Alguns fatores de
risco favorecem o aparecimento da doença, como idade avançada, hipertensão
arterial, miopia elevada, diabetes e hereditariedade. A prevenção é a melhor medida para o
tratamento
O Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, celebrado
em 26 de maio, alerta sobre a importância dos cuidados e acompanhamento
oftalmológico adequado com a enfermidade. Por ser uma doença silenciosa e não
apresentar sintomas na maioria dos casos, muitas vezes é diagnosticada quando o
paciente já está na fase final, onde ocorre a perda da visão e do campo visual,
de forma irreversível. O glaucoma é a doença que mais cega no mundo. Segundo
dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), afeta entre 1% e 2% da população
com mais de 40 anos de idade em todo o mundo, o que representa cerca de 3
milhões de pessoas.
“Alguns fatores de risco
favorecem o aparecimento da doença, como idade avançada, hipertensão arterial,
miopia elevada, diabetes e hereditariedade. A prevenção se dá com visitas
regulares ao oftalmologista para avaliação e detecção precoce do problema, como
forma de evitar a cegueira por glaucoma”, explica a Dra. Márcia
Keiko Tabuse, médica
oftalmologista e consultora da HOYA Vision Care, empresa japonesa que produz lentes para óculos de alta
tecnologia desenvolvidas para correção de problemas da visão.
O glaucoma crônico, mais
frequente, não oferece sintomas nas fases iniciais da doença e pode ser
diagnosticado pelo exame de pressão ocular e fundo de olho, que analisa o nervo
óptico. Os pacientes com alto grau de miopia, acima de 5 graus, têm maior
probabilidade de desenvolver esse tipo de glaucoma.
Evidências comprovam o aumento da miopia em todo o
mundo. Estima-se que terá impacto sobre mais da metade da população mundial até
2050, segundo dados da OMS. Desta forma, o controle rigoroso da miopia em
crianças é fundamental para não alcançar graus altos com risco de glaucoma e
perda da visão durante a fase adulta.
“Visitas de rotina ao oftalmologista desde a
primeira infância, o uso comedido e regrado de dispositivos móveis, como
smartphones, tablets e outros tipos de telas, e o estímulo às atividades ao ar
livre consistem em estratégias importantes de prevenção à progressão da miopia.
Adicionalmente, a implantação da correção adequada e/ou das terapias, também
colaboram para conter o provável avanço de um quadro já existente”, aponta
a especialista.
Uma vez diagnosticada, a doença pode ser corrigida,
quando necessária, por meio do uso de óculos ou lentes de contato. A Dra.
Márcia destaca a eficiência de alternativas não invasivas, como é o caso das
lentes de óculos de alta tecnologia e que já são opções importantes para a
redução da miopia infantil. “As pessoas com a miopia axial, quando passam a
fazer uso contínuo desse tipo de lente, podem ter uma média de 60% na
desaceleração da progressão da miopia, pois a estrutura da lente permite
simultaneamente desacelerar o crescimento do globo ocular e proporcionar uma
visão mais clara”, afirma a profissional.
Em paralelo, o glaucoma agudo ocorre quando a pressão
do olho sobe de forma abrupta e o paciente refere sintomas como muita dor no
olho, visão turva e pupila dilatada, por exemplo. Nesse caso, é necessária
procura por um pronto socorro para o controle urgente da pressão ocular, com
risco de perda da visão. Uma curiosidade é que esse tipo de glaucoma é mais
frequente nas mulheres.
As evidências atuais sugerem que as mulheres mais
velhas correm o risco de desenvolver glaucoma e cegueira devido à doença. De
acordo com estudos recentes, as mulheres superam os homens em casos de glaucoma
em todo o mundo e correm maiores riscos de glaucoma de ângulo fechado, mas não
há uma predileção clara por gênero para o glaucoma de ângulo aberto. Além
disso, curiosamente, existem algumas evidências que sugerem que os hormônios
sexuais femininos podem proteger o nervo óptico.
Também levanta-se a hipótese de que a diminuição da
exposição ao estrogênio está associada ao aumento do risco de glaucoma de
ângulo aberto, mas estudos de base populacional apresentam resultados
inconsistentes. “Atualmente, não há evidências suficientes para apoiar o uso
da terapia de reposição hormonal na prevenção do glaucoma. Pesquisas apontam
que as mulheres carregam um fardo maior de cegueira devido ao glaucoma por
conta da longevidade e desvantagens nas crenças socioeconômicas e de saúde”, completa
a profissional.
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