Pesquisa pioneira do governo de São Paulo será
conduzida pelo Icesp
O governo do Estado de São Paulo
inicia na próxima segunda-feira, 25 de julho, pesquisa clínica pioneira
para testar a fosfoetanolamina sintética no tratamento do câncer.
O início dos testes em humanos, que será
conduzido pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), na capital
paulista, será possível já que a realização do estudo foi aprovada pela
Comissão Nacional de Ética em Pesquisa, do Ministério da Saúde.
O Icesp recebeu da Fundação para o
Remédio Popular (Furp), laboratório oficial da Secretaria de Estado da Saúde de
São Paulo, cápsulas suficientes da substância para realizar a pesquisa.
A sintetização da fosfoetanolamina foi
feita pelo laboratório PDT Pharma, localizado no município de Cravinhos,
interior paulista. A Furp encapsulou a substância e entregou ao Icesp. O
pesquisador aposentado da USP de São Carlos, Gilberto Chierice, tem acompanhado
todo o processo.
É a primeira vez na história que a
fosfoetanolamina sintética será testada em humanos, por iniciativa do governo
de São Paulo, visando analisar a eficácia da substância no combate ao câncer.
O estudo prevê uma primeira fase, em que
serão avaliados 10 pacientes para determinar a segurança da dose que vem sendo
utilizada na comunidade. Após essa primeira etapa, caso a droga não apresente
efeitos colaterais graves, a pesquisa prosseguirá.
No estágio 1, está previsto a inclusão de
mais 21 pacientes para cada um dos 10 grupos (tipos) de tumor: cabeça e
pescoço, pulmão, mama, cólon e reto (intestino), colo uterino, próstata,
melanoma, pâncreas, estômago e fígado. Os candidatos passarão por triagem e
deverão preencher os critérios de elegibilidade para determinar a segurança da
droga. Se observados sinais de atividade da substância nessa fase, o estágio 2
se iniciará com mais 20 participantes em cada grupo.
Progressivamente, desde que se comprove
atividade relevante, a inclusão de novos pacientes continuará até atingir o
máximo total de 1.000 pessoas (100 para cada tipo de câncer). A estratégia
adotada permitirá melhor compreensão da droga.
Todos os pacientes serão monitorados
continuamente por uma equipe multiprofissional com larga experiência em testes
clínicos, no Icesp.
“O projeto de pesquisa clínica foi
desenhado sob a ótica de especialistas de alto conhecimento técnico. Nossa
prioridade é a segurança dos pacientes, por isso, nesse primeiro momento, vamos
avaliar, com grande responsabilidade, se a droga é segura e se há evidência de
atividade. É um processo extenso, que deve ser acompanhado com cautela”,
destaca o oncologista Paulo Hoff, diretor-geral do Icesp.
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