Especialistas indicam caminho para fugir
deste efeito adverso da crise do emprego
O
número de concorrentes nos processos seletivos aumentou ao mesmo passo em que
as vagas no mercado de trabalho diminuíram. Segundo especialistas do setor, o
ano de 2017 é um momento de reestruturação de mercado e não de crescimento,
isso porque a crise desacelerou, no entanto, a recuperação avança lentamente e
ainda não é capaz de enxugar todos os prejuízos causados pelos últimos anos de
retração na economia brasileira.
Diante
disso, uma pesquisa exclusiva, realizada pela Companhia
de Estágios – consultoria e assessoria especializada em programas de
estágio e trainee – mostrou que os jovens que ainda frequentam as salas de
aulas, buscam nos programas de estágio uma saída para continuarem desenvolvendo
suas carreiras. Para eles o pior efeito dos percalços da economia é justamente
a falta de oportunidades, mas entre aquelas que surgem no mercado, outros dois
fatores preocupam os aspirantes: a maior competitividade e o nível elevado de
exigência dos recrutadores.
Crise econômica intensifica os desafios para os mais jovens
A
busca por uma colocação já faz parte da rotina de 14 milhões de brasileiros –
segundo o IBGE, 13,6% da população do país estava desempregada entre fevereiro
e abril de 2017. Entre os jovens, com idade até 25 anos, este cenário é ainda
mais preocupante, pois os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
Contínua (PNADC) revelam que essa é a faixa etária mais atingida pelo
desemprego atualmente. Diante disso muitos buscam alternativas para driblar os
desafios e não ficarem à margem do mercado de trabalho.
Efeito colateral
Segundo
Rafael Pinheiro, gerente de recursos humanos, um dos principais fatores que
contribuem para a maior taxa de desocupação entre os jovens é o fato de que os
familiares também perderam seus postos: “O desemprego dos pais acaba fazendo
com que os jovens tenham de ir para o mercado, em vista de complementar a renda
familiar, no entanto, a falta de experiência e de capacitação dificulta ainda
mais a contratação dessa parcela da mão de obra brasileira”. Para o
especialista, o aumento da competitividade entre esses candidatos é um efeito
colateral do encolhimento do mercado formal “Se existem mais candidatos no
mercado celetista, naturalmente ele se tornará mais rigoroso, deixando à margem
quem não tem experiência. Tais fatores colaboram para que o jovem tenha uma
visão ainda mais pessimista em relação às oportunidades”.
Disputa acirrada
Para
aqueles que estudam, o estágio tem sido uma das melhores opções por apresentar
números atraentes e oportunidades de desenvolvimento, no entanto, a
competitividade também aumentou nesta modalidade – dados internos da Companhia
de Estágios mostram que somente no primeiro semestre de 2016, o número de
inscritos nos programas de estágio apresentou um crescimento exponencial de
17,6% em comparação com o mesmo período de 2015 – e, naturalmente, o cenário faz
com que os processos seletivos fiquem mais criteriosos. Contudo, tal panorama
afeta significativamente a percepção dos jovens em relação às oportunidades – é
o que aponta um levantamento exclusivo feito pela consultoria. No estudo,
que contou com 2.193 estudantes de todas as regiões do país, 62,7% dos
entrevistados alegaram que um dos efeitos mais amargos da crise é a falta de
chances de ingressar no mercado. A segunda pior consequência desse período, de
acordo com o estudo, é, justamente, a maior competitividade – apontada por
14,7% dos jovens. No mesmo páreo, com 14,7% das respostas, está o maior nível
de exigência dos empregadores.
“Com
a queda no número de contratações e a grande procura, os candidatos são
escolhidos a dedo, para atender melhor às necessidades da empresa, por isso a
seleção se torna mais extensa, porque acaba exigindo um filtro maior por parte
dos recrutadores” – justifica Pinheiro. De acordo com o especialista, nesse
cenário, é essencial buscar compreender o mercado de trabalho e se adaptar de
modo a atender as exigências das empresas: “essas são medidas fundamentais para
se tornar um candidato mais competitivo e se destacar nos processos seletivos”
– afirma.
Qualificação x percepção do mercado
De
acordo com Tiago Mavichian, diretor da Companhia de Estágios, outro ponto a ser
considerado é que, em virtude do orçamento mais modesto, muitos estudantes
tiveram que adiar ou, até mesmo, desistir de investimentos na carreira durante
a crise “A impossibilidade de se aprimorar acaba abalando a autoconfiança e a
própria percepção do estudante em relação ao mercado. Para este público que
geralmente já não possui experiência profissional, as qualificações são
determinantes, pois este é o diferencial que eles podem apresentar no momento
da entrevista. Se o jovem, por algum motivo, não consegue apresentar um bom
currículo, ficará, além de menos competitivo, menos seguro diante dos
recrutadores”. E esta, segundo a pesquisa, é a realidade de boa parte dos
candidatos a estágio – mais de 30% dos participantes alegaram não ter apostado
em especializações ou cursos extracurriculares no último ano justamente pela
falta de recursos financeiros.
Superando os desafios
Para
os especialistas, investir em qualificação é a chave para se sobressair nesse
momento de grande concorrência. Pinheiro afirma que hoje se buscam competências
mais alinhadas com a cultura da empresa, portanto investir em qualificação é
essencial para disputar vagas e se sair bem em processos seletivos, que se
tornaram mais extensos atualmente. E para aqueles que estão com o orçamento
apertado, o consultor dá a dica: “É possível apostar no voluntariado, que além
de proporcionar uma vivência de mercado e experiência profissional, ainda
agrega valor ao currículo, desenvolvendo e demonstrando qualidades
interpessoais altamente desejadas no meio corporativo, participar das empresas
juniores e entidades acadêmicas também é uma ótima opção. Além disso,
atualmente os jovens podem contar com as ferramentas digitais, tanto na busca
por vagas quanto na hora de valorizar o currículo. Sites especializados e
fóruns colaborativos, muitas vezes gratuitos, tem se mostrado de grande valia
nesse momento”. – finaliza Pinheiro.
Fonte: Companhia de Estágios | PPM Human Resources
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