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quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

A farsa chavista continua na Venezuela


Ao não permitir o ingresso na Venezuela de delegação da Comissão de Direitos Humanos da OEA (CIDH), em Caracas, o governo Maduro dá mais uma demonstração de tratar-se de uma deslavada ditadura


Ao não permitir o ingresso na Venezuela de delegação da Comissão de Direitos Humanos da OEA (CIDH), em Caracas, o governo Maduro dá mais uma demonstração de tratar-se de uma deslavada ditadura que impõe um sofrimento diário ao povo daquele país.

Se Guaidó não fosse tão fraco politicamente e se a Venezuela possuísse um líder de oposição com a altivez necessária, muito provavelmente a junta militar que dá suporte a Maduro estaria mais disposta a negociar a deposição do caudilho.
No plano nacional é de se dar graças de não estarmos mais dando suporte a esta farsa que se chama chavismo. A mesma farsa que pretendia eternizar Evo Morales na presidência da Bolívia.

É assustador que o governo Lula e depois Dilma tenham apoiado referido regime que se apropriou da República Venezuelana. E o que foi fazer a presidente do PT no início de 2019 na Venezuela? Prestigiar o ditador? Prestigiar um ditador, enquanto no Brasil sofremos com empregos precários e a fuga de postos de trabalho consolidados para a Ásia.

Espantoso que a esquerda sempre tenha dois pesos e duas medidas quando denuncia ataques à democracia. Certamente, democracia é o regime que nos garante alternância de poder, e não uma farsa que se utiliza de simulações para garantir que o mesmo ditador se eternize no poder.

Diga-se que em 2007 tivemos um teste institucional no Senado para a volta da CPMF no governo Lula, que certamente foi o termômetro da tentação do terceiro mandato. Não passou, como não passaria o terceiro mandato de Lula.

E hoje a esquerda brasileira mostra-se incapaz de propor uma pauta de interesse dos trabalhadores, mostrando-se interessada em pautas identitárias e de figuras burlescas como Maduro.

Maduro é um déspota e não permitir a entrada de membros da CIDH é mais uma lição de seu desdém com os direitos humanos.  




Cassio Faeddo - Advogado. Mestre em Direitos Fundamentais. MBA em Relações Internacionais - FGV SP


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