Lançada nesta terça-feira,
03, a seção de Mercado de Trabalho da Carta de Conjuntura do Ipea aponta que os
maiores aumentos salariais foram recebidos pelos homens, trabalhadores com
ensino médio incompleto, e moradores das regiões Norte e Nordeste
Apesar do
aumento registrado no início do ano, devido à sazonalidade do período, a taxa
de desocupação vem caindo em termos interanuais de forma consistente no Brasil
e esse recuo atinge todos os segmentos da população, sendo mais intenso nos
grupos de trabalhadores com ensino fundamental e médio, com idade entre 18 e 24
anos e do sexo feminino. Entre os trabalhadores com ensino
médio incompleto, por exemplo, a taxa de desocupação caiu de 24,2% para 20,4%
entre o último e o primeiro trimestres de 2017. Na mesma base de comparação, o
desemprego entre os jovens de 18 a 24 anos recuou de 28,8% para 25,3%. No caso
das mulheres, a desocupação passou de 15,8% para 13,2%.
Em termos regionais,
observa-se a queda da taxa de desocupação nas regiões Norte e Nordeste. Em que
pese o melhor desempenho da taxa de desemprego no Espírito Santo e em Minas
Gerais, os dados da região Sudeste foram influenciados negativamente pelo
comportamento da desocupação no Rio de Janeiro. Além do Rio, Amapá, Goiás e
Distrito Federal apresentaram aumento do desemprego no último trimestre de
2017. Em relação aos rendimentos, os microdados mostram que, na comparação
interanual, no quarto trimestre de 2017, os maiores aumentos salariais foram
auferidos pelos homens (2,6%), pelos trabalhadores com ensino médio incompleto
(5,0%) e pelos moradores das regiões Norte (5,4%) e Nordeste (4,3%).
É o que mostra a seção
Mercado de Trabalho da Carta de Conjuntura do Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (Ipea), lançada nesta terça-feira, 03. Com base nos microdados da
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, do IBGE, o estudo analisa
de forma detalhada o mercado de trabalho brasileiro. Embora ainda esteja em
situação bem menos favorável em relação ao período pré-crise, os dados mostram maior dinamismo do mercado. “A alta da taxa
de desocupação nos trimestres móveis encerrados em janeiro e fevereiro é
decorrente da sazonalidade característica do início do ano. Na comparação com
2017, os dados mais recentes mostram uma recuperação do mercado de trabalho,
conjugando expansão de ocupação e de rendimentos”, explica Maria Andréia
Lameiras, pesquisadora do Ipea e uma das autoras do estudo.
Os efeitos do aumento da
ocupação sobre a redução da taxa de desemprego, entretanto, têm sido atenuados
pela forte expansão da força de trabalho. Os dados da PNADC revelam que vem
crescendo o número de trabalhadores marginalmente ligados à população
economicamente ativa (PEA) – os quais constituem uma parcela da população que
está na inatividade, mas deseja voltar ao mercado. Além de exercer pressão
sobre a PEA, pois esse grupo de indivíduos tende a se incorporar à força de
trabalho à medida que as condições do mercado vão melhorando, essa mudança vem
gerando aumento do desalento no mercado.
Carlos Henrique
L. Corseuil, pesquisador do Ipea e um dos autores do estudo,
explica, no entanto, que o aumento do desalento nos últimos meses é decorrente
de uma mudança de composição da população em idade ativa. “Parte dos indivíduos
que antes estavam na inatividade e não tinham nenhuma intenção de trabalhar se
incorporou ao grupo de pessoas que trabalhariam se conseguissem uma
ocupação”. Ou seja, essa transição em direção ao desalento não sinaliza uma
piora nas condições do mercado de trabalho, apenas indica uma mudança de
comportamento por parte da população.
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