Silencioso, o glaucoma registra maior probabilidade
de acometer a população negra. O oftalmologista do Complexo Hospitalar Edmundo
Vasconcelos, Flávio Dualibi, explica que o tipo mais comum é o glaucoma
crônico, que atinge cerca de 80% das pessoas. “Neste caso, os negros têm quatro
vezes mais chances de desenvolver o glaucoma”, salienta o médico.
O glaucoma não costuma apresentar sintomas, além da
perda lenta da visão. De acordo com o especialista, esse desaparecimento sutil
não é observado pelo paciente, apenas quando já está em estágio mais avançado.
“Neste momento, o indivíduo já começa a tropeçar e esbarrar em objetos, porque
a percepção periférica está ausente”.
Dualibi destaca ainda que, além da raça, histórico
familiar de primeiro grau, diabetes e miopia também são fatores que aumentam as
chances de desenvolver o problema. Por isso, a importância de sempre ir ao
oftalmologista e realizar acompanhamento da pressão intraocular, principalmente
as pessoas com mais de 40 anos ou que se enquadrem no grupo de risco. “O
glaucoma é um silencioso ladrão da visão, mas nós podemos detê-lo”, garante.
Segundo a Sociedade Brasileira de Oftalmologia, 60
milhões de pessoas no mundo são acometidas pela doença, mas apenas 50% sabem. A
instituição ainda estima que até 2020 o número de pessoas sem visão possa
chegar a 11 milhões.
Apesar de ressaltar que o paciente deve ter uma
vida normal, o oftalmologista enfatiza que a doença ainda não tem cura, mas
quanto antes diagnosticada, melhor o resultado da prevenção.
Segundo o especialista, o exame para a investigação
do glaucoma consiste em testes para identificar se a pressão dentro do olho
está alta, o que caracteriza a doença. Normalmente, é feito quando existem
sinais de suspeita do problema como alterações no exame oftalmológico de
rotina.
Entre os tratamentos mais frequentes estão os
medicamentos tópicos que são colírios isolados ou conjugados, medicamentos
sistêmicos e, quando não há resposta adequada, a alternativa é a cirurgia que
pode ser desde laser até o implante de drenos artificiais. “É importante frisar
que estas cirurgias são realizadas para interromper a perda da visão e não para
restabelecer”.
Casos em que a portadora de glaucoma esteja grávida
é importante consultar o especialista para a troca de colírios. Segundo o
médico, alguns desses remédios podem ser teratogênicos, ou seja, provocar dano
ao feto e levar ao aborto.
Dualibi salienta que, mesmo após a cirurgia, é
fundamental manter um acompanhamento frequente ao oftalmologista com a
realização de exame como, tomografias ópticas, retinografias - exame de imagem
que fotografa as áreas do fundo do olho, como a retina -, ultrassom do campo
visual e principalmente com o controle da pressão intraocular.
Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos
Rua Borges Lagoa, 1.450 - Vila Clementino, Zona Sul
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Tel. (11) 5080-4000
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