Ação levará
informações aos usuários do Hornet de prevenção ao HIV e outras infecções
sexualmente transmissíveis, onde se testar, e ter acesso a tratamento e insumos
de prevenção
Usuários do aplicativo de encontro
Hornet, que conta com mais de 1 milhão de usuários no Brasil, terão acesso a
informações de prevenção ao HIV, aids e outras infecções sexualmente
transmissíveis, no período dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. A ação no Hornet
acontecerá por meio do projeto piloto Close
Certo, lançado nesta sexta-feira (29), pelo Ministério da Saúde em
parceria com o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) e a
Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
“A proposta do projeto é levar informação confiável e acessível a
todos aqueles que navegam no aplicativo Hornet. Como a média de idade da
população do aplicativo no Brasil é de 25 anos, estaremos atingindo o público
jovem, gay e de homens que fazem sexo com homens – uma das populações-chave em
nossas ações de prevenção”, explica a diretora do Departamento de DST, Aids e
Hepatites Viras, Adele Benzaken. A diretora ressaltou ainda que o uso de novas
tecnologias é uma maneira de atingir essa geração de jovens, principalmente em
um país como o Brasil, que já conta com cerca de 276 milhões de celulares.
O secretario substituto de Vigilância em Saúde do Ministério da
Saúde, Alexandre Santos, ressaltou que a iniciativa é fruto de parceria com
custo zero. “O projeto piloto, além do amplo alcance e de inovar na
abordagem dessa população, que é muito vulnerável ao HIV, aids e às infecções
sexualmente transmissíveis, não trará nenhum custo à pasta”, ressalta.
No período de 1º de agosto a 18 de setembro, colaboradores
capacitados pelo Ministério da Saúde irão passar, aos usuários do aplicativo,
informações sobre prevenção, diagnóstico, acesso a PEP (Profilaxia
Pós-Exposição de Risco para Infecção pelo HIV) e tratamento de HIV/aids. O
projeto piloto integra as ações da política brasileira de resposta às DST/Aids
e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, que tem intensificado atividades
voltadas aos jovens, grande público das novas tecnologias, como os aplicativos
e as redes sociais.
CLOSE CERTO - No projeto, 18 jovens
promotores de saúde, sendo três tutores e 15 colaboradores, já usuários do
Hornet, terão seus perfis sinalizados com a marca do projeto Close Certo e com
um laço azul, que indicará aos usuários do aplicativo que eles são voluntários
participantes do Close Certo. Quando procurados, os colaboradores,
supervisionados pelos tutores e equipe técnica do Ministério da Saúde, irão tirar dúvidas e compartilhar informações
em relação à prevenção e ao tratamento do HIV, aids e outras infecções
sexualmente transmissíveis.
O grupo foi capacitado pelo curso de formação de jovens
lideranças, promovido pelo Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do
Ministério da Saúde, em parceria com agências da Organização das Nações Unidas (ONU).
Os promotores receberão material de apoio para desenvolvimento das atividades.
O laço azul, que sinalizará o perfil dos colaboradores, é símbolo da iniciativa
global Blue Ribbon Boys,
adotada por vários outros países. Para tornar público o projeto no aplicativo,
o Hornet encaminhará quatro mensagens inbox a todos os usuários, informando
sobre a ação e com conteúdo de prevenção do Ministério da Saúde.
“Quero parabenizar o Ministério da Saúde por essa iniciativa
inovadora. Existe uma necessidade em todo o mundo de buscar novas formas de
fazer prevenção entre jovens, e um projeto como o Close Certo é uma das vias de
acesso para onde o jovem está, que são os aplicativos de relacionamentos”,
disse Georgiana Orillard, diretora do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre
HIV/AIDS (UNAIDS).
AIDS EM JOVENS – Nos últimos 10 anos, a
epidemia tem avançado no público jovem. Relatório recente do Programa Conjunto
das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) e a publicação HIV Lancet, divulgados
durante a Conferência Internacional de Aids em Durban, em julho deste ano,
apontam que casos de infecção pelo HIV ainda estão aumentando e o número de
infecções entre os mais jovens é expressivo em todo o mundo.
Em 2004, a taxa de detecção entre jovens de 15 a 24 anos foi de
9,5 casos por 100 mil habitantes, com 3.419 casos notificados. Em 2014, foram
4.669 casos notificados, o que representa uma taxa de detecção de 13,4 casos
por 100 mil habitantes. Isso representa um crescimento de 41% em onze anos. Na
população geral, a taxa de detecção em 2014 é de 19,7 casos a cada 100 mil
habitantes.
AÇÕES DE PREVENÇÃO – Para o enfrentamento da
epidemia nessa população, o Ministério da Saúde tem desenvolvido uma série de
projetos, como o “Viva Melhor Sabendo”, realizado em âmbito nacional em
colaboração com mais de 50 ONGs, com testagem realizada por pares em horários e
locais adequados às especificidades das diferentes populações-chave, gays e
transexuais. Até agora, mais de 72 mil participantes foram testados pelo
projeto.
Outra ação importante foi a publicação, em 2015, do Novo Protocolo
Clínico de Diretrizes (PCDT) de PEP (Profilaxia Antirretroviral Pós-Exposição
de Risco para Infecção pelo HIV) que simplificou a prescrição e aumentou o
acesso do público a essa estratégia de prevenção. A PEP é um procedimento de
prevenção para as pessoas que tiveram exposição ao vírus do HIV. Os
medicamentos devem ser usados em, até 72 horas, após a exposição ao vírus. O
ideal é o uso nas primeiras duas horas.
Agência Saúde
Nenhum comentário:
Postar um comentário