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terça-feira, 25 de abril de 2023

Pesquisa mostra que 70% das empresas brasileiras devem investir em Inteligência Artificial em 2023

Investimento na nova tecnologia transforma modelos de negócios e prepara empresas para a Quarta Revolução Industrial


Sete em cada dez empresas brasileiras pretendem investir em Inteligência Artificial (IA) em 2023, de acordo com uma pesquisa realizada pela consultoria Deloitte. A crescente demanda por soluções tecnológicas avançadas está levando empresas a perceberem que precisam melhorar a eficiência, produtividade e qualidade dos processos para se manterem competitivas no mercado. Nesse cenário, a inovação é mais do que uma tendência, é uma necessidade que está impulsionando o mercado de tecnologia e transformando a forma como as corporações consomem serviços. Para se manterem atualizadas, as empresas precisam se reinventar e abrir espaço para a disrupção digital, gerando novas oportunidades de negócios e se destacando em seus setores.

A adoção global de IA cresce em todo o mundo e 41% das empresas brasileiras vêm implementando ativamente a tecnologia, segundo uma pesquisa de mercado encomendada pela IBM. Com funcionamento formado pela combinação entre Big Data (grande volume de dados) e algoritmos, a Inteligência Artificial tem potencial para ser aplicada em diversas áreas de atuação. "Além de ler dados, interpretar informações por meio de sistemas de aprendizado, detectar padrões e possuir ferramentas que conseguem simular capacidades humanas, a tecnologia otimiza os processos de trabalho e, ao mesmo tempo, transforma as relações", pontua o diretor-executivo da TOTVS Curitiba, Márcio Viana.


Próximos passos

À medida que a Inteligência Artificial se torna um imperativo para modelos de negócios em todos os setores, diretores e empresários têm a obrigação de identificar possíveis caminhos para inserir essa tecnologia nos processos. Com insights valiosos a partir dos dados coletados, a IA permite que empresas sejam mais assertivas nas tomadas de decisões estratégicas, além de ajudar no fluxo de trabalho e reduzir o estresse mental em tarefas repetitivas. É o que mostrou uma pesquisa realizada pela GitHub com colaboradores que utilizam ferramentas de programação alinhadas com Inteligência Artificial. "Mais do que nunca, tecnologias capazes de se conectarem a todas as fontes de dados e analisarem informações devem ser aliadas para alavancar negócios e apoiar gestores na tomada de decisão", avalia Márcio Viana. 

Considerada a força motriz por trás da Quarta Revolução Industrial, a Inteligência Artificial pode contribuir para aumentar em US$ 15,7 trilhões o PIB global até 2030, um salto de quase 15%, segundo a consultoria PwC. No entanto, o diretor-executivo da TOTVS Curitiba explica que a adoção de IA não pode se resumir apenas a uma corrida tecnológica, mas, também, que demanda um esforço para garantir que a tecnologia seja utilizada de forma ética e responsável. "É necessário um planejamento cuidadoso, com investimentos na infraestrutura e na capacitação dos colaboradores para trabalhar com a tecnologia. Além disso, a utilização de IA também traz preocupações em relação à privacidade e à segurança dos dados, o que exige que as empresas sejam transparentes sobre suas práticas e adotem medidas de proteção", complementa. 

Cada vez mais, os gestores enxergam a Inteligência Artificial como uma ferramenta estratégica para aprimorar suas atividades. A perspectiva é que as novas tecnologias continuem a ganhar espaço nos orçamentos das empresas brasileiras, embora ainda haja um desafio em relação à confiança na capacidade dessa tecnologia em tomar decisões. "A revolução tecnológica já está caminhando a passos largos com aplicativos, softwares e novas ferramentas desenvolvidas diariamente. Por isso, o momento é de deixar o medo para trás e abrir os olhos para receber o que está por vir", conclui Márcio Viana. 



TOTVS
https://www.totvs.com/

 

Dia Nacional da Libras acende alerta sobre a inclusão de pessoas com deficiência auditiva no mercado de trabalho

Para a psicóloga e coordenadora de projetos do Instituto Ester Assumpção, Cíntia Santos, as ações de inclusão devem começar ainda nas escolas 

 

Trazer um alerta para as grandes dificuldades em acessibilidade que as pessoas com deficiência auditiva enfrentam no dia a dia, como também, para ter uma chance de inclusão no mercado de trabalho. Esses são alguns dos focos do Dia Nacional da Libras, data criada no dia 24 abril de 2002, através da Lei nº. 10.436. Cíntia Santos, psicóloga e coordenadora de projetos do Instituto Ester Assumpção, entidade que atua em prol da inclusão na educação e no mercado de trabalho, lembra que celebrar a data é importante, mas ainda é preciso fazer mais, já que de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 5% da população brasileira apresenta algum problema de audição.   

A especialista lembra que através do projeto Paideia - Programa de Assessoria e Intervenção voltado para o Desenvolvimento Educacional Inclusão e Acessibilidade, realizado em parceria com o projeto Criança Esperança, foi possível ver na realidade que as escolas são os primeiros agentes para a inclusão.  “Antes de falar sobre Libras no contexto do mercado de trabalho, é preciso dar atenção ao ensino que vem antes do emprego. Fizemos um trabalho amplo com o Paideia, em que percebemos que nem todas as escolas estão em conformidade com a Lei, mas vimos que estão caminhando para se tornarem mais inclusivas, com destaque à capacitação de professores para a comunicação por meio de Libras”, revela.

Segundo a psicóloga, no quesito mercado de trabalho, a adequação do ensino de Libras é mais do que urgente. Ela adiciona que muitas organizações só seguem a Lei de Cotas - nº 8.213, de 1991, por obrigação. “É mais do que necessário a adequação das empresas para atender os trabalhadores com deficiência auditiva, que integram ou irão fazer parte do quadro de funcionários. Lembro que depois da criação da Lei de Cotas, muitas empresas passaram a ser obrigadas a contratar pessoas com deficiência. Porém, mesmo tendo aumentado o número de contratações, vemos que há muito o que se fazer para garantir que as pessoas com deficiência auditiva tenham mais oportunidades de trabalho. Ainda é preciso mudar a mentalidade dos contratantes a respeito desta condição e, reforço, perceber o potencial das pessoas com a deficiência”, pontua.

