Especialista fala sobre as melhores modalidades
para a prática de esportes por faixa etária
A
prática de exercícios físicos é muito importante para todas as idades. Para as
crianças, auxilia no desenvolvimento da coordenação motora, do raciocínio, da atenção,
da memória, auxilia na prevenção e no tratamento da obesidade, a hipertensão
arterial, o diabetes mellitus e a osteoporose, além de melhorar a autoestima e
a socialização.
É
importante criar o hábito da prática de atividades físicas desde a primeira
infância ou começar assim que possível. Há opções adequadas para todas as
idades. Mas será que alguma atividade não deve ser feita por crianças? Quem
responde a essa pergunta é o ortopedista pediátrico Átila Viscardi Reis*,
professor do curso de Medicina da Anhembi Morumbi, integrante da rede
internacional de universidades Laureate.
Crianças
até 3 anos de idade
A
partir dos seis meses de idade a atividade física deve ser realizada através de
brincadeiras, de preferência acompanhada pelos pais, reforçando as relações
familiares. São estimulados os movimentos de curta duração, como puxar,
empurrar e segurar objetos várias vezes ao dia. As aulas de natação podem ser
iniciadas, beneficiando a respiração e a capacidade psicomotora. As crianças
acima dos 12 meses de idade devem ser estimuladas a caminhar, subir e descer
escadas, rolar e pular no chão, sempre em ambientes seguros.
Crianças
de 3 a 5 anos de idade
Para
favorecer a concentração e a coordenação motora das crianças nesta faixa
etária, as atividades físicas ainda devem ser realizadas por meio de
brincadeiras e muita diversão. “Nesse momento ainda não devem ser propostas
atividades com regras que desestimulem os pequenos”, enfatiza. Para isso,
reserve 60 minutos, de 3 a 4 dias por semana para estimular atividades como
caminhar na rua, andar de bicicleta ou triciclos, subir e descer escadas, jogar
bola ou dançar. Essas crianças também podem praticar moderadamente ginástica
artística, atletismo ou natação.
Crianças
de 6 a 10 anos de idade
“São
acrescentados para esta faixa etária esportes com maior grau de dificuldade
técnica, com regras e realizados em grupos, para continuar colaborando no
desenvolvimento da coordenação motora e do convívio social, que, por fim,
favorecerá o aprendizado de valores, como o respeito, a solidariedade e a
experiência sobre como ganhar e perder”, explica. Entre as opções disponíveis
para estas crianças estão os esportes com bola (basquetebol, voleibol,
handebol, beisebol etc), as artes marciais (judô, karatê, tae-kwon-do, kung-fu
e jiu-jitsu), hipismo, tênis de mesa e de campo. O especialista sugere que, na
medida do possível, seja feito um rodízio de modalidades esportivas para que
criança tenha oportunidade de experimentar diferentes tipos (individual ou
coletivo, com ou sem interação entre os adversários etc.), desenvolver todas as
suas habilidades e identificar suas preferências e aptidões.
Crianças
de 10 a 12 anos de idade
As
atividades físicas moderadas, quando praticadas regularmente, por meninos e
meninas entre 10 e 13 anos de idade, estimulam a produção do hormônio do
crescimento (GH), favorecendo o crescimento estatural. No entanto, a prática
intensa (mais de 36 horas por semana) está relacionada a diminuição no ganho
estatural, pois inibe a produção deste mesmo hormônio. “Para meninas, pode
ainda resultar em um atraso puberal, com ciclos menstruais sem ovulação ou
mesmo ausência de menstruação”, completa.
O
ideal nesta fase é concentrar a prática de uma ou duas atividades esportivas
preferidas, com intensidade moderada, durante uma hora por dia, visando a
participação em pequenas competições, pois já apresentam condições psicológicas
para lidar com as derrotas e as vitórias. No entanto, manter o espírito
recreativo das atividades esportivas ainda é essencial.
Crianças
de 13 a 17 anos de idade
Para
adolescentes, a maioria das modalidades esportivas estão liberadas, inclusive a
musculação o o crossfit, devido ao grau de
desenvolvimento muscular atingido. As participações nas competições esportivas
e a realização de carga de treinamento de alta intensidade são sobrecargas
psicológicas e físicas melhor administrada pelos atletas nessa faixa etária.
“Quando a criança e adolescente têm a atividade física
incluída em sua rotina desde bebê têm mais chances de tornarem-se adulto com
hábitos esportivos. Porém, nunca é tarde para começar”, alerta o professor. No
caso de crianças sedentárias, os pais devem dar o exemplo praticando as
atividades físicas e convidando seus filhos para acompanhá-los nessa prática.
Além disso, é preciso conversar com a criança sobre os benefícios de se
praticar regularmente atividades físicas e as desvantagens relacionadas ao
sedentarismo.
Outra dica importante é que os pais acompanhem a programação
das aulas de educação física da escola, verificando e estimulando a
participação do filho nessas aulas. “É ainda mais fundamental que os pais
estimulem os filhos a brincarem ao ar livre e a participarem de jogos e
esportes da escola, do bairro, do condomínio ou do clube que frequentam, mas
sempre com a saúde em dia”, conclui Reis.
Átila Viscardi Reis - médico especialista em Ortopedia e
Traumatologia pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) e
em Ortopedia Pediátrica pela Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica
(SBOP). Atualmente, ministra aula de Ortopedia e Traumatologia no curso de
Medicina da Universidade Anhembi Morumbi.
Universidade Anhembi Morumbi
Laureate International Universities
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