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quarta-feira, 29 de julho de 2020

Médico detalha todas as técnicas utilizadas em Implante capilar

Cirurgião brasileiro, criador de técnica cirúrgica utilizada mundialmente, Dr. Mauro Speranzini explica sobre cada método utilizado no procedimento de implante capilar – FUE, FUT, FUE com DNI e FUE Robotizada.


O implante capilar se apresenta como a alternativa mais viável para acabar com o problema da calvície e isso é reconhecido por cirurgiões plásticos e dermatologistas do mundo todo. O que pacientes ainda confundem é a respeito das técnicas cirúrgicas que devem ser utilizadas para proporcionar os melhores resultados. De acordo com o cirurgião plástico especialista em implante capilar, Mauro Speranzini, a cirurgia é feita seguindo cálculos das áreas, readequando a quantidade de cabelo que o paciente já possui e eliminando os grandes espaços vazios do couro cabeludo, que resultam na careca. “O que ocorre na verdade nessa cirurgia é um reposicionamento de fios da área doadora – onde tem mais cabelo -, para área receptora – calva”, explica o médico. Ele completa que, todas as técnicas cirúrgicas convergem para o mesmo efeito, entretanto umas são mais eficientes do que as outras.

Entre as técnicas disponíveis no mercado atualmente, as reconhecidas pelas principais entidades médicas que compõem o setor como, ABCRC (Associação Brasileira de Cirurgia de Restauração Capilar), ISHRS (International Society of Hair Restoration Surgery - Associação Internacional de Transplante Capilar) e SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica), estão as técnicas FUE (Follicular Unit Extraction), FUT (Follicular Unit Transplant), FUE aliada a DNI (Dull Needle Implanter) e FUE Robotizada.  Para planejar adequadamente uma cirurgia, e conquistar o resultado adequado de um implante capilar é importante estar atento aos detalhes de cada técnica. É importante ouvir explicações detalhadas de especialistas experientes e examinar as características das técnicas disponíveis atualmente. Especialistas ressaltam que esse cuidado é indispensável para que o resultado do transplante de unidades foliculares atinja os objetivos esperados e evite que o paciente caia em ciladas de profissionais que não conhecem profundamente as técnicas de transplante capilar.


A técnica FUE

O implante capilar por meio da técnica FUE é o mais moderno, seguro e minimamente invasivo procedimento de restauração capilar.  Adotada atualmente pelos maiores centros de transplante capilar do mundo, na técnica FUE, os fios são retirados um a um da área doadora, assim consideradas as regiões da nuca e têmporas, e colocados na região calva do cabeça. “Com a técnica FUE são produzidas microcicatrizes na área doadora, normalmente imperceptíveis a olho nu e o pós-operatório é indolor, proporcionando retorno do paciente mais rápido às atividades profissionais e ainda permite manter o corte do seu cabelo do tamanho que preferir, após passar pelo tratamento”, explica o Dr. Speranizini.

Nesta técnica são retiradas unidades foliculares inteiras (1 a 4 fios) ou uma parte (1 a 2 fios) e em uma única sessão são transplantadas de 1000 a 3.000 unidades foliculares. Como os fios são retirados por meio de uma ferramenta cirúrgica denominada punch, a cicatriz produzida é puntiforme, já que o diâmetro desse instrumento é de apenas 0,8 mm a no máximo 1 mm. Speranzini ressalta que diâmetros maiores eram utilizados em cirurgias grosseiras até o final dos anos 80, em cirurgias ultrapassadas que não podem ser chamadas de implante capilar com a técnica FUE.  “A técnica possibilita extrair pelos de outras regiões do corpo para os casos em que a chamada área doadora - têmporas e nuca - não são suficientes para uma boa cobertura da área calva”, explica o médico.  Ele completa que, pacientes que possuem o couro cabeludo inelástico, pois já se submeteram a mais de um implante capilar com a técnica FUT, tem como alternativa a técnica FUE, pois esta independe da elasticidade do couro cabeludo, já que as unidades foliculares são retiradas uma a uma.