 

Instituto Ester Assumpção
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PORTABILIDADE NUMÉRICA - SÃO PAULO ultrapassa 27,55 milhões de trocas de operadoras de telefonia desde a implementação

 Brasil realizou 85,33 milhões de trocas de operadora desde 2008.

 

Desde 2008, no Brasil, usuários de telefonia móvel e fixa podem migrar de operadora sem alterar o número de identificação dos acessos. Neste período, 85,33 milhões de transferências foram realizadas.

De acordo com o relatório trimestral da ABR Telecom (Associação Brasileira de Recursos em Telecomunicações), Entidade Administradora da Portabilidade Numérica, desde setembro de 2008, quando o serviço passou a ser oferecido no País, até o dia 31 de março de 2023, foram efetivadas 21,37 milhões (25%) de migrações por usuários de telefones fixos e 63,96 milhões (75%) a partir de iniciativa de titulares de números de terminais móveis.

A portabilidade numérica começou a ser implantada gradativamente nos 67 DDDs em operação no País a partir de setembro de 2008 e as migrações foram possíveis, em todo o território nacional, em março de 2009.

Portabilidade numérica em São Paulo – Desde que a portabilidade numérica passou a fazer parte dos serviços telefônicos do DDD 11 a 19, os usuários desta área realizaram 27,55 milhões ações de portabilidade numérica. O equivalente a 6,60 milhões (24%) solicitações foram feitas por usuários de telefones fixos e 20,95 milhões (76%) para telefones móveis

Primeiro trimestre no Brasil – Considerando apenas o primeiro trimestre de 2023 (janeiro a março), a ABR Telecom apurou que 2,16 milhões de trocas de operadoras foram concluídas. Nesses três meses, 427,11 mil (20%) migrações foram feitas por usuários de terminais fixos e 1,73 milhão (80%) demandadas por titulares de telefones móveis.

Trimestre em São Paulo – De acordo com a apuração entre os telefones atendidos pelos DDD 11 a 19 o relatório mostra a efetivação de 727,71 mil solicitações de portabilidade numérica entre os meses de janeiro a março deste ano. Os usuários de telefones fixos respondem por 184,48 mil (25%) transferências e os de móveis, por 543,23 mil (75%).


Para fazer a portabilidade numérica

Para realizar o processo da portabilidade numérica o usuário deve procurar a operadora para onde ele quer migrar e fazer a solicitação. O regulamento da portabilidade numérica determina que, entre os critérios a serem atendidos para efetivar a migração, o solicitante deve:

- Informar à operadora de telefonia que recebe o pedido, o nome completo;
- Comprovar a titularidade da linha telefônica;
- Informar o número do documento de identidade;
- Informar o número do registro no cadastro do Ministério da Fazenda, no caso de pessoa jurídica;
- Informar o endereço completo do assinante do serviço;
- Informar o código de acesso;
- Informar o nome da operadora de onde está saindo.

A operadora para a qual o usuário deseja migrar fornecerá um número de protocolo da solicitação a fim de que possa acompanhar o processo de transferência. No Brasil, o modelo de portabilidade numérica determina que migrações devem ser solicitadas dentro do mesmo serviço, de móvel para móvel ou fixo para fixo, e na área de abrangência do mesmo DDD.


Prazos – O tempo de transferência para efetivação da portabilidade numérica é de três dias úteis ou após esta data, se o usuário desejar agendar.

Para desistir da portabilidade numérica, o usuário tem dois dias úteis, após sua solicitação de transferência, para suspender o processo de migração.


Consultas – Acompanhe o movimento de pedidos e efetivações de transferências da portabilidade numérica conforme o DDD e data de início do serviço, pelo site da ABR Telecom.

O site também dispõe de uma ferramenta de busca para pesquisar a qual operadora pertencem os números de telefones, consulte aqui.


Educação Infantil é foco para transformar realidade de municípios com baixo IDH

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Adrianópolis, na Região Metropolitana de Curitiba, é exemplo de transformação do futuro pela Educação 

 

Em uma esteira de borracha corre o minério que se tornou a base da economia de Adrianópolis, município com quase seis mil habitantes na Região Metropolitana de Curitiba. Fundado há pouco mais de 60 anos, o local tem um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) baixo (0,583 em 2000, segundo o PNUD) e ainda depende, em grande escala, dos empregos gerados pela extração de minério. Mas a Educação pode abrir um novo caminho para as crianças e adolescentes da região.

Desde 2015, uma parceria entre a Secretaria Municipal de Educação e o Sistema de Ensino Aprende Brasil, do Grupo Positivo, vem trazendo resultados significativos. No Índice Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), por exemplo, o município alcançou média acima da projetada por dois anos consecutivos, em 2017 e 2019, para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental. O resultado de 2021 referente a Adrianópolis ainda não foi divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela avaliação. Para a gerente de marketing e produto da Aprende Brasil Educação, Damila Bonato, os investimentos feitos na Educação Básica de Adrianópolis são fruto de um planejamento mais amplo, com o objetivo de transformar a cidade em uma referência nacional em termos de ensino e aprendizagem. “Educação é processo e Adrianópolis é uma prova disso. Já avançamos alguns níveis em direção aos indicadores educacionais que queremos para a cidade”, afirma.

Embora haja ações focais direcionadas à Educação Infantil, os bons resultados só são possíveis porque o trabalho é desenvolvido com todos os estudantes que estão sob a tutela da rede municipal, ou seja, Educação Infantil e Ensino Fundamental. Além dos livros didáticos com diversos recursos digitais, também está à disposição dos educadores um completo e seguro ambiente virtual de aprendizagem: o Aprende Brasil Digital, sistemas de gestão e avalição e formação continuada constante aos educadores. Esses instrumentos apoiam o professor e possibilitam a ampliação das práticas em sala de aula. "Também aproximam o cotidiano escolar dos processos de letramento digital e uso das tecnologias, tão presentes na sociedade contemporânea", acrescenta Damila.


Foco na Educação Infantil

De acordo com a secretária municipal de Educação de Adrianópolis, Évelin Ribeiro Fidelis Cardoso, os bons resultados são uma consequência direta da aplicação de ferramentas educacionais específicas. “Acompanhar o dia a dia em cada sala de aula é um desafio e, por isso, é muito importante ter à disposição ferramentas que possibilitem uma padronização das avaliações e objetivos de aprendizagem”, afirma. Atualmente, Adrianópolis conta com a parceria da Aprende Brasil Educação para a Educação Infantil - crianças de três a cinco anos - e os Anos Iniciais do Ensino Fundamental - 1º ao 5º ano.

