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segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Como conciliar uma alimentação saudável em uma época tão especial e fora da rotina?


Uma das questões que mais inquieta os pais, acerca da alimentação de seus filhos, se relacionam com o período das férias. Como conciliar uma alimentação saudável em uma época tão especial e fora da rotina?

Na verdade podemos aproveitar este período especial e de maior aproximação das famílias para explorar as possibilidades de mudanças de hábitos alimentares, contudo sem atrapalhar o clima de alegria e diversão das férias.

Estudos na Universidade de Loughborough - um dos principais centros de pesquisa em psicologia infantil, com especialização em hábitos alimentares infantis -  liderados pelas Dra. Gemma Witcomb e Dra. Emma Haycraft, criaram uma lista de dicas para combater o repúdio das crianças às saladas, frutas e verduras, como parte de uma campanha de saúde e bem-estar no Natal e no Ano Novo.

A biologia evolutiva dá às crianças uma oportunidade maravilhosa durante o período de férias: uma desculpa científica comprovada para não gostar dos vegetais. Nossos ancestrais aprenderam a desenvolver uma preferência por sabores doces, que sinalizavam alto conteúdo de energia, sobre alimentos amargos, que corriam o risco de ser podres, à medida que caçavam e se alimentavam para sobreviver.

Então os jovens não estão sendo estranhos quando dizem que não gostam de verduras, eles estão simplesmente exibindo instintos naturais de nossos ancestrais coletores. A recusa alimentar é, na verdade, um estágio previsível do ponto de vista do desenvolvimento, pelo qual a maioria das crianças passa, com um pico de 18 a 24 meses de idade. Se o seu filho estiver nesta fase da vida, não se surpreenda se a oferta de verduras não for engolida com muita alegria. Igualmente, não se surpreenda se eles parecerem mostrar mais interesse em comer doces e sobremesas nas férias do que as saladas. A preferência por sabores doces e a antipatia por sabores amargos são inatas e estão fortemente enraizadas em nossa biologia evolutiva, além de conterem alta densidade de energia. O importante é como esses comportamentos alimentares são gerenciados.

Combata a confusão e as brigas durante as férias com estas dicas: 

  • Relaxe a pressão: o período de férias é bastante estressante. Não se concentre na rejeição dos vegetais por parte do seu filho e não o pressione a comer algo que ele não quer. Não é o momento para incentivá-lo a gostar disso a longo prazo. 

  • Aproveite as muitas refeições e encontros familiares como uma oportunidade para modelar um comportamento alimentar saudável: as crianças aprendem com os outros e, muitas vezes, tentam um novo alimento se virem outras pessoas comendo e desfrutando. Existe um vegetal que você está lutando para convencer seu filho a comer? Sirva-se em uma refeição em família e faça com que os outros se envolvam em mostrar ao seu filho que o gosto é bom. 

  • Observe o tamanho das porções, pois nas férias estão frequentemente associadas ao excesso e à permissividade. Certifique-se de não fornecer quantidades pouco realistas às crianças e, tampouco, pressione-as para que comam tudo. Continuamente, isso leva a criança a não reconhecer quando está satisfeita, além de não promover refeições alegres e saudáveis.

  • Elogie seu filho por comer (qualquer quantidade) de sua refeição e por experimentar novos alimentos. Todos gostamos de elogios e isso motiva os pequenos a novos hábitos alimentares. 

  • Evite ter muita comida à mostra, se você não quer que seu filho coma. A restrição ostensiva a um tipo de alimento torna-o altamente valorizado e, consequentemente, este alimento passará a ser consumido em excesso quando o acesso for livre. Tente manter a comida fora da vista até que a criança esteja na cama ou, ainda, você pode fracioná-la em porções do tamanho apropriado. Isso facilita que a criança aprenda a comer com moderação.

  • Lembre-se: estão de FÈRIAS e alguma indulgência é permitida como parte de um estilo de vida saudável.

Quando confrontados com uma criança que tem uma dieta limitada, recusando alimentos, incluindo alguns alimentos que já provaram e gostaram anteriormente, e mostrando preferências apenas por alimentos pouco saudáveis, muitos pais sentem-se inseguros sobre como administrar cada refeição. E, em alguns casos, as táticas usadas podem exacerbar inadvertidamente o problema. Mas acredite: seguindo estas simples dicas você estará contribuindo para uma educação alimentar e pode encorajar os pequenos a melhorar a dieta, despertando hábitos alimentares saudáveis.







Dr.Hugo da Costa Ribeiro - pediatra especializado em doenças metabólicas e infecciosas, Fellow em Nutrologia Infantil pela Universidade de Cornnel em New York e professor Associado do Departamento de Pediatria da FMB da Universidade Federal da BahiaTem experiência na área de Medicina, com ênfase em Nutrologia Pediátrica. Também foi consultor da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde.


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