A saída dos EUA do Acordo de Paris, anunciada nesta quinta-feira
(1) pelo presidente Donald Trump, é uma péssima notícia para o mundo. Afeta a
construção feita ao longo de décadas em prol da luta global contra as mudanças
climáticas e do multilateralismo. Entretanto, essa decisão não muda os fatos,
nem a posição histórica do Conselho Empresarial Brasileiro para o
Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), de suas empresas associadas e de seus
parceiros nacionais e internacionais.
A ciência é clara em afirmar que
limitar o aquecimento global a 2ºC é o único caminho para preservar as
condições de vida no planeta.
O mundo apoia o Acordo de Paris e 146 países já ratificaram suas metas de redução de emissões de
médio e longo prazo.
As empresas já estão engajadas na transição para uma economia de baixo carbono. Mais de 1
mil empresas de vanguarda já estão tomando medidas sobre as mudanças
climáticas, inclusive nos EUA, e reafirmaram seu profundo compromisso com o Acordo.
As grandes companhias já entenderam que este é um caminho sem volta e que
aquelas que largarem na frente estarão melhor posicionadas no mercado global.
A redução das emissões de gases de efeito estufa é um bom negócio. A implementação do Acordo de Paris pode desbloquear ao menos US$ 13,5 trilhões em
investimentos nos próximos 15 anos. Apenas as soluções do projeto Low Carbon Technologies Partnership Initiative (LCTPi) podem
gerar de 25 a 45 milhões de empregos por ano, respondendo por 65% das reduções
de emissões necessárias em todo o mundo.
A agenda climática tem forte peso na geopolítica atual. Enquanto os EUA se isolam, países da União Europeia e China, por
exemplo, se pronunciaram rapidamente repudiando a posição norte americana e
afirmando que irão acelerar a implantação do Acordo de Paris e a transição
global para as energias limpas. O Brasil também demonstrou seu descontentamento
com a posição do governo Trump e, dadas as grandes vantagens competitivas que
possui em uma economia de baixo carbono, pode ocupar uma posição de liderança.
As redes globais articuladas pelo World Business Council For
Sustainable Development e pelo We Mean Business, das quais o CEBDS é
representante no Brasil, buscaram demover o governo Trump desta posição
equivocada. Seguiremos dispostos ao diálogo.
No plano nacional, já entregamos ao governo federal um estudo onde apontamos as oportunidades
que devemos aproveitar e os desafios que devemos superar para implementar as
metas que o país assumiu. Continuaremos ativos e propositivos em todos os
espaços por um mundo sustentável e próspero para todos.
Marina Grossi
Presidente do CEBDS
Presidente do CEBDS
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