Doenças respiratórias podem ser controladas para
permitir curtir a terceira idade
Para quem é aposentado, viajar sem prazo para
voltar para casa pode ser uma realidade. Segundo dados do IBGE, idosos
representam 13% da população brasileira em 2018 e a expectativa é que até 2060
a população com mais de 60 represente 32% do total de brasileirosi.
O avanço da medicina e a crescente preocupação da população com um
envelhecimento saudável e qualidade de vida contribuem para o aumento da
expectativa de vida, que no Brasil é de 75 anos. Para o setor de turismo,
estamos falando de um nicho de mercado muito promissor, já que é a única camada
da população que cresce.
Na área da saúde, essa geração escolhe alternativas
mais saudáveis, exercícios físicos e uma alimentação balanceada. É o que aponta
a pesquisa "Silver Seekers: The New Age of Boomer Wellness"ii,
da autoridade mundial em previsão de tendências WGSN. Com alguns cuidados e o
tratamento correto, é possível viajar sem que doenças respiratórias, como a
asma ou a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), impacte a rotina e o lazer
dos idosos.
A DPOC é uma sigla que indica, geralmente, a
combinação de doenças que reduzem o fluxo de ar nos pulmões, provocando
sintomas como falta de ar, tosse seca e pouca disposição para fazer as
atividades do cotidiano. Geralmente, os nomes bronquite crônica e enfisemaiii
são os mais usados para se referir a condição.
O diretor da Comissão de Infecções Respiratórias da
Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia, Dr. Mauro Gomes, alerta que "os
pacientes, muitas vezes, não sabem reconhecer e explicar para o médico
exatamente o que estão sentindo. A falta de ar, por exemplo, costuma ser
relatada como um cansaço constante. Muitas vezes eles atribuem isso ao
sedentarismo, excesso de peso ou à própria idade e não imaginam que já exista
uma doença pulmonar. Outras pessoas evitam ir ao consultório também porque
sentem culpa pelo hábito de fumar – e não sabem como parar".
Sua principal causa é o tabagismo, mas isso não
significa que pessoas que nunca fumaram não devem estar atentas aos sintomas.
Poluentes ambientais e gases emitidos pela queima de combustível, também afetam
a função pulmonariv e são fatores de risco para desenvolver a
doença. Como os sintomas da DPOC são parecidos com os de outras doenças
pulmonares, as pessoas que desenvolvem a doença não costumam dar atenção aos
sinais no começo da doença e acabam procurando o especialista quando a condição
está avançada.
Com a mudança do perfil populacional, o Dr. Mauro
Gomes defende uma mudança também na forma como cuidamos da saúde para que um
envelhecimento ativo vire realidade para um número cada vez maior de idosos.
"O normal em qualquer idade é se sentir bem, poder passar tempo de
qualidade com a família, viajar para lugares novos e praticar atividades
físicas que contribuam para uma vida mais saudável", comenta.
Para isso, o diagnóstico precoce é fundamental. "Um dos
exames mais simples e acessíveis para o diagnóstico da DPOC é a espirometriav (teste do
sopro). A partir dessa primeira triagem, o paciente deve fazer outros exames
para avaliar a função pulmonar e ter um diagnóstico mais preciso",
completa.
Além do acompanhamento médico, o especialista
indica o tratamento regular com medicamentos para evitar restrições no dia a
dia do paciente. "O uso contínuo da medicação reduz complicações pela doença e evita
limitações na rotina do paciente. O tiotrópio, uma das opções de tratamento,
reduz em 16% o risco de morte nos pacientes com DPOC",
explica. Medidas além do tratamento convencional também são fundamentais, como
a prática de atividade física regular com acompanhamento médico, vacinação
contra gripe e pneumonia e não fumar.
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