A coordenadora pedagógica do Sistema de Ensino Aprende Brasil, Angela Biscouto, explica que os materiais disponibilizados são importantes porque promovem a equidade do currículo escolar, ampliando e consolidando os direitos de aprendizagem dos alunos da rede municipal. Ela acrescenta que esses recursos contribuem com a formação docente e proporcionam avaliações consonantes. A atenção especial aos primeiros anos de vida escolar se deve ao fato de que é nessa faixa etária que se consolida a capacidade de aprender ao longo de toda a vida. “Acreditamos que as crianças são o futuro não apenas como uma metáfora, mas de forma concreta. Se investirmos nelas o tempo e o método adequados, elas poderão enxergar novos caminhos e formas de trilhar a própria história e, consequentemente, modificar o ambiente em que vivem”, finaliza Damila.


Quais profissões mais pedem empréstimos no Brasil? Pesquisa mostra o perfil dessas pessoas e os principais motivos

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Estudo da fintech sergipana mostra que vendedor interno lidera o posto entre as profissões que mais solicitaram o produto financeiro

 

Na pandemia, o empréstimo consignado, modalidade que as parcelas são descontadas diretamente na folha de pagamento, teve um boom de crescimento e, desde então, tornou- se um forte aliado dos brasileiros. Segundo o Banco Central, em dezembro de 2021, o produto financeiro atingiu o valor de R$ 513,5 bilhões contratados, um aumento de 14% em relação ao ano anterior — maior número registrado nessa modalidade até o período. 

Um levantamento da iCred, fintech sergipana que facilita o empréstimo pessoal e consignado, mostrou que São Paulo lidera o ranking dos estados brasileiros que mais solicitam empréstimo online na plataforma, com 35,37% dos pedidos do país. Em segundo lugar está o Rio de Janeiro, com 10,11% das solicitações, seguido do Paraná em terceiro, com 8,56% dos pedidos. Rio Grande do Sul (7,51%), Minas Gerais (7,35%) e Santa Catarina (6,58%) completam a lista dos cinco estados que mais utilizam essa opção. 

Empréstimos pessoais e consignados são algumas das grandes soluções que os brasileiros encontram em situações de necessidade. Ultimamente, elas têm sido mais frequentes; o número de inadimplentes atingiu a marca de 70,1 milhões em janeiro de 2023, segundo estudo do Serasa Experian — recorde histórico de crescimento desde 2018.  

O processo de solicitação vem se modernizando ao longo dos anos, de acordo com as novas ferramentas lançadas para solicitar o produto financeiro de forma rápida, prática e online. "As facilidades que a tecnologia proporciona transformam o empréstimo pessoal em uma opção fácil para muitas pessoas. Porém, é importante reiterar que ele deve ser solicitado em caso de necessidade, e não de luxo. O planejamento da saúde financeira pessoal deve levar em consideração casos de dívidas ou investimentos, para que a necessidade de utilizar créditos não se torne rotina anual”, ressalta Túlio Matos, sócio fundador da iCred.  

A pesquisa da fintech sergipana também trouxe um panorama atual das profissões que mais utilizam o serviço de empréstimos online no Brasil. São estes os cargos que mais aparecem no cadastro dos solicitantes: 

1° - Vendedor interno; 

2° - Auxiliar administrativo; 

3° - Ajudante; 

4° - Atendente balconista; 

5° - Assistente administrativo. 

Já em relação às idades, a faixa etária de quem optou por esse serviço financeiro em 2022 varia entre 24 a 39 anos de idade, totalizando mais de 50% das solicitações. “Ao cruzar o perfil do cliente com a distribuição demográfica do CAGED e pirâmide etária do IBGE, há uma tendência de consumo maior do produto por parte desse público mais jovem, da grande metrópole, com menos tempo de serviço, ser mais tomador e recorrente, buscando a autonomia e agilidade do Saque Aniversário”, comenta o executivo. 

“Mesmo que as taxas dessa antecipação sejam muito mais baixas que outros produtos financeiros, ainda assim é necessário ser cauteloso e ter planejamento financeiro. Vale a pena avaliar sua relação com o empregador e suas perspectivas na empresa. Considere contratar uma proteção extra, para caso ocorra uma demissão sem justa causa, poder ser beneficiado por meio de um seguro de proteção desemprego, que indeniza o tomador e minimiza sensivelmente o impacto de ter comprometido o saldo com o empréstimo”, conclui Matos.


A importância de criar redes sociais verticalizadas

Foi-se o tempo em que as redes sociais eram apenas uma ferramenta de publicação de conteúdo. Hoje, elas têm uma importância muito maior – podem ditar tendências, gerar interações significativas e trazer melhorias significantes para uma empresa, por exemplo. E uma das novas medidas visando ao maior sucesso com as mídias digitais é a verticalização das redes sociais. Trata-se do processo de tornar as plataformas mais especializadas e segmentadas para um grupo específico de usuários.   

Assim, em vez de um fluxo infinito de conteúdo aleatório, as redes sociais verticalizadas permitem que os usuários se conectem com conteúdos exclusivos, relevantes e considerados de qualidade para eles. Essa estratégia de segmentação tem sido adotada por várias plataformas, desde as menores, como o TikTok, Universo Literature Generator, até gigantes como o Facebook e o Twitter.   

A verticalização também tem a vantagem de tornar as mídias sociais mais fáceis, pois os usuários não ficam inundados com conteúdo que não lhes interessam. Quem gosta de videogames, por exemplo, pode se concentrar em conteúdo exclusivo da comunidade a respeito do tema, sem se preocupar com outros assuntos aparecendo em sua timeline.  

Além disso, a verticalização cria oportunidades para maior envolvimento com a plataforma, já que as pessoas têm um interesse comum ao se unirem a uma comunidade específica, na qual só entra quem quer (ou seja, é um nicho particular, e não um mar aberto de informações diversas).   

Essa maior interação também permite que as plataformas de mídia social se tornem mais lucrativas para os anunciantes, pois eles ganham a oportunidade de encontrar reunida uma espécie de perfil de consumidores, agrupada por um motivo comum.   

