, ou seja, é um estímulo para não
perdemos o entusiasmo. Por exemplo, ver um gráfico com uma curva descendente em
uma meta de emagrecimento nos mobiliza para querer ver a curva descer cada vez
mais. Tem aplicativos que fazem esse monitoramento.
As metas devem ser flexíveis. Devemos acompanhar e
fazer as mudanças e adaptações que se fizerem necessárias. Na vida nada é
estático, mudanças e adaptação são frutos de aprendizados. E, por último, mas
não menos importante: não esqueçamos de nos presentear em todas as pequenas
conquistas. Rituais de comemoração nos trazem uma sensação de vitória. E que
venha 2021!
Janete Knapik -
psicóloga, mestre em Administração, doutoranda em Psicologia na UFSC, onde faz
parte do Laboratório de Fator Humano do programa de mestrado e doutorado, é
professora do curso de Psicologia da Universidade Positivo.
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