Técnica FUE com DNI

A grande evolução da técnica FUE consiste em aliar a técnica DNI (Dull Needle Implanter), criada pelo Dr. Speranzini, utiliza implantadores adaptados, que dispensam a tradicional pinça na colocação dos fios na área receptora. “É uma espécie de caneta com uma agulha sem corte na ponta, que faz as vezes de microcânula”, ilustra o médico. Ele explica que, com o implanter, é possível realizar incisões bastante delicadas na linha anterior da área calva, com cerca de 0,5 mm, em vez do tradicional 1mm - retirar e já na sequência enxertar as unidades foliculares, sem manuseá-las em excesso.

O médico explica que a circulação e a não lesão dos fios que serão implantados é fundamental para que o cabelo implantado nasça. E, com o uso da Técnica DNI, eles ficam fora do corpo do paciente por pouquíssimo tempo, a adaptação pelo couro cabeludo aumenta significativamente.  “A diferença entre o sucesso e o fracasso da fixação e crescimento do cabelo transplantado no couro cabeludo está em, durante a cirurgia, retirar as unidades com baixo índice de transecção, manipulá-las o mínimo possível, enxertá-las rapidamente, evitar a lesão dos fios pré-existentes e interferir o mínimo possível na circulação sanguínea local”, anota o médico brasileiro, criador da técnica utilizada mundialmente.


A Técnica FUT

Neste método, um fuso de pele é retirado do couro cabeludo com um bisturi – área doadora. As unidades foliculares formadas por fios de cabelo em seu tamanho original –  conhecida como a técnica do Fio Longo – são separadas manualmente, com o auxílio de um microscópio e transplantadas para a área receptora. Logo após o procedimento cirúrgico, já é possível observar um resultado próximo ao final do processo, em razão dos fios serem transplantados sem precisar apará-los. “Durante o período de algumas semanas, o paciente desfrutará do efeito provisório do transplante, antes que os fios longos transplantados caiam para renascerem definitivamente depois de aproximadamente três meses da data da cirurgia”, esclarece o cirurgião.

Esta técnica deixa uma cicatriz linear na área doadora, provocada pela retirada do fuso de pele, que impede o paciente de utilizar cortes de cabelo muito curtos, sob incômodo estético de deixar a cicatriz à mostra, o que não é desejado pela maioria.   Para pacientes que já se submeteram a dois ou mais transplantes capilares, a técnica FUT pode ser inviável, em razão da inelasticidade do couro cabeludo da região da área doadora.

Diferente da técnica FUE, para pacientes com área doadora insuficiente para a cobertura satisfatória da área calva, não há a possibilidade de se utilizar pelos de outras regiões do corpo como barba ou tórax.


Técnica FUE Robotizada

O Robô é usado como auxiliar nas cirurgias de transplante de cabelos na Técnica FUE. Apesar de ser utilizado nesses procedimentos há alguns anos, ainda se apresenta como uma solução futura para a realização de transplante capilar, já que suas funções ainda são limitadas. “Em condições cirúrgicas, o Robô pode funcionar como uma ferramenta que agiliza o procedimento, no entanto com algumas deficiências, porque não retira folículos das regiões laterais que é uma excelente fonte doadora, por exemplo”, completa Speranzini.

Para o médico, que gosta de ser claro e sincero, principalmente para orientar pacientes, o Robô não substitui a eficiência e destreza das mãos de um médico especialista no procedimento de técnica FUE, com o uso de aparelhos motorizados ultramodernos para a retirada das unidades foliculares. “Com o robô o processo de cicatrização e recuperação da área doadora não é tão bom e rápido como o visto com o uso de punches cortantes, pois ele utiliza o sistema blunt, ou seja, punches cegos; não pode ser usado para remover folículos de outras partes do corpo como barba e tórax; não é possível utilizar o Robô raspando em faixas, ou seja, utilizar os cabelos superiores para cobrir a área raspada e camufla-la e não pode ser usado no transplante de barba”, além de ter um custo proibitivo para a maioria dos candidatos a este procedimento, alerta o cirurgião.


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