Mesmo
com reabertura de bares e restaurantes a partir desta segunda (6), o setor deve
contabilizar, até o final de 2020, uma queda em suas receitas de 44,7% na
Capital e de 41,9% no Estado de São Paulo, em comparação a 2019. É o que aponta
a Pesquisa IPC Maps, especializada em potencial de consumo dos brasileiros há
mais de 25 anos, com base em dados oficiais.
Segundo
o levantamento, os paulistanos irão consumir cerca de R$ 12,2 bilhões em bares
e restaurante, contra os R$ 22,1 bilhões desembolsados no ano passado. No
Estado paulista, a projeção é que esse valor caia de R$ 78,1 bilhões em 2019,
para R$ 45,4 bilhões neste ano.
Esse é
apenas um recorte da pesquisa, finalizada em maio último, e que leva em
consideração todo o cenário de pandemia, destacando que o consumo nacional nos
diversos setores econômicos se igualará a índices de 2012, com a maior retração
desde 1995. Abaixo, segue release na íntegra com dados nacionais. Caso
interesse, podemos disponibilizar dados de outros setores e/ou regiões
específicas.
Em
baixa, consumo nacional sofre efeitos da pandemia e deve se igualar a índices
de oito anos atrás.
Pesquisa IPC Maps estima
retração de 5,39%, a maior desde 1995
Com a pandemia do novo coronavírus, o consumo das
famílias brasileiras ficará comprometido ao longo de 2020, se igualando aos
patamares de 2010 e 2012, descartando a inflação e levando em conta apenas os
acréscimos ano a ano. A projeção é uma movimentação de cerca de R$ 4,465
trilhões na economia — um crescimento negativo de 5,39% em relação a 2019 —, a
uma taxa também negativa do PIB de 5,89%. A previsão é do estudo IPC Maps 2020, especializado
há mais de 25 anos no cálculo de índices de potencial de consumo nacional, com
base em dados oficiais.
Segundo Marcos
Pazzini, sócio da IPC
Marketing Editora e responsável pela pesquisa, esse crescimento
negativo após a pandemia cria um efeito déjà-vu, já que a economia “retomará os
índices dos últimos anos em que houve um progresso vigoroso”. O especialista
ressalta que no início de março, antes desse cenário de pandemia e isolamento
social, “a previsão do PIB para 2020, conforme o Boletim Focus do Banco
Central, era de +2,17%, o que resultaria numa projeção do consumo brasileiro da
ordem de R$ 4,9 trilhões, superando os R$ 4,7 trilhões obtidos no ano passado.”
O levantamento aponta que, a exemplo de 2019, as
capitais seguirão perdendo espaço no consumo, respondendo por 28,29% desse
mercado. Enquanto isso, o interior avançará com 54,8%, bem como as regiões
metropolitanas, cujo desempenho equivalerá a 16,9% neste ano.
Esta edição do IPC Maps destaca, ainda, a redução na quantidade de
domicílios das classes A e B1, o que elevará o número de residências nos demais
estratos sociais. Para Pazzini,
“essa migração das primeiras classes impactará positivamente o consumo da
classe B2, com uma vantagem de 6,8% sobre os valores de 2019”, explica. As
outras classes, por sua vez, terão queda nominal do potencial de consumo de
2,94% em relação a 2019.
Perfil
básico – O Brasil possui mais de 211,7 milhões de cidadãos, sendo 179,5
milhões só na área urbana, que respondem pelo consumo per capita de R$
23.091,50, contra os R$ 9.916,75 gastos individualmente pela população
rural.
Base
consumidora – Como já citado, neste ano a classe B2 lidera o
cenário de consumo, representando mais de R$ 1 bilhão dos gastos. Junto à B1,
estão presentes em 20,9% dos domicílios, sendo responsáveis por 41,1% (R$ 1,7
trilhão) de tudo que será desembolsado pelas famílias brasileiras. Se para a
classe média a migração da classe alta para os demais estratos é positiva, para
quase metade dos domicílios (48,7%), caracterizados como classe C, o total de
recursos gastos cai para R$ 1,475 trilhão (35,6% ante 37,5% em 2019). Já a
classe D/E, que ocupa 28,3% das residências, consome cerca de R$ 437,9 bilhões
(10,6%). Mais enxuto, em apenas 2,1% das famílias, o grupo A reduz seus gastos
para R$ 528,6 bilhões (12,8% contra 13,68% do ano passado).
