Consultoria
especializada realizou um levantamento que aponta os principais desafios
enfrentados pelos candidatos
O conturbado cenário econômico que o país
atravessa nos últimos anos não só tem afetado o mercado de trabalho como também
a confiança de milhares de jovens que buscam uma colocação profissional. Em
vista disso, a Companhia de Estágios –
consultoria e assessoria especializada em programas de estágio e trainee –
lançou um estudo exclusivo que explora o impacto desse quadro sobre os
candidatos a vagas de estágio e ainda revela os principais anseios e
expectativas dessa parcela da mão de obra brasileira.
Perfil dos candidatos
A pesquisa “O Perfil do candidato a vagas de
estágios em 2017” contou com 2.193 entrevistados de todas as regiões do país, especialmente
do Sudeste, que mantem a liderança desde o início do estudo, em 2016,
concentrando mais da metade das respostas (60,9%), no entanto, houve um
crescimento significativo de adesão da região Norte desde o último
levantamento, que passou de 3,5% para 6,1%. Já a participação do centro-oeste
caiu de 9,2%, em 2016, para 4,8% neste ano. A maioria dos estudantes é do sexo
feminino e pertence à faixa etária mais jovem, entre 18 e 20 anos. Mais de 90%
cursam a faculdade no momento e grande parte ainda frequenta os primeiros
semestres da graduação. Dentre as áreas do conhecimento, a participação dos
alunos das áreas Biológicas dobrou no último ano, ultrapassando os 10%, mas os
cursos de Humanas ainda representam a maior parcela dos resultados (43,8%).
Experiência e desenvolvimento de carreira estão no topo
Apesar dos diversos entraves, os jovens
acreditam em uma mudança positiva do cenário atual e se mantem otimistas diante
do mercado. Tanto é que a remuneração não é a maior preocupação neste momento e
ocupa os últimos postos entre os objetivos dos candidatos (6,8%). Para eles o
aprendizado está em primeiro lugar, com mais de 70% dos votos, seguido das
chances de efetivação após a conclusão do estágio (18%). Dentre aqueles que já
participam do programa de aprendizagem (13,6%), a meta principal é adquirir
experiência profissional. Boa parte recebe até 1 salário mínimo como bolsa
auxílio (23,2) e cerca de 40% deles alega estagiar sem bolsa para cumprir a
exigência curricular. 52% desses estagiários consideram a experiência do
programa produtiva, pois, através dela adquirem novas experiências e colocam em
prática as matérias apreendidas em sala de aula. No geral, 76% buscam uma
colocação profissional, dentre eles quase 60% estão à procura de uma
oportunidade de estágio e apenas 17,3% estão interessados em qualquer
oportunidade que surgir. Para esses jovens, atualmente o maior motivo de
insegurança, durante o processo seletivo, é ter que demonstrar suas habilidades
em pouco tempo (44%).
Tecnologia é a maior aliada nessa busca
Apesar de estar quase empatada ao fator
“indicação”, o crescimento da tecnologia como uma facilitadora nessa empreitada
é indiscutível. O fato é que, mesmo a indicação tendo uma relevância de peso
(23,6%), as ferramentas digitais já se consolidaram como um dos principais
recursos na hora de buscar vagas (23,5%). A maioria dos entrevistados afirma
recorrer ao auxílio de até 5 sites de recrutamentos distintos, no entanto,
diferente do último levantamento, aqueles que utilizam dezenas de plataformas
para buscar uma vaga quase dobrou. Outra mudança que merece destaque é em
relação as redes sociais. O Facebook que figurava em primeiro lugar na
preferência dos entrevistados, perdeu seu posto para o LinkedIn, uma plataforma
mais voltada para interações profissionais.
Impacto da crise
Para 62,7% dos jovens o pior efeito da crise
é a falta de oportunidades no mercado de trabalho, seguido pelo maior nível de
exigência por parte dos recrutadores e o aumento da competitividade entre os
candidatos – ambos ocupam o segundo lugar com 14,7% das respostas. Além disso o
cenário econômico desfavorável ainda provocou outros efeitos negativos que
refletem na carreira dos estudantes, prova disso é que mais de 30% alegou não
ter feito qualquer investimento em qualificações justamente por falta de
recursos, e 43,4% tiveram que adiar os planos de aprimoramento do currículo,
como cursos de idiomas e especializações. Mas, embora o panorama atual seja
desafiador, 76,2% dos jovens estão otimistas em relação à crise e acreditam na
recuperação do mercado muito em breve.
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