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quarta-feira, 24 de maio de 2017

Saúde íntima feminina: tirando as dúvidas sobre o laser aplicado à ginecologia



Assim como todo corpo, a região genital feminina também sofre alterações ao longo da vida da mulher. Gravidez, parto, flutuações de peso e alterações hormonais, especialmente após a menopausa, são alguns exemplos. 

“O trauma do assoalho pélvico pode determinar relaxamento do canal vaginal, enquanto a privação hormonal pós-menopausa causa ressecamento da mucosa vaginal e perda de turgor da vulva”, explica a médica uroginecologista Dra. Viviane Herrmann. “As alterações comprometem a qualidade de vida e a autoconfiança da mulher, podendo provocar desconforto e insatisfação na relação sexual, sensação de ressecamento vaginal com irritabilidade e dor, além de perda urinária aos esforços ou urgência, limitando a realização de atividades físicas e o convívio social”, completa a médica.

“Com a expectativa de vida crescente, a fase pós-menopausa é cada vez mais prolongada, e em algum momento, as mulheres menopausadas apresentarão algum sintoma comum a essa fase, sendo bem vindas as alternativas que colaborem para se viver sempre com mais qualidade e bem estar. Acompanhando esse cenário, a evolução da tecnologia tem sido uma aliada ao oferecer boas opções de tratamento, cada vez mais práticas, menos invasivas e eficazes”, comenta a médica dermatologista Dra. Christiana Blattner. 

Especializada no uso do laser, Christiana Blattner já incorporou o laser genital entre os procedimentos de seu consultório, em Campinas. “Dermatologistas tratam a pele e a mucosa, então é natural tratar também a mucosa vaginal”, esclarece a médica, membro efetivo da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Apesar de existirem outras opções de tratamento, como a cirurgia e a reposição hormonal, o laser tem destaque por ser eficaz, não invasivo e sem complicações. São geralmente necessárias duas a três sessões e os resultados são observados a partir de quinze dias da realização do primeiro procedimento, que é realizado no próprio consultório, com duração de 20 minutos. Não há relatos de grandes desconfortos ou complicações e os benefícios são mantidos por longos períodos de tempo. 

“Importante explicar que a perda involuntária de urina nem sempre está ligada somente à menopausa, e pode acontecer com mulheres mais jovens. É fundamental o acompanhamento médico do ginecologista para investigar as causas e oferecer opções de tratamento mais indicadas a cada situação”, diz Dra. Viviane, professora Livre Docente da área de Urologia Feminina da Unicamp.


COMO O LASER AGE?

O laser erbium:yag une duas tecnologias em um único aparelho, atuando suavemente na região genital feminina. Devido ao aquecimento específico para essa área, o laser estimula a produção de colágeno, revitalizando a mucosa vaginal e a vulva, aumentando a elasticidade e capacidade de contração da vagina, que, consequentemente, reduz os sintomas de ressecamento e a perda urinária. “As fibras de colágeno dão firmeza à pele, melhorando o turgor e a musculatura local’, complementa Dra. Christiana Blattner.

“A ação do laser faz com que os tecidos e células sejam revitalizados e se tornem mais firmes; daí o termo rejuvenescimento íntimo. Este fato pode promover a melhora no suporte na bexiga, atenuando a perda urinária”, acrescenta a ginecologista.

Segundo a dermatologista Dra. Christiana, também é possível tratar a região da vulva, melhorando a flacidez local. Indicada para o combate à flacidez, a radiofrequência focada pode ser aplicada na região íntima, relacionada à remodelação dos pequenos e grandes lábios, melhorando a função sexual e a estética da região genital, reduzindo seu escurecimento e flacidez. 

Como efeito secundário do tratamento, as médicas Christiana Blattner e Viviane Herrmann, que têm atuado juntas no tratamento de problemas urogenitais femininos na região de Campinas, relatam também melhora na autoestima e maior satisfação sexual das pacientes.

“Muitas mulheres ainda tratam a saúde íntima como um tabu, mas conversar abertamente com o médico, considerando todos os avanços que se tem hoje, é com certeza um passo fundamental para se viver melhor”, diz Dra. Christiana. “Mulheres que não se sentem confortáveis com a aparência da região íntima, em casos de hipertrofia dos pequenos lábios, por exemplo, pós-episiotomia ou outras cirurgias, também podem se informar com o médico para saber se há indicação do laser genital para o tratamento”, comenta a médica.




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