As principais queixas delas em
consultórios médicos
Existem algumas
doenças que aparecem com maior frequência nas mulheres, ou apenas nelas.
Março é o mês dedicado às mulheres, e quando o assunto é sobre elas, a saúde não pode ser deixada de lado. Os médicos do HNSG falam sobre alguns dos problemas de saúde mais comuns do mundo feminino em seus consultórios e dão dicas de cuidados e prevenção.
Mastalgia e
nódulos benignos
A dor mamária, mais conhecida
como mastalgia, é um dos sintomas mais frequentes das mulheres que vão ao
consultório de mastologia. O mastologista do HNSG, Dr. Cícero Urban, explica
que a maioria das causas de dor na mama estão relacionadas a problemas
hormonais, alimentação, ao uso de medicamentos ou, muitas vezes, não
tem uma causa específica. "É muito frequente as mulheres terem dor na mama
no período pré-menstrual, e isso não é uma doença e ,sim, uma situação
bastante comum e dentro do esperado", diz o médico. Segundo o
mastologista, é muito comum as pacientes relatarem sentir medo, achando que
essa dor possa ser um câncer de mama. "O câncer de mama
não dói. Isso é uma coisa que a gente tá sempre orientando a paciente
para ficar tranquila", comenta o médico. Já o nódulo na mama, pequeno
caroço, surge na maioria das vezes na adolescência, e início da fase adulta,
até os 30 e 35 anos. "Nessa fase é provável que os nódulos sejam benignos.
Mas é claro que precisamos avaliar, porque também nessa fase do adulto jovem, é
raro, mas a doença pode surgir", comenta Dr. Cícero.
Cistite ou infecção urinária
A infecção urinária é uma das
doenças mais prevalentes nas mulheres por um motivo - a localização da uretra.
"A uretra, canal da urina nas mulheres é mais curto, e fica em uma região
mais contaminada, perto da vagina e do ânus, então isso faz com que a mulher
tenha mais infecção urinária do que o homem. A gente considera normal que a
mulher apresente até três episódios de cistite por ano, ou duas a cada seis
meses", explica o urologista do HNSG, Dr. Fernando Meyer. A dica do
especialista para evitar essas infecções é tomar bastante líquido, esvaziar a
bexiga com frequência, não ficar segurando muito para urinar, cuidar para o
intestino funcionar bem, e sempre esvaziar a bexiga após a relação
sexual", afirma o urologista.
Dor de Cabeça
Qual mulher nunca se queixou
de estar com dor de cabeça? De acordo com o neurorradiologista do HNSG,
Dr. Robertson Pacheco, nas mulheres a dor de cabeça é mais comum devido as
variações hormonais. “É comum mulheres portadoras de enxaqueca
apresentarem dores nas fases pré, durante ou após a menstruação. Esse tipo de
enxaqueca é chamado de enxaqueca menstrual e tende a melhorar
espontaneamente na menopausa”, afirma o médico. “Muitas mulheres têm as
crises pioradas, ou até melhoradas, a partir do momento que iniciam o uso
de anticoncepcionais orais”, acrescenta. Segundo o médico, a
enxaqueca é tratada com analgésicos e, após algumas horas, seus sintomas
desaparecem. "Caso a dor seja intensa e não diminua após a ingestão do
medicamento indicado, deve-se procurar um pronto-atendimento, pois o caso pode
ser mais sério”, alerta.
Melasmas
Segundo a dermatologista do HNSG, Dra. Isabela Fronza, um dos casos mais recorrentes e que as mulheres se preocupam muito, são manchas de pele tipo melasma que surgem no rosto, e que é muito comum o aparecimento na faixa dos 20 aos 50 anos. "A genética, exposição ao sol, uso incorreto de cremes no rosto, hormônios, gestação, algumas medicações e doenças de tireóide são fatores de risco para o desenvolvimento do problema", diz a médica. Mais recentemente as manchas foram relacionadas com luz emitida por telas de computadores, tablets, celular e tv.
As manchas são de tonalidade marrom acinzentada, bem marcadas, sem alterações de textura, persistentes na face. O tratamento pode ser feito com cremes clareadores, peeling, laser e luz pulsada, e microagulhamento, conforme indicação de um dermatologista. "O tratamento não cura, mas melhora muito o aspecto das lesões", diz a especialista. Para prevenir, a médica orienta cuidado com exposição à luz."Utilize sempre um protetor solar acima do fator 30 e com algum pigmento, pois a cor além de dar uma cobertura nas manchas ajuda a amenizar a radiação que não vemos", indica a dermatologista.
Corrimentos vaginais e Vaginites
De acordo com o ginecologista
e obstetra do HNSG, Dr. Edison Tizzot, a leucorréia ou corrimento como é mais
conhecido, é uma queixa frequente nos consultórios de ginecologia. “É a
queixa mais comum entre as pacientes. Esse corrimento pode representar apenas
uma secreção normal, formada pelo organismo entre os ciclos menstruais, ou pode
estar associado a doenças, com a presença de germes ou bactérias”, diz Dr. Tizzot.
O médico orienta que é preciso observar se esse corrimento tem cor, odor forte
, e se provoca coceira, ardência ou desconforto. "Esses sintomas podem
indicar uma infecção por fungos, bactérias, ou mesmo uma doença
mais importante, que deve ser tratada pelo médico o mais breve possível ”,
esclarece Tizzot.
Os sangramentos irregulares
também chamam à atenção. “Os escapes, ou sangramentos irregulares, podem
ocorrer principalmente entre as mulheres que utilizam pílula ou DIU como
métodos contraceptivos. Mas estes sangramentos podem mascarar uma doença. Por
isso, é indicado consultar um ginecologista, para confirmar se o sangramento
está associado ao método anticoncepcional ou não”, diz o médico. Também é muito
comum o relato de dores no baixo ventre, que podem ser cólicas menstruais
simples ou estar relacionadas a inflamações, infecções ou, em casos mais
graves, a doenças como a endometriose. “Hoje, é cada vez maior a incidência da
endometriose entre as mulheres em idade reprodutiva. Isso acontece, entre
outros fatores, porque elas têm menos filhos e em idade mais avançada.
Consequentemente irão apresentar mais ciclos menstruais durante a vida, sendo
expostas aos hormônios por mais tempo”, afirma Dr. Tizzot. Mas, ressalta por
último, que a maior procura das mulheres nos consultórios ginecológicos ainda
destina-se a prevenção de doenças. “Isto bem demonstra a preocupação e
consciência das mulheres de realizarem exames periódicos, o que tem permitido
instituir-se medidas efetivas de prevenção do câncer ginecológico, e, nos casos
em que ele ocorre, o diagnóstico precoce permite um tratamento mais efetivo”,
finaliza.
Osteoporose
Ossos frágeis e finos, que
causam fraturas. Esses são problemas decorrentes da osteoporose – uma
doença que afeta milhões de brasileiros, especialmente mulheres no período
de climatério. “A mulher, após a menopausa, apresenta um decréscimo em torno de
1% de sua massa óssea por ano”, afirma o ortopedista do HNSG, Dr. Renato Raad.
O ortopedista ressalta que a doença progride lentamente e raramente apresenta
sintomas, sendo que na maioria das vezes as fraturas são as primeiras
manifestações clínicas. “Fazer exercícios físicos regularmente, dieta com
alimentos ricos em cálcio, reposição hormonal durante ou após a menopausa,
ajudam a prevenir a doença”, fala.
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