ABHH orienta sobre a doença que, se
diagnosticada corretamente, pode ser tratada de forma ideal para impedir
sequelas e riscos à saúde
Com o Dia Mundial da Trombose, datado em 13 de outubro, a
Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), por
meio do Comitê de Trombose e Hemostasia, indica a necessidade de mais atenção e
implementação de políticas públicas para um diagnóstico correto da trombose, a
fim de diminuir a mortalidade e aumentar a qualidade de vida do paciente. A trombose é
caracterizada pela formação ou desenvolvimento de um coágulo sanguíneo
responsável por causar a obstrução e inflamação na parede do vaso, conhecida
pelos médicos como trombose venosa profunda. Considerada uma causa de morte
global, a trombose é causa de mortalidade de 1 a cada 4 pessoas no mundo, por
complicações da doença, segundo o movimento World
Thrombosis Day, realizado anualmente como alerta.
“Infelizmente muitos diagnósticos de trombose no Brasil ainda
são realizados apenas com os sinais e sintomas clínicos. A chance de erro é de
aproximadamente 70%, quando o diagnóstico é apenas clínico. É
imprescindível a realização de um método de imagem sempre quando há suspeita
clínica. Já existem algumas clínicas públicas especializadas neste assunto, mas
não são suficientes para atender a demanda”, explica Daniel Dias Ribeiro,
coordenador do Comitê de Hemostasia e Trombose da ABHH.
O
acesso aos medicamentos e procedimentos para a trombose na rede pública depende
muito da cidade/região/estado. “Não temos ainda na rede pública acesso aos anticoagulantes
orais alvo específico. Estes, quando bem utilizados, poderiam ajudar a diminuir
o tempo de hospitalização com um custo menor do que temos atualmente e de uma
forma mais simples”, completa Ribeiro, que é hematologista especialista em
trombose.
Sobre a trombose
Sintomas
Os
membros inferiores são os locais mais comuns de trombose e os principais
sintomas são o edema (inchaço), a vermelhidão, a dor e o calor local, além de
dor nas pernas.
Incidência
A
incidência de trombose é igual nos dois sexos quando não estratificado por
faixa etária. Quando é avaliada apenas a faixa entre 20 a 40 anos, a incidência
é um pouco maior nas mulheres exatamente pela maior exposição a fatores de
risco, como anticoncepcionais e gestações. Estima-se que a cada ano mais de
300 mil pessoas nos Estados Unidos e mais de 500 mil na Europa passem por
eventos de trombose venosa profunda e tromboembolismo pulmonar. No Brasil, não há registros precisos da incidência, mas calcula-se que,
a cada mil habitantes, um ou dois sejam acometidos por trombose.
Como prevenir
Além do acompanhamento médico, qualquer pessoa pode tomar medidas de
prevenção. Muitas delas podem ser incorporadas no cotidiano. Algumas das dicas
são:
- Exercitar-se ou fazer pequenas caminhadas regularmente;
- Controlar o peso;
- Evitar o cigarro;
- Movimentar as pernas durante longos períodos sentada;
- Usar meias elásticas no caso de insuficiência venosa, sempre com
orientação médica.
Anticoncepcionais
x riscos
Existe sim uma correlação do uso dos anticoncepcionais com o
tromboembolismo venoso. O aumento do risco relativo de trombose associado a
estes é de duas a sete vezes maior quando comparamos mulheres da mesma idade
que usam verso aquelas que não fazem uso. “Parece grande, mas como a incidência
de trombose na faixa etária de mulheres em idade fértil é de aproximadamente
0,01%, o aumento do risco absoluto é pequeno. Saímos de 0,01 e vamos para
0,07%”, afirma Daniel. Segundo o especialista, é preciso também levar em conta
todos os benefícios que os anticoncepcionais trazem para a vida das usuárias.
“Com certeza temos uma relação entre o risco X o benefício favorável ao uso.
O vilão da história é o estrógeno, que interfere no equilíbrio da coagulação
favorecendo a formação de trombose”, completa.
Sobre a ABHH
A
Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) é
uma associação privada para fins não econômicos, de caráter científico, social e
cultural. A instituição congrega médicos e demais profissionais interessados na
prática hematológica e hemoterápica de todo o Brasil. Hoje, a instituição conta
com mais de dois mil associados.
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