Há quem compare as redes sociais verticais com uma versão mais evoluída e aprimorada dos antigos fóruns de discussão online, que trabalhavam de maneira semelhante. Portanto, a medida é uma excelente opção para casos nos quais há um público-alvo bem definido. Um bom exemplo de rede social verticalizada é o LinkedIn. A plataforma reúne pessoas com um objetivo em comum: a vida profissional e os relacionamentos voltados a esse intuito.   

Os anunciantes costumam ser empresas ligadas ao foco da rede e contratam os espaços diretamente com a plataforma, como os LinkedIn Ads. Ainda vale mencionar o exemplo de afunilamento do público com a verticalização. Caso dos grupos específicos criados no LinkedIn, uma subdivisão dentro do tema maior, em função de interesses profissionais variados.   

Toda essa segmentação, portanto, é favorável para o usuário buscar saber mais sobre e tomar decisões a respeito do assunto, aumentando a chance de compra de produtos anunciados.  



William Costa - criador da App Universo: Literature Generator, a nova rede social para amantes de literatura.

App "Universo: Literature Generator"
https://www.vemseuniraouniverso.com/


Cultura antimulher: o problema das leis no Brasil

Apesar da coragem que se requer brigar por igualdade de direitos, entendo também àquelas que não se manifestam, pois são tempos difíceis para as mulheres. A plataforma Disque 100 registrou mais de 121,5 mil denúncias de violações de direitos humanos de janeiro a março deste ano. Em relação ao gênero, do total de denúncias, 60,59% (73.897) têm como vítimas pessoas do sexo feminino, conforme o painel de Dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH),

Mesmo sendo perigoso ser mulher, avançamos porque é preciso falar sobre o que acontece em salas onde decisões importantes são tomadas em relação às nossas vidas e corpos, mesmo que não estejamos fisicamente presentes. É crucial que a gente siga defendendo umas às outras e desafiando a cultura que nos incentiva a competir, comparar e criticar. Devemos nos unir para falar contra as políticas que nos dividem e enfraquecem nossa capacidade de agir como uma comunidade global de mulheres, homens e aliados.

Você já se questionou por que a justiça no Brasil apresenta tanta disparidade entre homens e mulheres? Uma explicação atual, acessível e sem juridiquês, aponta que a noção de justiça está ligada à ideia de tratamento justo e correto, que inclui o respeito à igualdade de todos os cidadãos.

Conforme um estudo do Fórum Econômico Mundial divulgado em 2021, o Brasil ocupa a 140ª posição em um ranking de igualdade de gênero que avalia diversos aspectos da vida das mulheres, como participação política, acesso à educação e oportunidades de trabalho. A previsão atual é que levará 135,6 anos para alcançar a paridade de gênero globalmente - desanimador para uns, mas cenário de mudança para outros, e eu me incluo nesse segundo bloco. 

Ao longo dos anos, foram criadas leis para garantir a justiça para as mulheres e promover o bem-estar feminino, buscando caminhar em direção à igualdade de gênero. A lei Maria da Penha, criada em 2006, foi a primeira a amparar mulheres vítimas de violência doméstica - depois disso surgiram outras 12 leis com foco em segurança física e psicológica para proteger as mulheres. O que posso antecipar é que nós estamos colocando o Direito em prática ao ajudar mulheres a exercer seus direitos em igualdade de saber e com o devido amparo técnico. 

Em termos táticos, vamos desde vagões separados no metrô para ter mais tranquilidade na jornada casa-trabalho, até o novos "e-books" de cultura e termos de conduta anti assédio e linhas de denúncia em programas de proteção dentro das Startups  - Eu, particularmente já me beneficiei desses programas, pois eles estavam alinhados a ações punitivas aos agressores e isso sim é um catalisador de mudança. 

Destaco também legislações inclusivas e de impacto social, como a lei das domésticas promulgada em 2013 que trouxe mudanças significativas para a vida das trabalhadoras do lar no Brasil. Antes da aprovação dessa lei, elas não possuíam os mesmos direitos trabalhistas que outros trabalhadores, como jornada de trabalho definida, pagamento de horas extras e seguro-desemprego. 

Essa mudança gerou um impacto positivo na vida de muitas trabalhadoras, que agora possuem mais segurança e estabilidade financeira, além de poderem se planejar melhor em relação aos seus dias de descanso e folga. A legislação também contribui para o aumento da formalização dos empregos domésticos, o que reduz a informalidade e a precarização do trabalho nessa área.

“Ninguém quer ser vítima” é uma frase de Mayra Cotta especialista em gênero, advogada, escritora e que atualmente defende as atrizes e roteiristas no caso do ator e diretor Marcius Melhem. Conforme entrevista da Mayra, uma mulher sofre 35 agressões até decidir denunciar e quando uma mulher decide denunciar, é importante validar sua jornada até aquele momento e ela precisa de apoio e orientação de sustentação, mas não é isso que ocorre dentro das delegacias, nem mesmo nas especializadas. O crime de violência contra a mulher é um dos únicos que se busca entender o contexto do crime, e precisamos refletir sobre isso. Porque uma mulher é tão indagada sobre o motivo do crime cometido contra ela? 

Minha principal crítica não vem do fato de termos leis específicas, mas sim pelo motivo que elas existem. Foi após uma audiência com viés violento, que nasceu a Lei Mariana Ferrer, onde um juiz negou o direito à privacidade da vítima em uma audiência, certo de sua impunidade e vestido de preconceito. 

Posso citar centenas de casos de julgamentos injustos na esfera familiar, o afastamento de direitos básicos e a falta de segurança daquelas que buscam a justiça, mas são as mulheres, à frente de entidades, coletivos, redes sociais, startups e outros núcleos, que irão pleitear e mover o ponteiro da mudança. 

É importante ressaltar que a disparidade de gênero na justiça brasileira não se restringe apenas às leis e ao sistema judicial. Muitas vezes, há uma falta de representatividade feminina na política e em outros espaços de poder, o que acaba afetando a maneira como as políticas públicas são elaboradas e implementadas. 

Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as mulheres representam 52,5% do eleitorado brasileiro, mas ainda são sub-representadas na política. É crucial que as mulheres sejam incluídas em todas as etapas desse processo, desde a criação de leis até a execução das mesmas. É preciso que mais mulheres ocupem cargos políticos e liderem empresas e organizações, para que possam ter uma voz ativa na defesa dos direitos femininos.

