Permitir
que o filho acesse a internet livremente pode expô-lo a conteúdos inadequados
para seu grau de maturidade e o uso de redes sociais e jogos de videogame por
períodos prolongados podem ser prejudiciais, pois impedem o jovem de se
conectar a outras atividades, como exercícios físicos, estudos e passeios em
família ou com os amigos. De acordo com Karin Kenzler, psicóloga e orientadora
educacional do Colégio Humboldt, – instituição bilíngue e multicultural
(português/alemão) localizada em Interlagos (SP) – os pais precisam estabelecer
um diálogo claro com os filhos, para que eles escutem seus argumentos sobre o
uso consciente da internet e entendam quais são os benefícios e os malefícios
que ela pode trazer.
Para
ela, adultos devem dar o exemplo e mostrar que também estão dispostos a acessar
as novas tecnologias com moderação. “Regrar pode ser uma discussão conjunta da
família. Especialistas recomendam duas horas diárias por dia entre TV e os
demais eletrônicos”, afirma. Ser criterioso na escolha dos jogos, promover
discussões sobre o conteúdo dos games e da qualidade das relações sociais
online e acompanhar a vida social deles nos sites são também estratégias que os
pais podem adotar para se inteirar da presença digital do filho nas redes.
Para
a psicóloga, a limitação de jogos e internet não deve ser entendida como uma
punição. “Quando proibimos o acesso à internet como castigo, estamos dando uma
dupla mensagem, de que o uso pode vir a ser uma recompensa para um bom
comportamento, uma espécie de prêmio, e também de que a tarefa escolar cobrada,
em contrapartida, é algo chato que precisa ser cumprido forçosamente”,
ressalta. Ela avalia que é necessário salientar aos jovens que as regras de boa
convivência do mundo offline também se aplicam ao mundo online – assim,
condutas agressivas, intimidatórias ou criminosas devem ser igualmente
combatidas.
Ela
ainda aponta que os malefícios causados pela tecnologia são causados apenas
pelo excesso ou inadequação do uso. “O uso excessivo por parte de crianças,
adolescentes e até mesmo adultos prejudica o desenvolvimento físico e motor em
função do sedentarismo e, em crianças em especial, o desenvolvimento
sensorial”.
Como
sugestão para diminuir o tempo que os adolescentes passam na internet, Karin
explica que os pais devem oferecer alternativas de atividades, feitas em
conjunto ou separados – como livros, jogos e passeios – para despertar em seus
filhos o interesse por outras formas de lazer.
Para
a especialista, “o uso da internet não é um instrumento de coerção, mas um novo
meio de informação, comunicação e diversão”. Buscar um equilíbrio entre o tempo
que o adolescente passa consumindo conteúdo na internet e entretido com outras
atividades, prezando pelo diálogo, é um bom caminho para seu bem-estar e
desenvolvimento.
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