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terça-feira, 16 de maio de 2017

Quer saber sobre transplante de fezes?



Transplantar é a reposição ou transferência de célula, tecido ou órgão de alguém saudável para um doente. Em geral, é a saída – em fases precoces ou estágios avançados de patologias – após tentativas frustrantes com medicamentos e terapias complementares e alternativas, que permite ao doador salvar a vida do receptor, isso se não houver complicações naturais em virtude da reação do organismo.
Como toda novidade, a cirurgia já fez a sociedade voltar as atenções como mais um “milagre” da Medicina. Há quem diga que tudo começou na Antiguidade para resolver as mutilações. Se considerarmos a Modernidade, foi em 1964 que um norte americano colocou um coração de um macaco em um homem de 70 anos, que morreu logo após a operação. O fim não foi o desejado, mas constatar a possibilidade de tal troca em estruturas conhecidas pela complexidade já foi um avanço.
De lá para cá, muita coisa mudou. As revelações da Ciência têm possibilitado o conhecimento aprofundado e o surgimento de técnicas que incluem o transplante, hoje, na rotina nos centros cirúrgicos dos principais hospitais – públicos e privados – do país. Mas longe está o dia em que se saberá tudo sobre o assunto. As pesquisas prosseguem no intuito de chegar a descobertas que garantam formas cada vez mais seguras e satisfatórias de transplantar, tanto do ponto de vista do profissional como do paciente.
Em meio a essa caminhada, já se sabe que não só rins, fígado, coração, córneas, pele (e outros velhos conhecidos) podem ter um novo dono. A retirada das fezes de uma pessoa e a colocação do material em outra já entrou para a lista das curas. O internauta questiona: essa seria uma informação errônea e infundada? De forma alguma. O que foi dito não só é possível, como já é realidade em vários países, entre eles o Brasil. Isso mesmo, o Brasil. Curioso em saber mais sobre o tema?
As primeiras experiências teriam ocorrido na década de 60, quando pesquisadores tentaram equilibrar a flora intestinal de um paciente com fezes de outra pessoa (sadia), por meio de uma lavagem intestinal. À época, a atitude não foi bem vista e não se falou mais nisso. Anos depois, insistiu-se na possibilidade, porém com uma outra metodologia: a colonoscopia, que possibilita a visualização e coleta de material do intestino grosso.
Chegado o século XXI, a publicação científica New England Journal of Medicine levantou de novo a questão e trouxe à tona a polêmica ao divulgar a pesquisa de especialistas holandeses, que quiseram acenar ao mundo os resultados reais proporcionados por esse tipo de infusão. Entre eles, segurança, rapidez e alívio ao paciente portador de diversas patologias, entre elas as de natureza cardiovascular.
Mas o foco tem sido mesmo quem tem colite pseudomembranosa, uma doença grave provocada pela bactéria Clostridium difficile que, de acordo com estudos, mata cerca de 14 mil pessoas por ano nos Estados Unidos ao provocar diarreias constantes e chegar a ocasionar infecções generalizadas. Os relatos de médicos e pacientes mantêm a afirmativa de que os antibióticos não agem mais como deveriam.
Isso tem uma explicação. Esse micro-organismo fica no intestino do ser humano ao lado de outras bactérias, não tão agressivas, em uma convivência de alerta para atacar na hora certa. Quando as menos agressivas estão, por algum motivo, sem forças para reagir e participar da luta, a Clostridium difficile assume o controle e provoca um desequilíbrio da flora intestinal. O problema é que se trata de um tipo muito resistente aos antibióticos, inclusive aos mais poderosos.
As fezes removidas de um intestino saudável passam por um processo de sorologia e centrifugação e só depois vão para o ambiente que se apresenta desregulado. Isso é feito por meio da colonoscopia ou ainda de um tubo introduzido no nariz que percorre o caminho até o estômago. Com a introdução desse “equilíbrio”, a flora intestinal do doente é “repovoada” de bactérias consideradas boas para enfrentar e destruir a forte inimiga Clostridium difficile.
A verdade é que as pesquisas não param no sentido de comprovar a eficiência do transplante de fezes para combater outras doenças, entre elas a obesidade. Mas, nesse trabalho otimista e incansável, muitos profissionais, por incrível que pareça, ainda esbarram no preconceito. Não são todos, médicos e pacientes, que veem a alternativa com naturalidade, em virtude da associação que ainda se faz das fezes aos conceitos de “nojento” e “sujo”. Isso, consequentemente, impacta na adoção e na aceitação dos resultados favoráveis apresentados pelas experiências que já provam ser um sucesso.

Curiosidade
O procedimento ganha cada vez mais espaço nos Estados Unidos, onde já existe um Banco de Fezes. O OpenBiome é uma organização sem fins lucrativos, fundada por uma equipe de médicos, voltada, principalmente, a dar apoio a todos os envolvidos no processo de forma a esclarecer, garantir acesso seguro e padronizar o tratamento de transplante de microbiota fecal no país.


Saiba mais sobre a Angiomedi
Tudo começou em 2013, quando o cirurgião vascular Dr. Antonio Carlos de Souza fundou a unidade com o intuito de ser um centro médico altamente especializado em saúde vascular. E assim aconteceu e é realidade. A Clínica Angiomedi conta com um trabalho diferenciado voltado para a prevenção, diagnóstico e tratamento dos transtornos circulatórios.
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Dr. Antonio Carlos de Souza - O diretor técnico da Clínica Angiomedi, em Brasília, tem um currículo que o torna grande conhecedor na especialidade. Formou-se, em 1992, em Medicina pela Universidade de Brasília. A Residência Médica em Cirurgia Geral e em Cirurgia Vascular e Angiologia ocorreu de 1993 a 1996. E não parou por aí. Concluiu o Doutorado em Ciências Médicas pela Universidade de São Paulo, em 2001. Marcou participação no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP-RP, onde foi médico assistente. Atualmente, é membro titular da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, e atual vice-diretor de Defesa Profissional. É também membro da IVS (Independent Vascular Services). É professor do curso de Medicina da Universidade Católica de Brasília e coordenador do curso de Medicina da Escola Superior de Ciências da Saúde, onde também foi docente. A dedicação ao estudo em educação médica e à assistência médica em Angiologia e Cirurgia Vascular não pára, visto que está sempre em busca de atualizações para beneficiar os pacientes.




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