Quando ingressei no universo do Direito me falaram muito sobre a balança da Justiça, mas agora eu sigo em busca do ponteiro. Assumir uma postura audaciosa significa estar disposta a correr riscos necessários para construir um mundo onde mulheres e meninas estejam seguras em suas casas e no ambiente de trabalho, onde todas as vozes sejam representadas e respeitadas, todos os votos sejam considerados e nós estejamos protegidas.

 

Patrícia Carvalho - Co-Fundadora e Ceo da Forum Hub


Ausência do ESG equivale a enormes prejuízos

Nas últimas semanas foram divulgados uma série de escândalos envolvendo grandes empresas do agronegócio em relação ao uso de trabalho análogo à escravidão. Fornecedora de mão-de-obra das vinícolas Salton, Garibaldi e Aurora tiveram 207 trabalhadores resgatados nessas condições. Alguns dias depois, 32 homens também foram resgatados de uma fazenda fornecedora de cana-de-açúcar à Caravelas. E mais de 80 outros trabalhadores foram também retirados de duas fazendas de arroz arrendadas pela estância São Joaquim. 

Vale ressaltar que essa situação, infelizmente, não é exclusividade do agronegócio. É frequente a divulgação de casos semelhantes em outros setores de negócios, como da moda e da construção civil. 

Esses escândalos demonstram o quanto ainda estamos longe da adoção real e efetiva da pauta o ESG, especialmente no que se refere às questões sociais e, principalmente, de governança corporativa. 

Além de envolver a prática de um crime, o uso de trabalho análogo à escravidão representa uma afronta ao “S” do ESG, que parte do princípio de que as organizações precisam cuidar dos impactos que causam nas pessoas com quem se relacionam, inclusive seus colaboradores contratados direta ou indiretamente, não apenas porque é o certo a ser feito, mas porque pode gerar ganhos de produtividade e reputação. 

E como evitar situações como estas? Com certeza não é fazendo declarações vazias de que atende à pauta ESG, mas, antes de mais nada, adotando boas práticas de governança corporativa, que envolve, entre outras coisas, a implementação de uma gestão de riscos de conformidade (Programa de Compliance), inclusive relacionado aos seus fornecedores e de toda a sua cadeia produtiva. 

Uma das ações práticas que devem ser utilizadas por qualquer organização que possua fornecedores (ou seja, praticamente todas) é o due diligence, que implica na adoção de uma série de cuidados no momento da contratação do fornecedor, buscando identificar que atende não só a legislação, mas os mesmos valores da organização contratante, além do monitoramento da sua atuação ao longo das atividades por ele desenvolvidas. Depois do escândalo, não adianta falar que “não sabia”.

Estas são medidas que visam proteger não só as partes interessadas, mas as próprias organizações. 

Tomamos como exemplo o caso das empresas Salton, Garibaldi e Aurora. Já foi anunciado que terão de pagar o equivalente a 7 milhões de reais em indenizações, além de terem de adotar medidas para fortalecerem a fiscalização de seus prestadores de serviços (as mesmas que mencionamos acima e que já deveriam ter sido adotadas antes do ocorrido), sem falar no prejuízo reputacional, impossível de ser estimado. 

A opinião pública e os consumidores de uma forma geral estão cada vez mais exigindo que as empresas se responsabilizem por suas atividades.

Nada contra a busca de melhores resultados, mas não é mais aceitável se obter o lucro a qualquer custo. Ele deve ser obtido de forma legítima e ética, respeitando o princípio básico da governança corporativa da responsabilidade corporativa. Focar no ESG e na Conformidade (Compliance) implica em seguir exatamente esse princípio. 

As empresas devem ser responsáveis por suas ações. Depois não adianta pedir desculpas. O dano, não só a terceiros, mas à própria empresa, já ocorreu e a recuperação, principalmente da sua reputação, é muito mais custosa que a prevenção. 

 

Monica Bressan - especialista em governança corporativa, compliance, ISO 37001, ISO 31000, contratos e finanças. Consultora, palestrante e professora. Formada em Direito e em Administração de Empresas, com especialização em Direito Tributário e Mestre em Finanças Corporativas. Com certificação ISO 31000 Lead Risk Manager (Gestão de Riscos) e ISO 37001 Provisional Auditor (Antissuborno). Membro da Comissão de Compliance da OAB/SP. Com mais de 20 anos de experiência organizacional e jurídica. Saiba mais em www.ledonnectd.com.br


Veja três desafios para o RH na volta ao presencial

Segundo pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas, o trabalho remoto segue perdendo força entre as empresas. De acordo com o apurado, em 2021, 57,5% das empresas incorporaram o home office a sua rotina de trabalho. Contudo, em 2022, o percentual caiu para 32,7%, o que mostra o retorno das instituições para o presencial. 

Diante desse cenário, a responsabilidade pela readequação dos funcionários às novas rotinas de trabalho fica por conta do setor de Recursos Humanos, capaz de investigar e compreender os principais pontos internos a serem levantados para realizar uma transição tranquila e assertiva para a equipe.

De acordo com Flávio Legieri, CEO e Cofundador da Intelligenza IT, maior consultoria nacional de tecnologia SAP para RH, é possível notar cada vez mais empresas retornando para os seus escritórios, seja 100% ou de forma gradual, o que reflete uma tendência do mercado. Durante este período, o especialista lista  os principais desafios que esses RHs precisam superar em relação à gestão de pessoas:

  1. O primeiro passo é uma pesquisa prévia. Importante analisar o clima institucional e comunicar aos funcionários a decisão de retorno de forma conjunta, abrindo espaço para o esclarecimento de dúvidas, a fim de garantir o bem-estar dos colaboradores e garantir uma readequação saudável;
  2. Engajamento dos times com o retorno ao escritório. Muitos colaboradores podem acabar apresentando resistência ao retorno, por este motivo, caberá ao RH trabalhar em iniciativas internas para manter o clima organizacional da empresa em harmonia;
  3. Alinhamento de agendas para modelos híbridos. Para instituições que optaram por não retornar 100% ou farão de forma gradativa, é importante um estudo interno a fim de identificar o modelo de escala mais adequado, considerando a opinião dos funcionários.

