Segundo
pesquisa da Entidade, mais de 700 mil famílias estavam inadimplentes em maio
Interrompendo
duas altas mensais consecutivas, a proporção de famílias paulistanas
endividadas voltou a cair. Em maio, 52,4% das famílias declararam ter algum
tipo de dívida, leve queda de 0,5 ponto porcentual (p.p.) na comparação com
abril, quando 52,9% afirmaram ter dívidas. No comparativo com o mesmo período
do ano passado, quando a proporção era de 50,1%, houve um aumento de 2,3 p.p..
Em números absolutos, o total de famílias endividadas passou de 2,046 milhões,
em abril, para 2,028 milhões em maio, sendo que em maio de 2016, esse número
era de 1,925 milhão, ou seja, o aumento do número de famílias endividadas foi
de 103 mil. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do
Consumidor (PEIC), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens,
Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
Na
segmentação por renda, o endividamento é maior entre as famílias que ganham até
dez salários mínimos proporcionalmente às famílias de renda mais alta. Para o
primeiro grupo, o porcentual de endividados em maio foi de 57,1%, queda de 0,8
p.p. em relação ao mês anterior. Para as famílias com renda superior a dez
salários mínimos, o porcentual de endividados foi de 38,8% em maio, alta de 0,3
p.p. em relação a abril (38,5%).
Do total
das famílias endividadas, 51,2% têm entre 11% e 50% da renda comprometida com o
pagamento de dívidas. Para 25,9% das famílias, o porcentual para pagamento de
dívidas é menor que 10%, enquanto que para 19,1% das famílias endividadas o
comprometimento é superior a 50% da renda.
Inadimplência
A
inadimplência subiu pelo terceiro mês consecutivo e atingiu 19,2% das famílias
em maio, alta de 0,5 p.p. na comparação com abril. Em relação ao mesmo período
do ano passado, a proporção de famílias com contas em atraso subiu 0,4 p.p.,
quando registrava 18,8%. A proporção de famílias que não terão condições de
pagar as contas no próximo mês ficou praticamente estável ao passar de 8,2%, em
abril, para 8,1% em maio. Além disso, é 1 p,p. superior ao registrado em maio
de 2016, quando 7,1% das famílias declararam estar nessa situação. Segundo a
Federação, diante do quadro de desemprego ainda elevado, é inevitável a
deterioração das variáveis relacionadas à inadimplência.
Dentre as
famílias com contas em atraso, 45,1% delas têm contas vencidas há mais de 90
dias, enquanto 26,5% têm contas atrasadas entre 30 e 90 dias e 25,7% estão com
dívidas atrasadas por até 30 dias.
A
ocorrência de contas em atraso é maior entre as famílias com menor renda
proporcionalmente às famílias de renda mais elevada. Segundo a Entidade, naquela
faixa da população, em que qualquer imprevisto pode desequilibrar as finanças,
o crédito representa um importante meio de inclusão nos padrões de consumo e,
muitas vezes, é a única forma de acesso a esses modelos.
Entre as
que recebem até dez salários mínimos, a proporção de famílias com contas em
atraso registrou estabilidade na comparação mensal, atingindo 24,4% em maio. No
caso das famílias com renda acima desse montante, o percentual subiu pelo
segundo mês consecutivo, passando de 5,8% para 7,5% nesse mesmo período.
Tipos de
dívida
O
principal tipo de dívida continua sendo o cartão de crédito, utilizado por
73,2% das famílias em maio. Em seguida, estão os carnês (13,3%), financiamento de
carro e crédito pessoal (ambos com 12,6%), financiamento de casa (10,9%),
cheque especial (7,8%) e crédito consignado (4,8%). Em relação ao mesmo período
do ano passado, a FecomercioSP ressalta que houve queda na proporção de
endividados com financiamento de carro (-3,1 p.p.), além de retração no
financiamento da casa e no cheque especial, ambos com queda de 2,6 p.p.
Metodologia
A
Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) é apurada
mensalmente pela FecomercioSP desde fevereiro de 2004. A partir de 2010, a
Confederação Nacional do Comércio (CNC) comprou a pesquisa da FecomercioSP, que
passou a analisar os dados nacionalmente. A Federação continua divulgando os
dados de São Paulo, alinhados com a data de divulgação da PEIC nacional pela
CNC. Na capital, são entrevistados aproximadamente 2,2 mil consumidores.
O
objetivo da PEIC é diagnosticar os níveis de endividamento e de inadimplência
do consumidor. Com base nas informações coletadas, são apurados importantes
indicadores: nível de endividamento, porcentual de inadimplentes, intenção de
pagamento de dívidas em atraso e nível de comprometimento da renda. Tais
indicadores são observados considerando duas faixas de renda.
A
pesquisa permite o acompanhamento do nível de comprometimento do comprador com
as dívidas e sua percepção em relação à capacidade de pagamento, fatores
fundamentais para o processo de decisão dos empresários do comércio e demais
agentes econômicos.
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