Susanne Andrade, autora de "O
Poder da Simplicidade no Mundo Ágil", lista prós e contras de fazer
amizades no ambiente corporativo, e dá dicas para administrar esses
relacionamentos para que sejam benéficos para o trabalho
Crédito: iStock
Ter
amigos no trabalho ou manter a política da boa vizinhança, sem aprofundar
nenhum relacionamento? Essa é uma pergunta que ainda divide opiniões. Uma
pesquisa recente liderada pela Comparably mostrou que, de mais de 33 mil
trabalhadores em toda a indústria de tecnologia, mais da metade relatam ter
grandes amigos na empresa em que trabalham.
Para
a especialista em desenvolvimento humano Susanne Andrade, ter amigos no
trabalho pode ser uma experiência vantajosa e positiva, inclusive para o
aspecto profissional. "No momento em que a pessoa sabe que tem vínculos no
ambiente de trabalho, colegas com quem ela pode criar elos e conexões, ela se
sente mais feliz naquele lugar, se entregando mais por gostar dos profissionais
que estão ali, e construindo um ambiente de confiança", explica ela.
Susanne
lista alguns prós e contras da amizade no trabalho:
Pertencer
a um grupo
Pesquisas
mostram que, depois de contar com comida e abrigo, pertencer a um grupo é uma
necessidade humana fundamental. "Considerando que passamos entre 8 e 9
horas diárias no trabalho (sem incluir o tempo de deslocamento), temos muito
menos tempo para atender às nossas necessidades sociais fora do trabalho.
Quando não estamos trabalhando, estamos lidando com familiares, questões
pessoais ou tentando descansar quando podemos", pontua Susanne.
Nesse
sentido, é mais fácil achar amigos no próprio trabalho do que em outras
situações e ambientes da vida cotidiana. Mas, segundo a especialista, é preciso
ter cautela, pois você pode conhecer o seu "melhor amigo" no
trabalho, como também pode fazer uma amizade que possa se tornar prejudicial.
"É preciso ter maturidade para separar o que é profissional e o que é
pessoal", comenta.
Divergências
x amizade
Quando
ocorre uma discussão por conta do trabalho, entre amigos, isso pode ocasionar
um rompimento daquela amizade. "O certo seria sair do escritório e não
misturar a discussão profissional com a vida pessoal, continuar como se nada
tivesse acontecido. Mas, aqui no Brasil, é muito comum que as pessoas não
saibam separar isso, o que pode causar problemas", avalia a autora.
Chefe
x amigo
Outro
ponto importante que Susanne ressalta é que gestores devem deixar a amizade de
lado quando tiverem informações que não podem passar para seus funcionários,
mesmo que sejam amigos fora do trabalho. "Quando a pessoa não tem
maturidade suficiente para separar as coisas, a amizade pode atrapalhar".
Se
existe uma amizade muito grande entre o líder e um colaborador de uma equipe,
por exemplo, e surge uma oportunidade de promoção, o líder terá que escolher
quem será promovido avaliando o trabalho e não a amizade "É preciso ter um
equilíbrio, pois não se poder promover alguém por amizade, e sim pelo
merecimento do funcionário. Nesses casos, o foco tem que ser na
meritocracia".
Susanne Andrade - Autora do Best-Seller " O
Segredo do Sucesso é Ser Humano" e do livro digital "A Magia da Simplicidade", e do
recém-lançado "O Poder da Simplicidade no Mundo Ágil" (Editora
Gente), é Coach, Palestrante e professora de cursos de MBA pela Faculdade de
Informática e Administração Paulista (FIAP) em disciplinas sobre carreira,
coaching e liderança. Também é sócia-diretora da A & B Consultoria e
Desenvolvimento Humano, empresa que criou o "Modelo Ágil Comportamental",
e parceira da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-SP).
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