Durante o pré-natal, quando começam as maratonas de
exames, a maioria das gestantes passa a se atentar mais ao seu estado de saúde
e ao do bebê. E uma pergunta parece ser constante: quais são doenças
podem ser transmitidas da mamãe ao bebê?
Preocupar-se em demasia nunca é bom, mas buscar
informações é sempre uma maneira muito boa para garantir boa saúde a gestante e
seu bebê, até mesmo antes da gestação.
Por isso, o Centro Paulista de Parto Natural - CPPN
listou algumas doenças que podem ser transmitidas de mãe para filho e que
merecem atenção. "Se a gestante tem ciência de possuir alguma delas
durante a gestação, é importantíssimo buscar a ajuda do seu obstetra",
comenta o fundador do CPPN, o ginecologista e obstetra Antonio Julio Sales
Barbosa. Confira:
Sífilis
Transmitida através das relações sexuais ou
transfusão de sangue, a sífilis é uma das doenças transmitidas da mamãe ao
bebê, e que, na gravidez, é causa de abortamento, óbito fetal e diversas
síndromes no bebê, como a hidrocefalia. O tratamento é simples, com
antibióticos, por isso a importância do diagnóstico e de um pré-natal bem
realizado.
Rubéola
Simples quando adquirida na infância e transmitida
através de tosse e espirros, a rubéola é altamente contagiosa. No entanto, se a
mamãe adquirir a doença no primeiro trimestre de gravidez, o bebê pode
apresentar malformações, que podem resultar em surdez, problemas cardíacos,
entre outros. A prevenção é fácil: vacinação.
HIV
Hoje, já sabemos que mamães soropositivas podem
gestar bebês sem o vírus HIV. Para isso, é preciso que a carga viral esteja sob
controle durante a gravidez e na época do parto. Se for esse o caso, é preciso
um acompanhamento bem preciso com seu médico de confiança. E para não haver
riscos, proteja-se e faça exames regulares.
Toxoplasmose
Transmitida por alimentos, água e animais
contaminados, entre outros, a toxoplasmose pode, muitas vezes, ser
assintomática. Por isso, é de extrema importância lavar bem os alimentos e
evitar comê-los crus durante a gravidez, já que a doença pode afetar o bebê
ainda dentro da barriga. Dependendo da fase em que o feto for infectado, pode
causar problemas no cérebro, olhos, fígado e no desenvolvimento fetal.
HPV
Responsável por 70% dos casos de câncer de colo de
útero, o HPV é perigoso para o bebê durante o parto, quando pode infectar o
recém-nascido. As verrugas podem aparecer nas cordas vocais, boca e nariz do
bebê, dificultando sua deglutição e respiração. Em caso de HPV, é essencial o
acompanhamento do médico-obstetra.
Hepatites
A hepatite A é transmitida oralmente, e por isso
tem a maior possibilidade de ser uma das doenças transmitidas da mamãe ao bebê
no momento do parto. O vírus apenas é detectado no leite materno na fase mais
aguda da doença. Caso o parto ocorra nessa fase, a criança deve receber
imunoglobulina anti-VHA.
O vírus da hepatite B, por sua vez, é transmitido
pelo contato com secreções genitais e sangue. O risco de ser uma das doenças
transmitidas da mamãe ao bebê é muito baixa. No caso de mães VHB positivas, o
bebê deve receber imunoprofilaxia, com a administração da primeira dose da
vacina contra hepatite B.
A hepatite C também é transmitida pelo contato com
sangue, e leva à inflamação do fígado, mas raramente desperta sintomas. Muitas
pessoas acabam descobrindo por causa das campanhas de conscientização. A
transmissão de mãe para filho no parto é rara, ocorrendo em apenas 5% dos
casos.
Em todos os casos, realizar os exames de rotina do
pré-natal e tomar as vacinas indicadas é essencial para proteger mamãe e bebê.
Quais cuidados devo tomar?
"Aqui estamos falando dos cuidados com doenças
que podem ser transmitidas de mamãe para filho. No entanto, o cuidado com elas
não deve se limitar às gestantes ou a quem tem planos de engravidar no futuro.
O cuidado serve a todos", alerta o idealizador do CPPN, Antonio Julio.
"Procure sempre realizar acompanhamento médico regular e prevenção para
esses tipos de doenças, seja ela por meio de atitudes que inibam a contração ou
por vacinação".
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