Na manhã desta quinta-feira (7), o departamento do
trabalho norte-americano divulgou o número dos pedidos iniciais de seguro-desemprego
referente à última semana do mês de abril. Como esperado, os dados permaneceram
acima da média do período, registrando 3.169 milhões ante a projeção de três
milhões. No comparativo anual, em 2019 foram registrados 230 mil pedidos do benefício
no período.
Apesar de os números ultrapassarem os 30 milhões de
desempregados, esta foi a primeira vez em que os pedidos iniciais ficaram
abaixo da sequência de altas iniciada na última semana de março, quando a
economia americana foi atingida pela pandemia. Na época, foram registrados
3.283 milhões de pedidos. Após o pico registrado na primeira semana de abril,
os dados divulgados ontem completam seis semanas seguidas de queda do
indicador.
O processo de demissão nos Estados Unidos foi
rápido, possivelmente na intenção de preservar o caixa das pequenas e médias
empresas ou até mesmo antecipar o fechamento dos negócios que já enfrentaram
alguma restrição financeira. O modelo de contratação também é diferente e
favorece ao trabalhador após a sua dispensa, diferente do modelo europeu que
estimula a empresa e protege os trabalhadores por leis mais duras.
Outro indicador que colabora para o entendimento
que a economia americana pode estar próxima de se estabilizar é a geração de
novos postos de trabalho (payroll) divulgados na manhã desta
sexta-feira (8) pela agência de estatística dos EUA. No mês de abril foram
cortados 20,5 milhões postos de trabalho. O número, apesar de alarmante, está
dentro do esperado para o período, ficando abaixo da projeção inicial de 22
milhões. Outro dado que segue o mesmo caminho é a taxa de desemprego, que
disparou 14,7% no mês de abril, mas permaneceu abaixo da projeção dos 16% para
o período.
Não são números a serem comemorados, mas são o
suficiente para demonstrar algum arrefecimento da crise. No início desta manhã,
o S&P 500, índice que representa as 500 maiores empresas norte-americanas,
sustentava a alta de 1,01%, que vem sendo mantida – sinal de que os dados já
estavam precificados pelo mercado.
É importante observar que o mesmo deve acontecer
aqui no Brasil. Já é consenso que os dados do desemprego no País tendem a
aumentar significativamente a partir de abril. Sendo assim, o momento precisa
ser encarado com muita atenção pelas autoridades, que necessitam começar a
tratar a crise com a seriedade que ela demanda.
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