Há muito, li, alhures, que em
política o dia seguinte é muito tempo. Ontem (02/08), constatei isso ao redigir
um artigo. Mal havia terminado o texto, sobre as dificuldades das chapas
presidenciais apresentarem seus candidatos a vice-presidente, leio, no início
da noite que Alckmin (PSDB) terá com vice a Senadora Ana Amélia (PP) e que
Marina (REDE) terá como vice Eduardo Jorge (PV). Sem desconsiderar que nos
próximos dias ou mesmo horas os outros vices serão apresentados, foi, sem
dúvida, um enorme ganho político para Alckmin e Marina.
Afirmei, no escrito anterior que “a escolha de um vice-presidente não é questão simples, visto que são muitas as variáveis a serem consideradas, numa ampla gama de questões pessoais, partidárias e institucionais. Muitas vezes, o vice pode ser escolhido por conta da indicação da aliança que formou uma coligação partidária; noutras, o escolhido tem uma dimensão regional, permitindo palanques e a entrada em regiões que o cabeça da chapa – o candidato a presidente – não tem boas perspectivas; às vezes, o recorte é geracional, escolhendo um jovem e, até, uma escolha alicerçada no gênero, como, por exemplo, uma mulher que poderia atrair votos femininos”.
No caso do tucano Alckmin, a escolha de Ana Amélia indica que a candidatura caminha com vigor político que, não faz muito, até aliados próximas não acreditava. O ex-governador de São Paulo conta com uma ampla arca de aliança partidária, especialmente o tão cobiçado Centrão, conta, ainda, com o maior tempo de TV, com recursos do fundo eleitoral assaz considerável e terá palanque em todo o país, visto que milhares de prefeitos e vereadores, bem como candidatos a deputados estaduais e federais dos partidos coligados lutarão por Alckmin (e, claro, pelos seus próprios interesses). Nesse bem construído tabuleiro de xadrez político, Ana Amélia vem contribuir sobremaneira em, pelo menos, dois aspectos principais: retira palanques do Sul do país de adversários do tucano e mira o foto feminino, justamente onde, por exemplo, Bolsonaro tem alta rejeição e Alckmin/Ana Amélia podem crescer. Ademais, a senadora foi dura adversário do lulopetismo e de Dilma, construindo discursos bem articulados à sua atuação senatorial. Fernando Henrique Cardoso afirmou, certa feita, que Alckmin é corredor de maratona, aguarda o tempo certo de aumentar a velocidade. O historiador Alberto Aggio, por sua vez, lembrou que muitos afirmam que Alckmin joga parado e quem deve correr é a bola. Metáforas esportivas à parte, com tanta estrutura e apoio, Alckmin deverá, ao menos em 10 ou 15 dias de campanha na TV, ter refletido em números um aumento de sua intenção de voto. Caso isso não ocorra, os problemas de desconfiança voltarão à tona e podem contaminar o jogo político em desfavor do candidato do PSDB.
Já Marina Silva, com recall de duas eleições e sem envolvimento em escândalos de corrupção envolvendo a ela ou aos seus, terá, em Eduardo Jorge, um vice afinado com suas ideias e discursos, especialmente no que tange à sustentabilidade. Em que pese o pouco tempo de TV e pouco dinheiro, Marina sempre é uma competidora importante na eleição presidencial.
Ambos – Alckmin e Marina – terminaram a quinta-feira (02/03) fortalecidos, mas, sem dúvida, os ventos inflam mais as velas do barco tucano que, numa eleição que parecia desbussolada, começa a tomar um rumo mais definido. Veremos os próximos vices a chegarem no PT e para Bolsonaro que, até agora, estão em dificuldades.
Afirmei, no escrito anterior que “a escolha de um vice-presidente não é questão simples, visto que são muitas as variáveis a serem consideradas, numa ampla gama de questões pessoais, partidárias e institucionais. Muitas vezes, o vice pode ser escolhido por conta da indicação da aliança que formou uma coligação partidária; noutras, o escolhido tem uma dimensão regional, permitindo palanques e a entrada em regiões que o cabeça da chapa – o candidato a presidente – não tem boas perspectivas; às vezes, o recorte é geracional, escolhendo um jovem e, até, uma escolha alicerçada no gênero, como, por exemplo, uma mulher que poderia atrair votos femininos”.
No caso do tucano Alckmin, a escolha de Ana Amélia indica que a candidatura caminha com vigor político que, não faz muito, até aliados próximas não acreditava. O ex-governador de São Paulo conta com uma ampla arca de aliança partidária, especialmente o tão cobiçado Centrão, conta, ainda, com o maior tempo de TV, com recursos do fundo eleitoral assaz considerável e terá palanque em todo o país, visto que milhares de prefeitos e vereadores, bem como candidatos a deputados estaduais e federais dos partidos coligados lutarão por Alckmin (e, claro, pelos seus próprios interesses). Nesse bem construído tabuleiro de xadrez político, Ana Amélia vem contribuir sobremaneira em, pelo menos, dois aspectos principais: retira palanques do Sul do país de adversários do tucano e mira o foto feminino, justamente onde, por exemplo, Bolsonaro tem alta rejeição e Alckmin/Ana Amélia podem crescer. Ademais, a senadora foi dura adversário do lulopetismo e de Dilma, construindo discursos bem articulados à sua atuação senatorial. Fernando Henrique Cardoso afirmou, certa feita, que Alckmin é corredor de maratona, aguarda o tempo certo de aumentar a velocidade. O historiador Alberto Aggio, por sua vez, lembrou que muitos afirmam que Alckmin joga parado e quem deve correr é a bola. Metáforas esportivas à parte, com tanta estrutura e apoio, Alckmin deverá, ao menos em 10 ou 15 dias de campanha na TV, ter refletido em números um aumento de sua intenção de voto. Caso isso não ocorra, os problemas de desconfiança voltarão à tona e podem contaminar o jogo político em desfavor do candidato do PSDB.
Já Marina Silva, com recall de duas eleições e sem envolvimento em escândalos de corrupção envolvendo a ela ou aos seus, terá, em Eduardo Jorge, um vice afinado com suas ideias e discursos, especialmente no que tange à sustentabilidade. Em que pese o pouco tempo de TV e pouco dinheiro, Marina sempre é uma competidora importante na eleição presidencial.
Ambos – Alckmin e Marina – terminaram a quinta-feira (02/03) fortalecidos, mas, sem dúvida, os ventos inflam mais as velas do barco tucano que, numa eleição que parecia desbussolada, começa a tomar um rumo mais definido. Veremos os próximos vices a chegarem no PT e para Bolsonaro que, até agora, estão em dificuldades.
Rodrigo Augusto Prando - Cientista Político e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie. É bacharel e licenciado em Ciências Sociais, Mestre e Doutor em Sociologia, pela Unesp/FCLAr.
Nenhum comentário:
Postar um comentário