“Estamos vivenciando um momento de transição para muitas empresas e outras já começaram a incluir o presencial como sua nova realidade para novos colaboradores, o que nos dá uma boa previsão de como será o futuro”, destaca Legieri. 

Segundo levantamento realizado pelo Infojobs, que analisou posições abertas entre novembro do último ano e janeiro de 2023, o trabalho presencial representa grande parte das vagas. A pesquisa constatou que as posições presenciais representam 94,82% do total, contra 2,48% de ofertas para modelo híbrido e 2,7% para home office. 

Seguindo a nova tendência, para o especialista, é necessário que as empresas se atentem à evolução sem deixar de levar em consideração as necessidades dos colaboradores que também estão vivenciando este novo momento de mudanças.

“Muitas pessoas moldaram suas vidas baseando-se em um formato de trabalho remoto, e com o retorno dos escritórios para o presencial, elas precisarão fazer essa readequação. Por este motivo, cabe ao setor de RH trabalhar no processo de transição com o cuidado e a atenção necessária. ”, finaliza o CEO. 

 

Intelligenza IT

https://intelligenzait.com/

 

Feminismo a prova: como fazer negócio em países muçulmanos

 

Diferente dos países ocidentais, existe uma realidade que pouco faz parte dos nossos olhares e que desperta muita curiosidade: como se faz negócio do outro lado do mundo? Especialmente nos países regidos pela Lei Islâmica? Passei meus vinte e poucos anos em países muçulmanos. Na Indonésia, entrevistei o presidente, no Irã, apareci na televisão, no Paquistão, me meti em um desmoronamento na estrada mais perigosa do mundo e nos Emirados Árabes, fui expulsa pelo Sheik que acordou um belo dia decidido que não precisava mais do nosso serviço. Minha história levanta sobrancelhas, recebe elogios e julgamentos. 

Por muito tempo, minha vida cabia em duas malas. Enviada para países como Indonésia, Panamá, Dubai, Abu Dhabi, Gana e Turquia, onde eu não conhecia nada além do que podia saber pela interCXnet, minha missão era encontrar uma maneira de acessar CEOs e ministros - geralmente homens em seus 50 anos - com o objetivo de entrevistá-los para um relatório econômico que contasse à investidores internacionais as principais oportunidades de investimento no país. Os projetos duravam um ano, enquanto o dinheiro entrava, o show continuava, até as cortinas se fecharem e o processo recomeçar: vestidos na mala e um novo bilhete de avião.

Aprendi que em países emergentes, um requisito emocional imprescindível para a realização de qualquer negócio é a confiança. Por isso, é preciso criar um relacionamento antes de fechar negócio, que eu chamo carinhosamente de “habibi business” - habibi é uma palavra em árabe que significa “querido ou querida”. Ou seja, vender exige cultivar aquele relacionamento, cair nas graças de quem paga a conta. Eu era convidada para jantares, iftars (quebra do jejum dos árabes durante o Ramadã), lançamentos de empreendimentos luxuosos e cerimônias de premiações. 

Lembro-me de me esforçar para não ser percebida como a brasileira exótica fazendo negócio do outro lado do mundo, mas era difícil sair desse lugar, porque era, muitas vezes, o papel que sobrava para as poucas mulheres nos negócios. Eu sabia que meus clientes tinham estudado nos Estados Unidos ou na Europa e sido expostos à uma cultura de negócios mais igualitária entre homens e mulheres e pensava que por terem vivido no ocidente, eram capazes de reconhecer nosso lugar à mesa, ainda que não desejassem a nossa vida às suas mulheres: esposas, filhas e sobrinhas. 

Ao contrário do que imaginei, grande parte dos desconfortos que sofri foram de estrangeiros da cultura ocidental  que depois de terem passado tanto tempo naquele ambiente, passaram a replicar um comportamento que era aceitável naquela sociedade. 

Uma vez, entrevistando um CEO alemão de uma grande multinacional que tinha idade para ser meu pai, me senti extremamente desconfortável com seus convites para nossa próxima reunião fosse em seu barco privativo; fiquei furiosa por me sentir intimidada, pois de fato eu precisava voltar para uma segunda reunião em que meu discurso viria à tona e faria valer o esforço já investido naquele relacionamento. Decidi não me sentir acuada, afinal ele quem estava agindo mal. Comprei um anel de noivado falso, disse que barcos me dava enjoo e lá fui eu, não desisti até sair daquela mesa de reunião com um contrato assinado. Fiz inúmeras perguntas sobre a sua família, pedi que me mostrasse fotos de sua netinha e inventei uma história de amor sobre um noivo que nunca existiu.

Apesar de no Brasil acharmos que estamos muito à frente de sociedades essencialmente misóginas, damos por encerrado o assunto, confiando no mito da igualdade. Falamos pouco sobre assuntos difíceis, preconceitos e diferenças que incomodam diariamente quem os vive na pele e não estão na superfície do que se vê. Acreditamos genuinamente que não é tão ruim assim, afinal “minha chefe é negra” ou “a empresa acabou de promover uma diretora mulher”. 

É difícil mudar o que não se vê. Por isso, meu convite aqui é para que você, mulher, pense em todas as vezes que foi assediada, tratada com cavalheirismo chauvinista ou pura condescendência e para que você, homem, reconheça as vezes em que colocou outras mulheres nesse lugar. Não se trata de um julgamento binário de valor: “machista” vs “feminista”, “bom” vs “mau”. A falácia da democracia de gênero é também estrutural, pois replicamos, homens e mulheres, comportamentos, piadas, atitudes e evitamos falar sobre isso. 

Meu convite é para que você comece refletindo e abrindo um diálogo com as pessoas de sua confiança, assim recuperamos a nossa consciência e dela, vem poder. Não se pode “des-ver” quando se vê. E quando isso acontece, abrimos espaço para a indignação, combustível de qualquer revolução. 

 

Letícia Mendonça Costa - empresária e especialista em vendas B2B

 

Descomissionamento: oportunidade é relevante para o Brasil?

O descomissionamento de instalações petrolíferas consiste em tornar o local de operação o mais próximo possível do seu estado original e em condições adequadas de segurança. Ou seja, abrange desde um conjunto de atividades associadas à interrupção definitiva da operação das instalações até o abandono permanente e arrasamento de poços – incluindo a remoção de instalações, a destinação adequada de materiais, resíduos e rejeitos e, o mais importante, a recuperação ambiental da área em questão.

