Em
evento em São Paulo, especialistas discutiram as principais doenças associadas
ao diabetes, que atinge mais de 14 milhões de brasileiros e é a quinta maior
causa de mortes no país
As
principais complicações relacionadas ao diabetes tipo 2 foram abordadas por
especialistas médicos de todo o país nos últimos dias 17 e 18 de agosto em São
Paulo, no AZ Talks, evento de atualização científica que discutiu os principais
desafios e estratégias para o tratamento da doença e suas complicações
associadas.
O
recente levantamento realizado pela Abril Inteligência, com apoio da
AstraZeneca e do Curso Endodebate mostrou que, no geral, a população associa o
diabetes a problemas de visão e amputação, sendo que as doenças
cardiovasculares são condições muito mais graves e que podem levar à morte.
Apenas 43% dos diabéticos e 27% dos não diabéticos acreditam que o diabetes
pode ter relações com a incidência de um acidente vascular cerebral (AVC).
Ainda
segundo dados da Abril Inteligência, apenas 47% dos diabéticos acreditam que a
doença possa estar relacionada com problemas cardíacos¹, o que demonstra uma
falta de conhecimento do paciente sobre a sua condição, ainda que as doenças
cardiovasculares seja a principal causa de morte em todo o mundo, segundo a
OMS².
Riscos
negligenciados
As
complicações associadas ao diabetes, como a insuficiência cardíaca, ainda são
motivo de dúvidas para grande parte da população. “Essa é a complicação
cardiovascular mais frequente em diabéticos, atingindo cerca de 20 a 30% dos
pacientes, e é uma doença silenciosa e de difícil diagnóstico” destaca o Dr. Pedro Schwartzmann, médico do Centro de
Cardiologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP de
Ribeirão Preto.
Ele
explica que a insuficiência cardíaca ocorre quando o coração não consegue
bombear sangue suficiente para atender às necessidades do corpo.
“Consequentemente, o fluido pode se acumular nas pernas, pulmões e em outros
tecidos pelo corpo, o que causa falta de ar, inchaço dos membros inferiores e
fadiga, entre outros sintomas”.
Ainda
segundo o levantamento realizado pela Abril Inteligência, 30% dos diabéticos
possuem algum problema de saúde desencadeado pelo diabetes, sendo problemas na
visão e impotência sexual os mais comuns. Nesse sentido, o desafio de despertar
a atenção do paciente para as complicações cardiovasculares, que são as mais
frequentes entre os pacientes, é unânime entre os especialistas.
“Nas
últimas décadas, os avanços da medicina vêm possibilitando um novo olhar para o
tratamento do diabetes tipo 2 pelo viés da prevenção do risco cardiovascular.
Novas terapias que tratam o diabetes e promovem segurança cardiovascular estão
possibilitando um controle precoce da doença, que, aliada à mudança no estilo
de vida, são as armas mais eficientes para o controle da doença” explica o Dr.
Otávio Berwanger, diretor Diretor da Academic Research Organization (ARO) do
Hospital Israelita Albert Einstein e professor colaborador da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Adesão
ao tratamento
Os
especialistas também concordam que a condição para o sucesso no controle no
diabetes está no empoderamento do paciente sobre a sua doença. “É necessário
que o médico coloque o paciente no centro de seu próprio tratamento,
engajando-o para que ele seja capaz de tomar as melhores decisões no seu dia a
dia” afirma a Dra. Denise Reis Franco, endocrinologista e pesquisadora do
Centro de Pesquisas CPClin.
A
especialista destaca a complexidade do diabetes, para além do controle
glicêmico. “É necessária uma abordagem holística para as complicações
associadas e opções de tratamento, empoderando o paciente para que o paciente
vença as barreiras relacionadas à doença” finaliza.
AstraZeneca
Referências:
1.
Pesquisa
“Diabetes: o que os brasileiros sabem e não sabem sobre a doença” realizada
pela Abril Inteligência, com apoio da AstraZeneca, entre os dias 23 de março e
19 de abril de 2018. Coleta de dados via web com 1050 respondentes, sendo 387
diabéticos e 663 não diabéticos.
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