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quarta-feira, 24 de maio de 2017

Doença tem maior incidência em afrodescendentes



Silencioso, o glaucoma registra maior probabilidade de acometer a população negra. O oftalmologista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, Flávio Dualibi, explica que o tipo mais comum é o glaucoma crônico, que atinge cerca de 80% das pessoas. “Neste caso, os negros têm quatro vezes mais chances de desenvolver o glaucoma”, salienta o médico. 

O glaucoma não costuma apresentar sintomas, além da perda lenta da visão. De acordo com o especialista, esse desaparecimento sutil não é observado pelo paciente, apenas quando já está em estágio mais avançado. “Neste momento, o indivíduo já começa a tropeçar e esbarrar em objetos, porque a percepção periférica está ausente”. 

Dualibi destaca ainda que, além da raça, histórico familiar de primeiro grau, diabetes e miopia também são fatores que aumentam as chances de desenvolver o problema. Por isso, a importância de sempre ir ao oftalmologista e realizar acompanhamento da pressão intraocular, principalmente as pessoas com mais de 40 anos ou que se enquadrem no grupo de risco. “O glaucoma é um silencioso ladrão da visão, mas nós podemos detê-lo”, garante. 

Segundo a Sociedade Brasileira de Oftalmologia, 60 milhões de pessoas no mundo são acometidas pela doença, mas apenas 50% sabem. A instituição ainda estima que até 2020 o número de pessoas sem visão possa chegar a 11 milhões.
Apesar de ressaltar que o paciente deve ter uma vida normal, o oftalmologista enfatiza que a doença ainda não tem cura, mas quanto antes diagnosticada, melhor o resultado da prevenção.
Segundo o especialista, o exame para a investigação do glaucoma consiste em testes para identificar se a pressão dentro do olho está alta, o que caracteriza a doença. Normalmente, é feito quando existem sinais de suspeita do problema como alterações no exame oftalmológico de rotina.
Entre os tratamentos mais frequentes estão os medicamentos tópicos que são colírios isolados ou conjugados, medicamentos sistêmicos e, quando não há resposta adequada, a alternativa é a cirurgia que pode ser desde laser até o implante de drenos artificiais. “É importante frisar que estas cirurgias são realizadas para interromper a perda da visão e não para restabelecer”. 

Casos em que a portadora de glaucoma esteja grávida é importante consultar o especialista para a troca de colírios. Segundo o médico, alguns desses remédios podem ser teratogênicos, ou seja, provocar dano ao feto e levar ao aborto. 

Dualibi salienta que, mesmo após a cirurgia, é fundamental manter um acompanhamento frequente ao oftalmologista com a realização de exame como, tomografias ópticas, retinografias - exame de imagem que fotografa as áreas do fundo do olho, como a retina -, ultrassom do campo visual e principalmente com o controle da pressão intraocular.




Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos
Rua Borges Lagoa, 1.450 - Vila Clementino, Zona Sul de São Paulo.
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