No Dia Nacional de Combate à
Tuberculose, Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), indica
cuidados específicos aos mais velhos. Incidência no Brasil é de 70 mil casos
por ano.
A tuberculose é uma doença bacteriana que atinge principalmente os pulmões, que são sempre a porta de entrada no organismo. No entanto, a tuberculose também pode acometer outros órgãos. Em 24 de março, Dia Nacional de Combate à Tuberculose, a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) orienta sobre o diagnóstico, tratamento e incidência da doença na população idosa, com informações da pneumologista e pesquisadora clínica da FIOCRUZ, Margareth Dalcolmo.
Os sintomas da tuberculose são mais discretos nessa população. Para o diagnóstico, realiza-se a coleta de escarro quando há tosse com secreção. O material é encaminhado para testes moleculares e cultura. Radiografias ou biópsia das lesões podem ser necessárias em casos específicos, quando existe dúvida sobre o diagnóstico. “A recomendação é que sintomas como febre baixa persistente, emagrecimento e fadiga sejam investigados, assim como o histórico do paciente, que pode já ter apresentado a doença na juventude ou relatar convivência com outros pacientes com tuberculose”, explica a professora.
A incidência da doença na faixa etária acima de 65 anos é preocupante. O Brasil tem cerca de 70 mil casos de tuberculose notificados ao ano, com decréscimo anual de 2,5% no número absoluto ao longo dos últimos 15 anos. “Com o envelhecimento da população, a tendência epidemiológica, apesar de decréscimo no número absoluto de casos, é quehaja o aumento de casos na faixa etária acima de 60 anos, que já representa 12% do total de casos notificados no Brasil”, explica a professora Margareth.
A grande maioria dos casos de tuberculose em idosos se dá pela chamada reativação endógena: a pessoa foi infectada no passado e mantém a bactéria em seu organismo de forma assintomática. Em determinado momento, começa a apresentar os sintomas habituais. Isso acontece porque a doença “desperta” por alguma causa, como mecanismos imunológicos inerentes à própria idade, uso de fármacos imunossupressores, quimioterapia, ou outras doenças, incluindo depressão. Os idosos mais suscetíveis a apresentar a doença são aqueles que vivem em instituições de longa permanência.
Transmissão
A transmissão está relacionada a condições de exposição ambiental e de moradia, uma vez que se trata de doença de transmissão pessoa a pessoa, sempre pelo ar, através de tosse, saliva e espirros.
Tratamento
O tratamento em idosos é semelhante àquele realizado nas demais faixas etárias, porém exige cuidados específicos. Os fármacos podem ter efeitos adversos sobre fígado e rins. Por esse motivo, deve ser feito atento acompanhamento clínico e laboratorial. Idosos tendem a aderir melhor ao tratamento do que os pacientes mais jovens. Em caso de déficit cognitivo, exige-se supervisão das tomadas dos medicamentos, feita pela família ou cuidadores.
Nenhum comentário:
Postar um comentário