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sábado, 26 de janeiro de 2019

Viaje, mas não deixe seu pet sozinho



Chega o período de férias escolares, as famílias aproveitam para viajar com as crianças e os pets que não que seguem junto com os seus tutores, precisam de cuidados. De acordo com a médica-veterinária e membro da Comissão de Bem-Estar Animal, do Conselho Federal de Medicina Veterinária, Liziè Buss, a recomendação, de modo geral, é que os animais de estimação não fiquem sozinhos e tenham sempre a companhia de uma pessoa ou de um outro animal de estimação.

Os animais domésticos, no geral, são sociáveis, diz Liziè. “Eles gostam e evoluíram para viver em grupo”, garante. Por isso, ela ressalta que a solidão para os cães pode sim ser problemática, mesmo que por poucos dias.  


Cuidados

Para não deixar os pets sozinhos, existem creches e hotéis, bem como os cuidadores que visitam a casa do tutor em períodos do dia e/ou noite para fazer companhia e alimentar os animais durante a ausência da família.

Também existem os produtos e jogos de enriquecimento ambiental, que ajudam a manter o animal ocupado nos períodos em que ele fica sozinho, reduzindo a ansiedade.

Exercícios também ajudam bastante, pois “os animais gostam de trabalhar pelo seu alimento”, assegura Liziè. Passeios, caminhadas e brincadeiras antes de deixar os animais sozinhos são recomendados, pois eles se cansam e conseguem relaxar um pouco mais.

A médica-veterinária destaca que os cães que são muito sensíveis devem ter treinamento adequado para que possam se adaptar à rotina moderna das famílias e possam ficar alguns períodos sozinhos.

“É preciso ensinar os animais a ficarem sozinhos e, para isso, é importante que os tutores contratem adestradores positivos e tenham um plano de treinamento adequado, de forma a educar o animal a permanecer sozinho e confortável por algum tempo”, recomenda.


Danos

Segundo Liziè, os animais que não socializam, acabam tendo uma série de problemas, como demonstração de agressividade com outros animais e/ou com pessoas; ansiedade de separação, algumas vezes até necessitando de tratamentos medicamentosos; situações que podem gerar mutilações; e desespero e comportamento de pânico.

“São situações que podem interferir na qualidade de vida da família e também da comunidade, que muitas vezes se deparam com cães que uivam e choram o dia inteiro ou tentam fugir”, diz a médica-veterinária.

Mas a especialista alerta que os animais, assim como nós, têm dias de tédio, de frustração. “Não é porque em algum momento o cão gritou, chorou, uivou, que isso necessariamente é maus-tratos”.


Maus-tratos

Sobre ser considerado maus-tratos deixar os animais a sós, Lizè diz que depende de avaliação de um profissional, médico-veterinário ou zootecnista, especialista em perícia, que irá verificar se o período de isolamento provoca sofrimento ou não ao animal.

De forma geral, o que a médica-veterinária aponta é que manter os animais em isolamento social, sendo negligentes com relação a necessidade de expressar comportamentos naturais, de criar vínculos emocionais, de carinho, atenção e socialização, aí sim são condições que podem a vir ser consideradas como maus-tratos.


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