Quando a produção de hidrocarbonetos se torna economicamente inviável, o processo de abandono controlado e monitorado das instalações é inevitável. De fato, esta é uma decisão extremamente importante que envolve o operador das instalações e seus associados, bem como o estado. A agência reguladora da atividade produtiva e órgãos de proteção ao meio ambiente regulam e fiscalizam todo o processo, que tem como preocupação maior garantir a preservação e a segurança operacional. Neste processo, são necessárias garantias financeiras, inúmeros estudos e diversas etapas para mitigar os riscos de acidentes.

Importante destacar que um projeto de descomissionamento pode ocorrer ao longo de vários anos e, como já mencionado, requer a mobilização de recursos logísticos, financeiros e administrativos bastante significativos. O projeto começa com estudos prospectivos para considerar várias soluções que possam levar à eventual recuperação e/ou reciclagem do local. Em alguns casos, as plataformas podem ser reutilizadas como recifes artificiais, estações meteorológicas, centros de investigação, locais de produção de energia, de armazenamento de CO2, entre outras destinações.

No Brasil, a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), através da resolução de Nº 817, de 24 de abril de 2020, regula e fiscaliza as atividades de descomissionamento das instalações juntamente com os órgãos ambientais, tais como IBAMA, secretarias estaduais e municipais do meio ambiente. Alem disto, a ANP regulamenta os procedimentos para apresentação de garantias financeiras através da resolução Nº 854, de 24 de setembro de 2021. Segundo relatório recente da ANP, existem cerca de 101 programas de descomissionamentos de instalações (PDIs) em andamento no país – sendo que cerca de 44 destes estão no mar e o restante em áreas terrestres.

As atividades de descomissionamento estão recebendo cada vez mais atenção dos operadores e órgãos reguladores em função do estágio de maturidade destas instalações. A ampliação da atividade de desativar instalações de produção são recentes no país, pois grande parte dos campos brasileiros iniciou a operação nos anos 1980/1990. Portanto, as primeiras unidades de produção iniciaram suas atividades nos últimos cinco anos e se intensificaram após aprimoramentos na regulação.

Segundo a ANP, os investimentos previstos para as atividades de descomissionamento entre 2022 e 2026, são estimados em cerca de R$ 51,5 bilhões, ou seja, uma média de R$ 10,3 bilhões por ano. A maior parte destes investimentos, cerca de R$ 42,1 bilhões, estão concentrados no ambiente marítimo, com 612 poços. No ambiente terrestre, estão previstos R$ 9,4 bilhões, com 9.280 poços a descomissionar. As bacias que concentram a maior parte destas atividades são: Campos (R$ 30,2 bilhões), seguido de Sergipe (R$ 8,1bilhoes), Santos (R$ 3,1 bilhões), Potiguar (R$2,6 bilhões) e Recôncavo (R$ 2,5 bilhões).

Alguns desafios devem ser considerados na elaboração do projeto. O primeiro, diz respeito à localização geográfica. A maior parte dos campos brasileiros de maior relevância estão localizados em águas profundas ou ultra profundas, entre lâmina d’agua entre 300 e 3000 metros. Desta forma, a infraestrutura brasileira é voltada para instalações flutuantes em vez das instalações fixas, o que requer uma infraestrutura especializada e mais complexa.

Além dos aspectos geográficos, a indústria de descomissionamento no Brasil ainda se encontra em fase de desenvolvimento, especialmente se comparada com regiões como o Mar do Norte e o Golfo do México. A experiência do país utilizando serviços nacionais ainda é limitada na realização de programas em larga escala, portanto, esta atividade ainda necessita da ajuda de empresas estrangeiras especializadas.

Outro desafio, talvez ainda mais importante, diz respeito à legislação que, apesar de grandes avanços no arcabouço regulatório nos últimos anos, ainda envolve muitos agentes públicos com seus próprios regramentos. Sendo assim, conduzir um processo de descomissionamento eficiente, com menor impacto possível para os agentes, para o meio ambiente e para sociedade, ainda é um grande desafio. De fato, a complexidade da atividade, bem como os regramentos dos órgãos ambientais, ainda carece de maior objetividade, simplicidade e celeridade – podendo ser grandes inibidores para atrair novos investimentos.

Neste ponto, surge uma das maiores preocupações, que é a exigência da retirada de parte ou todas as instalações, especialmente em águas profundas e ultra profundas (instalações subsea).  A possibilidade da permanência de certas instalações é uma questão crítica, já que o impacto ambiental em retirá-las pode ser maior do que o de mantê-las – nem sempre os regramentos e/ou análises dos órgãos que regulam a atividade coincide com os responsáveis pela operação e pela proteção do meio ambiente.

No caso de ambiente marítimo, independente da permanência total ou parcial das instalações, sua autorização deverá dar-se expressamente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), de forma que essa permanência representa uma exposição residual da operadora por eventuais danos, mesmo após o encerramento das atividades. Portanto, sempre existe uma preocupação com o limite temporal para a responsabilidade pós-descomissionamento. Sem a definição de um limite razoável as operadoras podem ser penalizadas décadas após o término da vida útil do campo, o que certamente impactaria em seus planejamentos financeiros e custos associados para a sociedade.

O descomissionamento responsável e eficiente com objetivo da destinação adequada das unidades de produção, bem como das estruturas subsea, tende a aumentar de forma significativa nos próximos anos.  O mercado internacional já sinaliza, principalmente de estaleiros que seguem as normas ambientais e trabalhistas, uma demanda bastante significativa e progressiva, que pode ocasionar gargalos e atrasos nos projetos. Portanto, à medida em que a vida útil dos campos e plataformas no Brasil se aproxima do fim, o número de unidades de produção e outros itens que necessitam de finalidade adequada tende a crescer, exigindo um maior planejamento e alocação de recursos financeiros das empresas.

O Brasil possui uma oportunidade incrível e condições de assumir uma posição de destaque, desde que construa uma visão estratégica de longo prazo para o setor e promova uma ampla coordenação dos agentes públicos, com atenção especial às questões ambientais, onde aspectos regulatórios e legais sejam devidamente pacificados, promovendo um ambiente onde a segurança jurídica, previsibilidade e estabilidade prevaleçam com o objetivo de atrair novos investimentos.

