Certas raças de cães e gatos são mais propensas a desenvolverem
doenças nas articulações e ortopédicas, especialmente quando chegam à velhice. Por isso, há sempre aquela
preocupação sobre os cuidados necessários para colaborar com a sua recuperação.
Algumas das doenças ortopédicas conhecidas são artrites e artroses, comuns em
pets com idade mais avançada. Há também casos de displasia* coxofemoral (doença
que apresenta alteração no desenvolvimento da articulação do quadril) que
ocorre com mais frequência em cães de raças grandes, mas pode acometer gatos
grandes como os Maine Coon e Ragdoll. Já os cachorros de raças pequenas como
Maltês, Yorkshire e Poodle são predispostos à luxação de patela (também
conhecida como rótula, esse osso auxilia nos movimentos e protege a articulação
do joelho).
Segundo a Dra. Karin Botteon, médica-veterinária, membro da COMAC
e coordenadora técnica da Agener, “algumas dessas doenças podem predispor às
fraturas ósseas e rupturas de ligamentos, geralmente como consequência de
acidentes ou esforço em articulações já doentes”. Por isso, o cuidado tem que
ser sempre redobrado.
Como detectar o problema?
Infelizmente, as mascotes não conseguem se comunicar verbalmente
com seus tutores para sinalizar que sofrem de dores ou incômodos. Por isso, é
muito importante manter o olhar atento à falta de atividade, alimentação ou
distúrbios de eliminação, ou seja, dificuldades em evacuar, urinar ou fazer
isso em locais não usuais. Na presença desses ou mais sintomas, a avaliação do
médico veterinário, através de exames clínicos e ortopédicos adequados, é
fundamental para revelar o que impede o pet de viver normalmente.
Reabilitação pós-cirúrgico
Animais com doenças nas articulações e ortopédicas podem ser
submetidos à cirurgia e retornam para a casa exigindo cuidados especiais que
vão além de observar mudanças físicas como inchaços. Veja como colaborar com a
sua recuperação:
Ambientes: Se a sua casa tem pisos lisos, o recomendado é utilizar tapetes
emborrachados para diminuir o atrito e evitar movimentos brutos como subir em
camas, sofá e escadas para não forçar o membro debilitado. Adaptar o acesso com
rampas ajuda muito.
Alimentação: Animais obesos tendem a desenvolver mais doenças desse tipo,
assim é muito importante uma dieta indicada pelo veterinário. A falta de
apetite também deve ser observada, pois pode indicar que algo não anda bem.
Exercícios: Dependendo do problema, não é recomendada a prática de exercícios
por um tempo, pois isso pode sobrecarregar o membro em recuperação. Há casos em
que são indicadas sessões de fisioterapia aplicadas pelo veterinário
especializado. Somente ele pode indicar os exercícios corretos para se aplicar
em casa.
Um animal com boa rotina de exercícios, caminhadas e brincadeiras,
não necessariamente irá desenvolver doenças ortopédicas. “Desde que não haja
esforço maior do que aquele demandado para seu peso, idade e raça, os animais
que praticam exercícios tendem a ter força na musculatura que pode ajudar na
recuperação”, alerta Dra. Botteon.
*Termo usado para determinar alteração do desenvolvimento de um
órgão ou tecido do corpo animal e humano.
COMAC - Comissão de Animais de Companhia do SINDAN - Sindicato
Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal
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