Doença pode trazer consequências para
a visão
Novembro
Azul do diabetes ou da próstata? Nos últimos anos, no Brasil, Novembro Azul
virou sinônimo de cuidados com a saúde masculina, especialmente o câncer de
próstata. No entanto, o mês também é uma data utilizada para outro alerta
igualmente importante: o diabetes. Definido pela Federação Internacional de
Diabetes e a OMS, 14 de novembro é, desde 1991, o Dia Mundial do Diabetes, que
afeta 380 milhões de pessoas no mundo, de acordo
com a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, são mais de 13 milhões de
diabéticos, o que representa 6,9% da população1. Se não tratada, a
doença pode causar sérias consequências, inclusive para os olhos.
O que é – Retinopatia diabética é quando o diabetes afeta
a retina, parte neurológica do olho responsável pela captação de imagens, e
seus vasos sanguíneos. “Seu diagnóstico precoce é importante, porque a doença
tem início silencioso e, se não tratada, pode levar à perda total e irreversível
da visão”, conta o Dr. Alan Kardec Barreira Júnior, do HCLOE, empresa do Grupo
Opty em São Paulo. “Inicialmente assintomática, quando o paciente começa a
perceber a perda da visão, geralmente, a doença já está na fase mais adiantada.
Primeiro, há um leve embaçamento e, muito rapidamente, pode evoluir com perda
considerável da visão”, explica o médico.
Conforme
explica Sérgio Kniggendorf, oftalmologista do Hospital Oftalmológico de
Brasília – HOB, após alguns anos, a maioria dos diabéticos terá alterações na
retina, independentemente do gênero. Mas o quadro pode se iniciar mais cedo, se
não houver controle da doença, por meio de alimentação, prática de exercícios
e, quando necessário, medicação com acompanhamento médico. Em geral, o
oftalmologista explica que a retinopatia diabética se manifesta 10 anos após o
diagnóstico de diabetes. As pessoas com diabetes e que também têm pressão alta
têm risco muito maior de desenvolver retinopatia diabética, porque ambas as
doenças provocam lesões na retina.
Se é
possível traçar uma relação entre câncer de próstata e diabetes, é a faixa
etária dos pacientes. “Todos após os 50 anos de idade devem ter um cuidado
especial com a visão e realizar o exame de fundo de olho, pois esse é o grupo
mais suscetível a doenças oculares não somente como a retinopatia diabética,
como também glaucoma e degeneração macular relacionada à idade, que podem levar
à cegueira se não diagnosticadas a tempo”, afirma o especialista em retina Dr.
Kniggendorf.
Estima-se
que cerca de 50% das pessoas com diabetes não sabem que têm a doença na América
Latina2. “Muitos diabéticos descobrem que têm a doença no
consultório do oftalmologista. Isso porque apresentam oscilação do grau de
visão e embaçamento provado pela glicemia alta, que modifica e ‘incha’ o
cristalino, alterando a refração do paciente, o que o leva a procurar o
oftalmologista. Já quando a retinopatia diabética se instala, o paciente já
sabe que é diabético, pois são muitos anos de evolução da doença, e os cuidados
devem ser mais frequentes”, afirma o médico do HOB.
Novos
tratamentos – O modo de tratar a retinopatia diabética pode variar de acordo com a
evolução da doença, o que pode incluir desde uma hoje considerada simples
aplicação de laser, injeções intraoculares ou até cirurgias mais complexas,
quando há hemorragias ou descolamento da retina.
Nos últimos anos, a novidade
é o uso de medicamentos injetáveis no globo ocular para controlar a doença.
“Essa aplicação impede a evolução da retinopatia diabética, revertendo casos de
edema (inchaço) macular e de vasos que proliferam, levando a hemorragias e
descolamentos de retina. Isso tem feito com que o número de indicações de
tratamento a laser e cirurgias diminua”, diz o Dr. Kniggendorf.
Tipos de
diabetes – Vale lembrar que existem dois tipos de diabetes. O tipo 1 acomete,
geralmente, crianças e adolescentes. É chamada de doença autoimune, pois o
sistema imunológico ataca as células beta. Dessa maneira, pouca ou nenhuma
insulina é liberada para o organismo, fazendo com que a glicose, não seja
absorvida pelas células. Já o tipo 2 é a apresentação mais comum da doença. Em
torno de 90% das pessoas diagnosticadas (normalmente adultos, mas crianças
também podem apresentar) têm diabetes tipo 2. E ela surge quando o organismo
não consegue usar de forma correta a insulina que produz. Ou, então, o
organismo não fabrica o hormônio suficiente para conseguir controlar glicemia.
Fatores genéticos podem desencadear esse tipo de diabetes, mas o mais comum
envolve casos de pessoas acima do peso e com má alimentação.
Grupo Opty
www.opty.com.br
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