 

Felipe Kury - ex-diretor da ANP – Agência Nacional de Petróleo


Relações trabalhistas no campo passam por amadurecimento com transformações tecnológicas

O campo vem sofrendo grandes transformações. O que começou com a mudança de maquinários que operavam diretamente com a produção, foi inovado com a chegada de tecnologias cada vez mais avançadas de planejamento, pesquisa e execução do plantio até a colheita. Evidenciou-se a chamada digitalização do campo que também alcançou as relações de trabalho rural. Essa nova rotina e sistemática do trabalho no campo impuseram mudanças trabalhistas para empregados e empregadores rurícolas, que precisaram definir uma nova configuração da relação de trabalho no campo. Tais mudanças correspondem ao amadurecimento das relações trabalhistas rurais.

Por exemplo, os empresários rurais, que antes tinham dificuldades em contratação para o período de safra, passaram a ser respaldados pelo contrato temporário terceirizado mesmo que seja para atividade fim, o que antes não era permitido, tão pouco havia previsão legal. Também se abriu a possibilidade para a contratação do trabalho intermitente,  no qual o empregado é contratado por período indeterminado, sendo o serviço prestado de forma não contínua, com alternância de períodos de prestação de serviço e inatividade, com remuneração equivalente ao período efetivamente trabalhado, o que pode representar economia para o empregador e maior oferta para o empregado.

Essas mudanças foram avanços significativos para a formalização do trabalho rural, que garante acesso do trabalhador a todos os benefícios do sistema brasileiro e por sua vez permite a melhor estruturação das empresas do agronegócio.

Pensando com o futuro, para que a relação trabalhista no campo continue evoluindo, é importante que tanto trabalhadores quanto empregadores do campo estejam atentos às mais novas formas de treinamento e especialização do trabalho agrícola e pecuário. Preparar a mão de obra para essas transformações é o que contribuirá com os dois lados da balança dessa relação, que deve primordialmente seguir visando o respeito e o bem comum para atingir a prosperidade.

Podemos dizer que ainda existem grandes dificuldades no trabalho executado no campo. Mas estamos caminhando para dias importantes na construção de relações saudáveis e prósperas entre todos os que se sustentam do meio rural e proporcionam crescimento ao País.

 

Deolamara Bonfá

MBT Advogados Associados

Reserva de acomodações é o 3º principal serviços buscados pelos estudante

Entender quais são suas opções de hospedagem é fundamental
para se ter uma experiência segura e confortável
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 Veja 5 tipos de hospedagem para o sua experiência internacional                                                                

A possibilidade de se aprofundar em uma cultura, especializar-se em uma segunda língua e ter uma educação internacional vem chamando cada vez mais a atenção dos jovens. Segundo a pesquisa de mercado Selo Belta 2022 realizada no ano passado, entre janeiro a setembro, viajaram 327.135 mil estudantes contra 289.500 mil no mesmo período de 2019 (ano pré-pandêmico), representando um crescimento de 13% no setor. 

Ao organizar a experiência internacional, entender quais são suas opções de hospedagem é fundamental para se ter uma experiência segura e confortável. O estudante pode acabar dividindo o quarto com outras pessoas ou hospedado em uma casa de família e precisará aprender a conviver em harmonia. “O jovem, ao se preparar para o intercâmbio, tem que considerar bem o tipo de hospedagem que irá ficar durante o tempo no país de destino, isso porque impactará diretamente sua experiência e seus objetivos”, exemplifica Alexandre Argenta, presidente da Belta (Associação Brasileira de Agências de Intercâmbio). 

 

Escolher a opção ideal de acomodação pode ser um divisor de águas. Existem diversas variáveis na hora de escolher a hospedagem, como localização, transporte e privacidade. Não é para tanto que um dos principais serviços comercializados pelas agências de intercâmbio são as reservas de acomodações (3ª posição), conforme a pesquisa Selo Belta.

 

Nesse sentido, o presidente da Belta, Alexandre Argenta, listou os tipos de hospedagem na hora de realizar intercâmbio:

 

·  Residência estudantil/Student Housing: Uma opção que permite contato com pessoas de diversas nacionalidades, a residência estudantil possibilita um ambiente sociável, sendo perfeito para o estudante que não quer perder nenhum momento de lazer e  ter contato com diversas culturas aprender. Normalmente, a opção dispõe de ótimas localizações por estarem perto das faculdades e escolas em que se está matriculado. Em contraponto, a opção requer uma atenção maior aos objetos pessoais e a necessidade de compartilhar utensílios da casa;

 

·  Hostel/Albergue: Muito comum entre mochileiros, a opção vem se popularizando por ter um custo mais acessível e por ser similar a um hotel; entretanto, dispõe de áreas compartilhadas com os demais hóspedes como: banheiro, cozinha e quartos. O Hostel possibilita uma grande interação com demais pessoas e por não estar ligado diretamente a uma instituição, o estudante se atenta à localização e transporte.

 

·  Host Family (Casa de família): Uma escolha que proporciona uma imersão completa na cultura e nos costumes do país de destino, a host family é uma acomodação em que uma família local recebe o estudante estrangeiro durante sua estadia no país, proporcionando um ambiente seguro, tranquilo e com um ótimo custo-benefício. Entre os intercambistas, 73,6% optam por hospedagem em casa de família, em quarto individual e 36,7% em casa de família, em quarto compartilhado, segundo a pesquisa Selo Belta 2021.

 

·  Hotel: Possibilitando um maior conforto e privacidade, os hotéis são uma alternativa de custo mais elevado e, por isso, recomendado para intercâmbios de curta duração. Por outro lado, é a opção de maior variedade e conforto. Com melhores localizações, o estudante pode se hospedar mais próximo da instituição de ensino.

 

·  Apartamentos: Semelhante aos hotéis, os apartamentos garantem mais tranquilidade, liberdade, conforto e privacidade. Para essa modalidade de acomodação, é possível manter como individual ou compartilhar o espaço com outro colega. Essa última opção proporciona um custo-benefício mais acessível.

 

Argenta ressalta que a acomodação é uma parte essencial do intercâmbio e que além da escolha da acomodação, o estudante precisa ter em mente que, por estar em outro país, será necessário que se adeque ao espaço e aos costumes para uma melhor experiência.

 

Vai realizar intercâmbio e quer ajuda para escolher sua hospedagem? Verifique as agências de intercâmbio Selo Belta, aqui.

 

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