Mulheres são as mais
atingidas por doenças na tireoide, que vêm crescendo nos últimos anos. Novas
tecnologias permitem tratamento minimamente invasivo sem cicatriz e e até sem
cirurgia.
Em 25 de
maio, comemora-se o Dia Internacional da Tireoide e especialistas alertam para
novos tratamentos , já que há um crescimento de novos casos de doenças de
tireoide nos últimos anos. Os problemas são três vezes mais frequentes em
mulheres do que em homens. A tireoide é pequena, mas uma das maiores glândulas
do nosso corpo, fica no pescoço, produz os hormônios T3 e T4, sendo essencial
para o funcionamento de órgãos importantes como fígado, coração e rins.
INOVAÇÃO NO
TRATAMENTO - Novas tecnologias minimamente invasivas são uma tendência da
medicina no mundo todo e estão sendo feitas com sucesso no Brasil nas doenças
de tireoide. Após descartada a hipótese de câncer, os nódulos benignos ainda
geram desconforto, principalmente em mulheres que não querem uma cicatriz no
pescoço. Hoje, um procedimento chamado Ablação por Radiofrequência é
feito com a introdução de uma agulha fina no nódulo, guiada por
ultrassonografia e que age por meio de ondas de calor. O paciente não precisa
de internamento porque vai embora no mesmo dia, a anestesia é local com
sedação, não há corte no pescoço, nem cicatriz. A técnica reduz
consideravelmente de tamanho o nódulo, resultado visto já nos primeiros meses
após a sessão. Em 80% dos casos há uma diminuição de 75% do tamanho dos nódulos
entre 6 meses a 1 ano. Além disso, preserva as funções hormonais da glândula e
evita uso de remédios de reposição hormonal para o resto da vida.
NOVA
TECNOLOGIA PARA O CÂNCER DE TIREOIDE- Mas se o diagnóstico é de câncer, o
tratamento sempre é cirúrgico. Conforme cada paciente e sua condição clínica,
agora a tireoidectomia total ou parcial também pode ser feita com acesso
endoscópico dentro do lábio e não só pelo pescoço como a cirurgia tradicional.
”A cirurgia endoscópica é feita com equipamentos de vídeo, a câmera aumenta a
imagem e muda a forma como o cirurgião manipula e enxerga as estruturas da
glândula, diminuindo certos riscos, a dor no pós-operatório e a cicatriz é
invisível por dentro da boca ”, afirma o cirurgião de cabeça e pescoço Leonardo
Rangel, especialista pelo INCA, médico e pesquisador da UERJ e professor do
curso que aconteceu em abril deste ano sobre o método, na Johns Hopkins
University, EUA, a mais renomada faculdade de medicina do mundo e pioneira da
técnica.
"O
câncer de tireoide é o mais comum da região de cabeça e pescoço e quase
80% dos casos são do tipo papilífero, que é menos agressivo e quando pequeno
pode se detectar em exames de rotina", diz Rangel. Outros tipos de carcinoma
são: o folicular, (responsável por 10 a 30 % dos casos), o medular (quase 5%) e
o anaplásico, que corresponde a 2%, mas é o mais agressivo, além de tumores
mais raros. Ainda segundo o cirurgião, “o câncer de tireoide requer tanto
cuidado no tratamento quanto qualquer outro tipo de câncer, não deve ser
visto como um câncer mais fácil ”.
De acordo com
a SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), 67% da população
brasileira entre 30 a 60 anos poderá desenvolver nódulos na glândula em algum
momento da vida. O risco do nódulo ser câncer depende do seu tamanho,
características e da presença de gânglios cervicais. As causas podem ser
histórico familiar de câncer de tireoide, dieta pobre em iodo e manter o peso
corporal adequado ajuda a prevenir disfunções na glândula. "Em 90% dos
casos, os nódulos são considerados benignos. Mesmo assim precisam atenção e ser
tratados, porque podem causar hipotireodismo e hipertireoidismo, dificuldades
de fala, respiração, mastigação e até para engolir, além do aumento exagerado
do pescoço, conhecido por papo; e em
muitos pacientes há nódulos que não respondem ao tratamento clínico, precisam
ser retirados”, finaliza Rangel.
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