Vivemos cada vez mais em um mundo
tecnológico e acelerado e uma das consequências disso é a ansiedade. Ela
atinge grande parcela da população nos dias de hoje e é considerada por muitos
especialistas o mal do século. Mas será que é possível, sem remédios e ajuda
psicológica, superar esse mal para atingir um estado de bem-estar e
tranquilidade maior?
Para o Prof. Eduardo Martins,
cardiologista, pesquisador de Conscienciologia há 22 anos e autor do livro
“Higiene Consciencial – Reconquistando a Homeostase no Microuniverso
Consciencial” da Editora Editares, que será lançado em julho, a ansiedade da
vida moderna é comportamental, dominável e um dos principais agentes poluidores
da consciência. “As pessoas ansiosas são desconectadas da realidade, estão
sempre conectadas no celular, no futuro e perdem o aqui e agora, o presente e
não percebem as pessoas e situação que estão ao seu redor”, explica. Segundo o
médico, os ansiosos criam apriorismos, que nada mais é do que tirar conclusões
erradas por não analisar direito as situações, se colocando em contextos
delicados até mesmo na forma de lidar com as pessoas.
Uma dica do especialista para
identificar a ansiedade é olhar a sua agenda e observar se tem espaços livres
ao longo dos seus dias e, se tiver, se você logo já pensa em preenche-los,
procurando alguma coisa para fazer. “O ansioso acredita que só tem valor quando
está produzindo. Se ele não produz, está mal, sentindo um vazio. Isso é chamado
de ócio depreciativo e é extremamente negativo. O ócio pode ser criativo,
porque quando você dá um tempo para sua mente, encontra ideias e respostas”,
comenta.
Dentro da abordagem
conscienciológica, um temperamento ansioso pode coexistir há múltiplas vidas
(milênios), necessitando de um “basta” nesta vida, diante dos inúmeros
aceleradores advindos da modernidade. Tais aceleradores (celular, internet,
comunicação ultra rápida), fez surgir a epidemia de síndromes do pânico,
transtornos de ansiedade generalizado, e outras doenças que encontram no
temperamento ansioso o substrato para crescer e dominar a pessoa.
Confira 7 dicas para incorporar no
seu dia-a-dia e combater a ansiedade:
1 - Parar, parar e parar. Segundo o Prof. Eduardo Martins, a coisa
mais importante para superar a ansiedade é simplesmente parar, fazer as coisas
com calma, refletir. “Hoje em dia as pessoas se vangloriam sobre como não têm
tempo para nada como se isso fosse uma coisa boa, mas não é. Uma dica é
reservar um período na semana para esse momento de break da rotina, sem
celular, sem televisão, talvez lendo um livro simplesmente por ler”, explica.
2. Dê a devida atenção ao
seu sono. Com os
smartphones e as redes sociais, quando as pessoas vão para a cama, elas ficam
conectadas até mais tarde e acabam dormindo consideravelmente menos do que o
organismo precisa para descansar. “Hoje em dia o sono é banalizado e ignorado.
Esse modo contínuo de operar a vida e a cabeça vai entrando pela madrugada
afora e o resultado disso é estresse, mesmo quando a pessoa não identifique e
acredite que está tudo bem”, conta. O médico explica que a longo prazo, as
consequências de uma ‘simples’ carga de sono diminuída podem ser doenças como
hipertensão e diabetes, então prestar atenção à quantidade de horas que você
dorme é importante para sair desse estado de ansiedade.
3. Tenha uma agenda
pessoal. Seja para
fazer academia, uma caminhada, acupuntura ou praticar Ioga, é importante ter
uma agenda pessoal para que a pessoa entre em contato consigo mesma. “Os
ansiosos geralmente são tão acelerados que entram em contato com todo mundo,
mas falham em se conectar com seu interior e encontrar equilíbrio”.
4. Se organize à noite para
a manhã do dia seguinte.
Parece simples, mas muita gente não coloca essa organização prévia em sua
rotina e esse tipo de ação é muito importante para que não haja preocupações
durante o sono, já que está tudo certo para o dia seguinte, e também para que
as manhãs sejam mais tranquilas, ajudando o dia a transcorrer de maneira mais
calma e equilibrada.
5. Seja mais perceptivo
consigo mesmo. Comece
com perguntas simples que não costumamos fazer na correria do dia-a-dia como
‘eu estou contente com o que eu faço profissionalmente?’, ‘eu estou contente
com meu relacionamento afetivo?’. “Se perguntando essas coisas simples, você
consegue identificar se essas áreas de sua vida estão relativamente alinhadas e
também se sua ansiedade pode ter uma causa externa. O especialista explica que
se a resposta for não para alguma dessas questões, a autoestima da pessoa fica
prejudicada e ela compensa acumulando tarefas. Depois de identificar o que está
errado, ela começa a pensar em uma solução e dar mais valor para si mesma,
assim as coisas começam a entrar nos eixos.
6. Organize os ambientes. Seja seu ambiente de trabalho ou sua casa,
organizar os espaços significa organizar também sua mente. “Se a pessoa vive na
bagunça, ela vai vivenciar a ansiedade sempre. A desorganização leva a uma
desconexão da realidade e, à medida que a pessoa se desconecta, ela fica mais
ansiosa”, explica o especialista.
7. Repita todas as dicas
acima até que elas se tornem um hábito. É importante levar as dicas a sério, por mais simples que elas pareçam,
e repeti-las até que se tornem hábitos. “Eu acredito que o trinômio compreensão
– esforço – repetição é a chave para diminuir a ansiedade. A pessoa
compreende que ela é ansiosa, aplica novos hábitos em sua vida que podem ajudar
com o problema e se esforça para encarar os desafios, mesmo que erros e
dificuldades apareçam em algum momento, e levar isso a sério até que passem a
fazer parte de sua rotina. A saúde, seja física ou mental, é a repetição
dos hábitos saudáveis”, finaliza.
No livro, o Prof. Eduardo indica a
técnica da Imobilidade Física Vígil como principal técnica ansiolítica para o
holossoma (conjunto dos veículos de manifestação da consciência). Através desta
técnica, a pessoa fica parada durante 3 horas, numa poltrona confortável, sem
se mexer. Segundo o autor, é definitiva e ajuda a consciência a superar de vez
o comportamento ansioso.
O Prof. Eduardo alerta que
quando a pessoa passa todos os dias nervosa, preocupada ou acreditando que
alguma coisa vai acontecer, sem conseguir relaxar, ela pode sofrer de
Transtorno de Ansiedade Generalizado (TAG), e aí há a necessidade de uma
avaliação médica e psicológica para definir o tratamento, já que o estágio
seguinte à TAG é a síndrome do pânico.
Eduardo Martins Balthazar - médico
cardiologista, consciencioterapeuta, voluntário da Conscienciologia e
pesquisador da consciência desde 1994. Formado em Medicina pela UNI-RIO e
Cardiologia pelo Prontocor (MG), é ergometrista titulado pela Sociedade
Brasileira de Cardiologia. Participou do programa Internacional Scholarship da
Cleveland Clinic, em Ohio, EUA. Atualmente é médico do corpo clínico do
hospital Ministro Costa Cavalcanti e associado ao corpo clínico do Hospital
Israelita Albert Einstein, em São Paulo.
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