Na
semana passada tivemos o Dia Internacional das Mulheres. Instituído em 1975
pelas Nações Unidas, a celebração se iniciou em 1909, quando o Partido
Socialista da América organizou um "Dia da Mulher" pedindo igualdade
de direitos civis e a possibilidade do voto feminino. Mas apesar de todos os
avanços conquistados até hoje, quando falamos sobre mercado financeiro e mais
especificamente sobre investimentos, o cenário ainda tem as mulheres como
minoria.
Uma
pesquisa conduzida pela Morningstar em 2017 mostra que não só o sexo feminino
tem menos autonomia na hora de investir seu patrimônio, bem como está menos
presente em cargos de liderança de empresas de investimentos. Apenas 7% dos
gestores são mulheres. Quando falamos da mulher como investidora, o cenário se
repete. A mesma pesquisa mostra que dos cadastros no Tesouro Direto, apenas
25,7% são do sexo feminino. No que tange a renda variável, a atuação é menor
ainda: somente cerca de 22,8% dos investidores da B3 são mulheres.
O
exposto acima, contudo, não tem fundamento. No mundo das finanças
comportamentais, por se sentirem menos seguras e serem mais cautelosas, a
maioria das mulheres acaba tendo excelentes resultados. A menor impulsividade
faz com que escolham melhor seus investimentos, levando muitas vezes a terem
maiores ganhos do que os homens.
Quando
falamos do perfil de investidor, as mulheres tendem a ser mais conservadoras,
preferindo produtos como renda fixa e emissões bancárias como CDBs, LCAs, LCIs,
CRIs e CRAs. Essa postura faz com que elas evitem explorar ativos mais
arriscados como ações, fundos multimercado ou de ações, ou seja, produtos com
maior risco.
O
salário das mulheres também é menor quando comparado aos seus pares do sexo
oposto. Uma pesquisa feita pela Catho em 2018 mostra que a remuneração feminina
pode chegar a ter uma diferença de 38% em relação a dos homens. Com isso, elas
têm menos patrimônio para investir e então poder diversificar suas classes de
ativos.
O
futuro, porém, parece ter um quadro mais otimista. Nos últimos dez anos, o
número de mulheres que opera em bolsa cresceu 10% - porcentagem ainda bem menor
do que a masculina no mesmo período, mas que vem aumentando de forma
exponencial. A mulher está mais consciente sobre sua autonomia e sobre a
importância do seu papel como gestora do seu dinheiro, dos seus investimentos e
até das finanças familiares.
Sharon Halpern - sócia e assessora da Blackbird
Investimentos, escritório credenciado à XP Investimentos.
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