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terça-feira, 7 de junho de 2016

Família e amigos têm papel fundamental na superação dos problemas associados ao consumo excessivo de álcool




O Centro de Informações sobre Saúde e Álcool – CISA, uma das principais fontes no país em relação ao binômio Saúde e Álcool, oferece dicas e orientações de como pessoas próximas podem conversar com um indíviduo que tenha problemas com o consumo excessivo de álcool para auxiliá-lo na buscar por ajuda. A família e os amigos desempenham papel muito importante na identificação dos problemas por uso de bebidas alcoólicas e, em especial, podem motivar o indivíduo a iniciar e permanecer em tratamento.

A dependência do álcool é uma doença complexa, pois ao mesmo tempo em que a pessoa enxerga os problemas gerados pelo uso e a necessidade de parar de beber, ainda há motivações para continuar bebendo. No Brasil, estima-se que 5,6% dos brasileiros apresentam transtorno relacionado ao uso do álcool, seja abuso ou dependência. Ou seja, cerca de 6% dos adultos brasileiros possuem, ao menos, um problema social ou de saúde, para si ou para terceiros, associado ao consumo nocivo de bebidas alcoólicas. Quando os problemas são mais numerosos e impactantes, o transtorno caminha para o diagnóstico de dependência ou alcoolismo. 

Para compreender a dificuldade, é necessário reconhecer que o consumo de álcool conta com uma considerável aceitação social, o que dificulta o reconhecimento de padrões de uso que podem gerar prejuízos em diferentes níveis. O êxito na ajuda oferecida ao alcoolista dependerá do grau de dependência, da consciência dos problemas que o hábito está causando e da relação de confiança estabelecida com a pessoa que se prontificou a auxiliar.  

A boa notícia é que a maioria das pessoas com transtorno por uso de álcool pode se beneficiar de alguma forma de tratamento. Pesquisas mostram que cerca de um terço das pessoas tratadas não apresentam os sintomas após um ano e muitos outros reduzem significativamente o consumo da substância, relatando menos problemas relacionados ao álcool e melhora consistente na qualidade de vida. 

O CISA apresenta algumas dicas para lidar com essa situação, mas lembre-se de que os efeitos são variáveis de acordo com cada pessoa. Por isso, o ideal é buscar ajuda de um profissional da saúde especializado para obter orientações mais adequadas a respeito do caso em questão. 

O fundamental é fazer uma aproximação afetuosa e amigável, com respeito pela pessoa, sem acusá-la ou culpá-la por seu comportamento relacionado ao uso do álcool. Uma abordagem acusatória leva a pessoa a reforçar suas defesas e negar que esteja enfrentando problemas. Observe que o simples fato de mostrar a preocupação e assegurar o apoio no processo de busca por tratamento já é muito valioso.

Antes de iniciar a conversa, verifique se a pessoa está sóbria. A conversa deve ser conduzida com calma e em ambiente com privacidade. 
Evite rodeios. Diga que está preocupado com o consumo e quer auxiliá-lo a procurar ajuda. Fundamente a conversa com exemplos de situações negativas que ocorreram com ele em função do uso do álcool. 
Trabalhe com a motivação para que a mudança seja feita por meio de uma relação amiga, mas também firme, procurando ajudá-lo a reconhecer que pode ter desenvolvido uma doença e que as pessoas não esperam que ele vá conseguir parar de beber sozinho, incentivando a busca por tratamento.  
Procure demonstrar que há um lado prejudicial desse comportamento, fazendo-o considerar os motivos que teria para continuar e os motivos para interromper o uso, com o objetivo de reforçar o desejo de mudar que o dependente tem, mesmo que de forma inconsciente. 
Uma vez que a motivação para mudança pode oscilar constantemente, a ajuda precisa estar sempre disponível. Mantenha uma relação de troca, ofereça suporte e se informe sobre as opções de tratamento.
Tenha a consciência de que mesmo com muito esforço e dedicação, a mudança será um processo difícil, demorado e permeado por dúvidas e recaídas.

Ajudar um dependente de álcool a mudar seu comportamento não é simples, mas o primeiro passo pode ser dado com a compreensão, o apoio e a disposição de fazê-lo refletir e, junto a ele, encontrar um caminho. Por isso, além de auxiliar o indivíduo, é importante que haja um acompanhamento específico e dirigido aos amigos e familiares, para que todos possam compreender a doença e seus desdobramentos e, posteriormente, receber orientação adequada sobre a melhor forma de ajudar o outro e a si mesmo. 


http://cisa.org.br/

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