O mesmo acontece na área rural que, embora no ano
passado tivera uma evolução significativa, neste ano perde de R$ 335,9 para R$
319,6 bilhões.
Cenário
Regional – O destaque vai para a Região Centro-Oeste que,
ampliou em 7,9% sua participação no consumo, respondendo por 8,86% dos gastos
nacionais. Encabeçando a lista, embora com pequenas contrações, aparece o
Sudeste com 48,42%, seguido pelo Nordeste, com 18,53%. A Região Sul, que em
2019 tinha reduzido sua fatia, volta a subir para 17,97% e, por último, aparece
a Norte, representando 6,23%.
Mercados
potenciais – O desempenho dos 50 maiores municípios
brasileiros equivale a 38,7%, ou R$ 1,759 trilhão, de tudo o que é consumido no
território nacional. No ranking dos municípios, os principais mercados
permanecem sendo, em ordem decrescente, São Paulo e Rio de Janeiro, seguido por
Brasília, que recuperou a 3ª posição, deixando Belo Horizonte atrás. Já,
Curitiba sobe para o 5º lugar, ultrapassando Salvador. Na sequência, Fortaleza,
Porto Alegre, Manaus e Goiânia — esta em 10º —, ocupam os mesmos lugares de
2019. Cidades metropolitanas ou interioranas como, Campinas (11º), Guarulhos
(13º), Ribeirão Preto (18º), São Bernardo do Campo (19º) e São José dos Campos
(21º), no Estado paulista; São Gonçalo (16º) e Duque de Caxias (24º), no Rio de
Janeiro; bem como as capitais Belém (14º), Campo Grande (15º) e São Luís (17º)
também se sobressaem nessa seleção.
Perfil
empresarial – Houve declínio de 13% no número de empresas
instaladas no Brasil, totalizando hoje 20.399.727 unidades. Deste montante,
mais da metade (10,6 milhões) tem atividades relacionadas a Serviços; seguida
pelos setores Comércio, com 5,7 milhões; Indústrias, 3,3 milhões e, por último,
Agribusiness, com 703 mil estabelecimentos.
Geografia
da Economia – Como de costume, a Região Sudeste concentra
51,98% das empresas nacionais, seguida novamente pelo Sul, com 18,15%. Em
caminho inverso, as demais regiões reduziram suas atividades: O Nordeste conta
com 16,96% dos estabelecimentos, Centro-Oeste com 8,27%, e o Norte com apenas
4,65% das unidades existentes no País.
Partindo para a análise quantitativa das empresas
para cada mil habitantes, o levantamento aponta uma retenção geral. As Regiões
Sul e Sudeste seguem liderando com folga, respectivamente, 122,63 e 119,12
empresas por mil habitantes; o Centro-Oeste aparece com 102,17 e, ainda muito
aquém da média, vêm as regiões Nordeste, com 60,30, e Norte, que tem apenas
50,77 empresas/mil habitantes.
Hábitos
de consumo – A pesquisa IPC Maps detalha, ainda, onde os consumidores gastam sua
renda. Dessa forma, os itens básicos aparecem com grande vantagem sobre os
demais, conforme a seguir: 25,6% dos desembolsos destinam-se à habitação
(incluindo aluguéis, impostos, luz, água e gás); 18,1% outras despesas (serviços
em geral, reformas, seguros etc); 14,1% vão para alimentação (no domicílio e
fora); 13,1% a transportes e veículo próprio; 6,6% são medicamentos e saúde;
3,7% materiais de construção; 3,4% educação; 3,4% vestuário e calçados; 3,3%
recreação, cultura e viagens; 3,3% em higiene pessoal; 1,5% eletroeletrônicos;
1,5% móveis e artigos do lar; 1,1% bebidas; 0,5% para artigos de limpeza; 0,4%
fumo; e finalmente, 0,2% referem-se a joias, bijuterias e
armarinhos.
Faixas
etárias – Em crescimento, a população de idosos
supera a margem de 30 milhões em 2020. Na faixa etária economicamente ativa, de
18 a 59 anos, esse índice passa de 128 milhões, o que representa 60,5% do total
de brasileiros, sendo mulheres em sua maioria. Já, os jovens e adolescentes, entre
10 e 17 anos, vem perdendo presença e somam 24,1 milhões, sendo superados por
crianças de até 9 anos, que seguem a média de 29,4 milhões.
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