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sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Vício em determinados tipos de alimentos é semelhante ao de dependência química



O vício em determinados tipos de alimentos foi discutido no XX Congresso Brasileiro de Nutrologia, que está sendo realizado no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo, até amanhã, dia 8 de outubro. Em palestra na manhã de hoje, a Dra. Karen Muñoz, médica nutróloga do Hospital Ernesto Dornelles, de Porto Alegre, traçou um paralelo entre o vício já conhecido em substâncias químicas e as reações provocadas pela ingestão excessiva de alimentos industrializados e processados, como açúcar, sal e gordura, conhecidos como hiperpalatáveis, indicando que ambos são ligados ao alívio de um estado emocional negativo. Causas emocionais e falta de informação são detectadas como principais responsáveis pelo desenvolvimento de distúrbios alimentares.

O tema é polêmico, mas alguns testes têm contribuído para o entendimento do problema. 

Em um deles, apresentado pela Dra. Karen, a conclusão foi que as pessoas consideradas viciadas, ao ingerirem milk shake, tiveram o sistema nervoso mais ativado do que as outras que não apresentavam os sintomas (consumo independente da fome, fadiga após a ingestão, ansiedade e agitação quando não é feito o consumo, ingerir esses alimentos mesmo sabendo que causará mal-estar, entre outros). Segundo a médica, o tratamento é semelhante ao de um dependente químico: envolve conversas motivacionais, terapia cognitivo-comportamental e o paciente deve buscar uma adequação em sua rotina, procurando estratégias saudáveis para tolerar sentimentos como angústia, tristeza e raiva. 

“Eu costumo recomendar que, se o paciente estiver triste, é melhor ele chorar do que descontar os sentimentos nos alimentos”, brinca a especialista.

A nutricionista Rita Coelho Lamas, também palestrante no Simpósio, alertou para outro problema: as dietas da moda. Segundo ela, as promessas de resultados milagrosos, rápidos e os desafios impostos são os principais atrativos para que esses procedimentos fiquem tão famosos. Sua aula, porém, indica que não são benéficos para a saúde de quem os adota. Citando os exemplos das conhecidas dietas ‘das proteínas’, ‘detox’, ‘dos dois dias’ e ‘paleolítica’, ela alertou para a linguagem convincente utilizada pelos autores, mostrou que estudos não comprovam a efetividade dos métodos e indicou “cada paciente é um caso e dietas realizadas espontaneamente não são positivas para a saúde”.



Sobre a ABRAN
A ABRAN é uma entidade médica científica reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina. Fundada em 1973, dedica-se ao estudo de nutrientes dos alimentos, decisivos na prevenção, no diagnóstico e no tratamento da maior parte das doenças que afetam o ser humano, a maior parte de origem nutricional. Reúne mais de 3.800 médicos nutrólogos associados, que atuam no desenvolvimento e atualização científica em prol do bem estar nutricional, físico, social e mental da população. Visite WWW.abran.org.br e curta a ABRAN no Facebook: www.facebook.com/nutrologos


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