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quinta-feira, 21 de julho de 2016

Infecção dos ouvidos: principais cuidados com os bebês no tempo frio



Popularmente conhecida por infecção dos ouvidos a otite média aguda acomete a orelha média e é muito mais frequente em crianças, principalmente bebês. Isso acontece em virtude de uma formação anatômica do canal auditivo. "As crianças de 0 a 3 anos de idade têm maior propensão a desenvolver a otite média aguda porque elas têm o canal que comunica o ouvido com o nariz, chamado tuba auditiva ou trompa de eustáquio, mais horizontalizado e mais largo. Portanto é muito mais fácil qualquer processo vindo do nariz chegar até a orelha média e desencadear uma infecção", explica o Dr. José Eduardo Lutaif Dolci, professor titular e diretor do curso de Graduação em Medicina da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

Os quadros alérgicos e infecções das vias aéreas superiores -, mais prevalentes nos períodos de tempo seco e frio, como resfriados, sinusites, rinossinusites, rinites são as principais causas das otites médias agudas em bebês e crianças.

"Existem crianças que são denominadas como "criança catarral", que são aquelas que têm repetidos episódios de otite na primeira infância. Algumas com episódios a cada 2 meses e com secreção. São as otites médias supuradas. São crianças que têm, geneticamente, a característica de serem alérgicas à poeira, ácaro, fungo, pelo de animal, alimentos e têm quadros repetidos de obstrução nasal, levando também ao desenvolvimento da otite", afirma o professor.

O Dr. Dolci explica que ao romper a membrana do tímpano, o pus extravasa e alivia a dor. Com o tratamento adequado e acompanhamento, os episódios evoluem para a cura, fechando a membrana rompida muito rapidamente. Nesses episódios, a recomendação é afastar a criança da creche ou da escola, porque nesse ambiente sempre há uma criança com quadro viral. "E o processo, geralmente, é contínuo. As crianças saram e voltam a ter esses quadros. Portanto, a criança catarral, que já tem maior propensão a desencadear a otite, sofre repetidos episódios", afirma o professor.

O especialista ressalta que é fundamental tratar a infecção, pois ela pode evoluir para casos mais graves e complicações intracranianas como meningite, abscesso cerebral. De acordo com ele, não é muito comum que esses quadros evoluam dessa forma, porém os casos também não são raros.

Para a prevenção, é fundamental identificar os fatores que provocam reação alérgica e tratar sempre que esse quadro aparecer, com acompanhamento médico.

"Cirurgia é sempre a última opção. Somente é recomendada para crianças que têm adenoidites de repetição, ou uma hipertrofia ou aumento muito grande da adenoide, que impede de respirar adequadamente, explica o professor Dolci. "Isso porque a partir de 7 ou 8 anos as crianças que apresentaram episódios repetidos de otite já passam a ter uma melhora muito expressiva, com queda brutal na frequência do quadro", finaliza.

Como identificar um processo infeccioso no ouvido:

 Irritação constante da criança
 Alteração no apetite, deixa de querer mamar
 Choros constantes
 Alteração no sono
 Febre

Recomendações para as mães:
Para as mães que amamentam ou dão mamadeira, a recomendação para evitar episódios de otite é nunca dar o leite para a criança deitada. É fundamental que o bebê esteja inclinado, pelo menos 45° em relação ao plano horizontal, porque deitado é mais fácil o leite refluir pelo nariz e, assim, chegar a orelha média e provocar a otite. 
Outra recomendação é afastar a criança da natação no tempo frio/seco, em virtude do choque térmico do clima com a temperatura da água na piscina. Esse contato pode desencadear quadros alérgicos que podem levar à otite.


Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo - www.fcmsantacasasp.edu.br.

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