A adoção é um ato de amor e também a
garantia de um companheiro fiel e disposto a viver ao seu lado a vida
toda. A veterinária da Hercosul Alimentos, Laís Alarça dá algumas dicas
para quem deseja adotar um bichinho.
São
cerca de 30 milhões de animais em situação de abandono no Brasil. A Organização
Mundial da Saúde estima que entre 10 milhões de gatos e 20 milhões de cães
vivem pelas ruas das cidades do país. Para a veterinária Laís Alarça,
especialista da Hercosul Alimentos, a situação é grave, mas a conscientização é
um passo importante para solucionar o problema.
“Há
muitas pessoas procurando um animal e muitos animais precisando de alguém, mas
ainda há um tabu em torno da adoção no Brasil e é isso que precisamos vencer em
um primeiro momento. Há muitas formas de adotar um bichinho e nenhum risco para
a saúde de quem faz isso”, revela.
Dra.
Laís se refere ao mito de que todos os animais abandonados podem trazer
doenças, o que não é verdade. “Muitos podem sim estar com algum problema de saúde,
mas grande parte deles só precisa de acompanhamento veterinário, uma
alimentação de qualidade, carinho e um lugar quentinho para dormir”, diz.
O
primeiro passo para adotar um animalzinho é buscar uma organização de proteção
na sua cidade. Os abrigos têm centenas de animais disponíveis e sedentos por
uma casa nova. Antes de levar para casa, a especialista recomenda que seja
feita uma visita ao veterinário. O mesmo acontece se o animal for retirado da
rua.
“É
importante que esse animal seja examinado para que a experiência - tanto dele
como do tutor - seja positiva. O veterinário vai avaliar as condições de saúde
do pet, aplicar as vacinas e vermifugação necessárias e fazer tudo o que for
preciso para que o mesmo vá para a nova casa com segurança”, acrescenta.
Prepare
a case para recebê-lo, pois isso é fundamental para evitar incidentes.
Animais
são curiosos e desbravarão o novo lar, o que pode resultar na ingestão
acidental de produtos de limpeza ou mesmo de plantas tóxicas. “Observe ao redor
e retire o que pode ser perigoso. Outra opção é limitar o acesso do animal e
introduzi-lo no ambiente aos poucos. Nos casos dos gatos, isso é primordial, as
janelas precisam estar teladas antes da chegada do bichano”, explica.
A
adaptação de ambos pode levar alguns dias, mas geralmente resulta em uma linda
história que a família e o animal protagonizarão juntos. “Os pets se adaptam
rapidamente, precisam apenas de segurança e atenção. É preciso lembrar que o
ambiente é novo para o bichinho e é extremamente natural que ele se assuste nos
primeiros momentos”, completa.
Gatos
gostam de altura e sempre procuram um local onde se sintam seguros. “Deixe
brechas para que o animal se esconda e passagens entre os cômodos para que não
se machuque em caso de tentativa de fuga para outro “esconderijo”. Armários e
prateleiras também agradarão o pet”, indica.
Outra
questão fundamental é a alimentação do animal, pois a maioria dos abrigos não
consegue oferecer uma alimentação de qualidade, pois são muitos bichinhos para
alimentar. “É preciso atenção na hora de mudar a marca do alimento , pois isso pode interferir na saúde do
pet. O ideal é que a migração seja feita aos poucos, misturando a alimentação
antiga à nova gradativamente. Este processo costuma levar cerca de uma semana”,
diz. Laís.
Adotar
é um ato de amor, além de ser transformador. Os bichos são gratos e fiéis
àqueles que amam e esse sentimento perdura pela vida toda. “Há tantos animais
precisando de afeto e cuidado, que na visita ao abrigo vai ficar difícil
escolher um só”, conclui a especialista.
Jéssica
Gonçalves
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