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segunda-feira, 13 de junho de 2016

Meu filho está com bruxismo! O que fazer?




É cada vez mais recorrente as crianças desenvolverem bruxismo (do grego brýkhmós, pronúncia-se “brucsismo”), ou seja, o hábito de ranger ou apertar muito os dentes. A ação acontece de forma involuntária e, muitas vezes, durante o sono, tendo despertado preocupação em muitos pais e responsáveis.

Apesar disso, antes dos seis anos de idade, o bruxismo é considerado fisiológico, porque antes da erupção dos primeiros molares – por uma tentativa de busca de equilíbrio na mordida, já que alguns dentes ficam de tamanhos diferentes –, a mandíbula se movimenta principalmente em lateralidade em busca de um ponto de apoio. Porém, é importante ficar atento caso a criança apresente dores na face e mandíbula e também dores de cabeça, pois estes sintomas fogem da normalidade do bruxismo fisiológico da idade e requer tratamento.

Ainda, o bruxismo pode resultar em problemas mais sérios, como a síndrome da articulação têmporo-mandibular (ATM) ou disfunção da ATM, estrutura que conecta a mandíbula aos ossos temporais do crânio. A desordem na ATM ocasiona a impossibilidade do funcionamento dessa estrutura muscular, sendo que o estalido é o indicativo dessa disfunção e ocorre quando o disco articular se desloca de sua posição fisiológica.

“O bruxismo tem cura, mas o tratamento vai depender da causa e a partir disso é traçado um tratamento. As principais causas são os fatores oclusais, ou seja, quando existe alguma interferência e a mordida não tem um bom encaixe. Além disso, fatores de ordem sistêmica, alteração na respiração, deficiências nutricionais, fatores emocionais, estresse, uma criança hiperativa e até mesmo hábitos alimentares inadequados podem ser fatores desencadeadores”, explica a pediatra do Hapvida, Nicole Bezerra. A especialista ainda acrescenta que se trata de um tratamento multidisciplinar: o paciente faz uma primeira avaliação com o pediatra para descobrir a causa e depois é encaminhado para outros profissionais, como um dentista para ver a questão da interferência dental.

Segundo o dentista do Hapvida, Rodrigo Almeida da Costa, o tratamento apropriado dependerá do que está causando o problema. Mediante perguntas e exames detalhado dos dentes, o especialista pode ajudar o paciente sobre o melhor tratamento a seguir. “O tratamento mais comum é o uso de placas que impedem o contato entre os dentes, além de induzir o relaxamento da musculatura da mandíbula e aliviar as articulações. Em muitos casos, os sintomas somem”, declara Costa.

Também existe o tratamento psicológico, que vai ajudar a criança a lidar com estresse, ansiedade e hiperatividade, uma das maiores causas do bruxismo infantil noturno. Além disso, há o tratamento com o fonoaudiólogo, que vai se atentar para a maneira de como os pequenos estão reprimindo a mandíbula e ensinar a relaxar ainda mais a mandíbula com exercícios.

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